06 junho 2007

Estrelas das letras

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Neste último fim-de-semana fui à Feira do Livro.
Um dia de calor passado entre as barraquinhas das editoras, leitores compulsivos ou de ocasião, amigos do alheio, amigos alheados, simples curiosos e um desfile de estrelas das letras, dignas de uma colecção de luxo de um qualquer grémio literário.

Na minha caderneta de cromos escritores, colei visualmente a imagem de Maria Filomena Mónica, Maria de Lourdes Modesto, Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada e olhem agora estes: José Luís Peixoto, José Saramago, António Lobo Antunes, Pepetela, José Eduardo Agualusa, José Rodrigues dos Santos...
Acho que este Sábado, 02 de Junho, foi o dia mais forte da Feira do Livro deste ano. Quiçá de sempre.

Um mar de gente, onde ainda deu para avistar a Helena Laureano e a filhota, a Helena Roseta e os jornalistas e o Daniel Nascimento e as suas mariquices, formava fila indiana para autógrafos, para ir à casa-de-banho, para comprar um gelado ou até para poderem atar o cordão do sapato à sombra.
Como é que se ata algo a uma sombra? Talvez J.M. Barrie, criador de Peter Pan, soubesse responder a esta questão para um milhão de euros, mas como ele já morreu, não compareceu a esta 77ª edição da Feira do Livro. Acho a justificação razoável.

Quatro-fileiras-quatro de pavilhões de editoras. Quatro-viagens-quatro de sobe-e-desce no Parque Eduardo VII. Pés cansados, pernas doridas e reputação manchada.
É já a segunda vez este ano que escrevo sobre actividades no parque mal afamado.
Sendo a pedofilia e a prostituição algumas das famigeradas atracções do Parque Eduardo VII, parece-me que optar por uma visita à Estufa Fria antes, e uma Feira literária agora, é desprezar todo um esforço turístico de quem dá o corpo por aquela causa. Literalmente.

Entretanto, o caldinho de caprichos que fazem parte da minha personalidade, começou a ferver: Eu queria comprar um livro! Eu tinha que comprar um livro! Mas tinha que obedecer a três condições: Ser uma pechincha; ser volumoso; ser um romance de aventuras.
E foi assim que comprei "Ouro Inca", de Clive Cussler.
Para um Verão bem alienado, como se pretende na 'silly season'.

Acho que o Lobo Antunes e o Saramago compreenderão porque os deixo para ler no Inverno.
Para mais, se nem sequer conseguir chegar a meio, sempre farão uma boa fogueira até ao fim.

7 comentários:

Maria Feliz disse...

Tás DU BEST!!!!
Gostei. A sério, que eu não minto (muito).

Bejufas

João Paulo Cardoso disse...

Flora:

Acabei de vir da tua casa (a da blogosfera),onde manifestei-me contra o fim da democracia no "Devagar, mas com confiança", eh! eh!

Pois aqui pode entrar toda a gente.
Até tu, Hugo Chávez, digo... Flora.

Beijos.

Maria Feliz disse...

Ai que o menino é mau!
Então não é suposto comentar o que se escreve?!
E essa de me chamares Hugo Chávez é boa... Não foi neste blog que eu li algo como "isto é uma democracia, mas quem manda aqui sou eu"?!

Ainda estou a pensar. A decisão será brevemente comunicada.

Beijos.

Anónimo disse...

Sou fã de livros e estive lá nesse dia também, adorei!
Parabéns pelo blog está espectacular vou ler mais vezes...

João Paulo Cardoso disse...

Anónimo:

Se gosta de livros e deste blog, é concerteza BOA pessoa.
Embora um pouco tímido/a.

Gosto de tratar os BONS pelos nomes.
Da próxima vez gostava que assinasse, 'tá bem?

Volte sempre.

N.M disse...

Gosto muito de ir a feiras do livro,sempre que vou a uma compro sempre um livro...é inevitavel!!!

João Paulo Cardoso disse...

n.m.:

Ler é das melhores coisas da vida.
Informarmo-nos, viajarmos para outras paragens, vestir a pele de personagens diferentes de nós, tudo isto é muito positivo.

E quanto mais lermos, melhor escreveremos. Também é inevitável.

Um abraço.