30 setembro 2010

Prenda do Governo Eldoradenho Para os Funcionários de Estado






Caros funcionários do estado eldoradenho:

Na sequência das anunciadas novidades relativamente ao Orçamento de Estado para 2011, e presumindo, quiçá com razão, que por esta altura se sentem um tanto ou quanto fodi...aham... lixados... o Governo do Eldorado vem por este meio informar que oferece a todos os funcionários públicos, em especial aos de importantes repartições, este clássico jogo de computador, para que possam aliviar o stress e esquecer coisas tão mesquinhas, como o corte nos salários ou o aumento da taxa de IVA.

Sabendo de antemão que este Puzzle Bubble é, de há muito, um fiel companheiro dos tempos livres - ou ocupados - dos funcionários públicos, e a forma como, quando jogam, são olhados com revolta e desprezo pelos chefes ou mesmo utentes, como se estivessem a cometer crime de lesa-pátria, o Governo do Eldorado vem despenalizar o usufruto deste belo divertimento, como contraponto às outras medidas mais severas anunciadas no Orçamento para 2011.

Aproveitem que já estamos a estudar outras formas para vos ir ao cu... aham... bolso.

P'lo Ministério das Finanças do Governo do Eldorado

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Assinatura ilegível

28 setembro 2010

Um Alfinete em Montemor

Este é um recanto do velho castelo de Montemor-o-Novo, Alentejo.
Passámos por lá neste primeiro domingo de Outono, tempo morninho comme il faut.

Felizmente temos vindo a obter bons resultados no Alfinatlo, um desporto que combina desalapar do sofá e colocar alfinetes nessas terreolas do Portugal profundo.

O eixo alentejano que já tinha surpreendido com Vendas Novas e o seu jardim de múltiplos espaços de patos e sombras, ofereceu-nos agora Montemor e o seu castelo altaneiro.

A fortificação, que terá sido edificada no início do século XIII, destaca-se pela sua dimensão e a presença de várias ruínas numa planta triangular e, claro, pela visão esplendorosa da planície alentejana, oferecida como manjar ao viajante.

A estrada que se vê na foto, é uma das preciosidades do local.

Aventurámo-nos por ela, julgando que nos levaria de volta à estrada principal.
Mas afinal, doce ironia de asfalto, contorna as muralhas para voltar ao ponto de origem.
Uma espécie de Circular do Castelo.

A cidade merecerá, decerto, uma segunda visita, mais pausada, com tempo para entrar e sair de igrejas, apreciar costumes, merendar nos jardins e tudo o que temos feito com prazer nestes últimos anos, aqui e além Tejo.

50 Mil Visitantes

Ena, tantos.
Cinquenta mil é uma carrada de pessoal, a passar por aqui.
Ou melhor, a clicar por aqui.

Não tenho pago na mesma medida.
O absentismo eldoradenho criou raízes não por preguiça, mas por causa de parafernália de solicitações que não têm incluído, infelizmente, convites para guiar Ferraris, noites com odaliscas, fins de semana em Paris ou backstages dos concertos da Shakira.

Virei aqui mais vezes.

Mas se assim for, desejarei o regresso dos comentários, preciso do vosso feedback, como o Tony Carreira precisa dos aplausos das balzaquianas deste país.

27 setembro 2010

O Passado Foi Lá Atrás

O mítico Artur Garcia casou com o seu companheiro, em Setúbal.
Sempre me pareceu que a famosa "Porta Secreta" estava há muito escancarada...

20 setembro 2010

Garganta Chunga

Continua em rodagem o último episódio da chaga "Garganta Chunga".
Trata-se de um épico onde apareço como protagonista, do princípio ao fim com uma espectacular voz de falsete, como se estivessem a torçer o braço a um dos Bee Gees.

Sem que tivesse havido cocaína suficente para convencer a Lindsay Lohan a desempenhar mais este papel, a produção lembrou-se de mim, como uma segunda escolha ainda assim capaz de fazer um papelão quiçá candidato ao Óscar.
Ou a uma ida a um médico com nome idêntico.
Uma destas.

Basicamente, o que tenho de fazer é passar o dia a imitar pessoas como o Ricardo, o La Féria ou o Manuel José, pigarreando aqui e ali e, sempre que possa, entupindo o nariz a ponto de não conseguir respirar a meio da noite.
Ou no princípio.
No fim da noite também não respiro grande coisa.

Precavido, perguntei aos gajos da produção se haveria sexo e violência, a que me responderam "concerteza, por quem é" a que contra-respondi "sou do Sporting, mas este não é o melhor dia para o revelar ao mundo."

Soube então que, para este "Garganta Chunga", é-me pedido que saiba chupar muito bem.

"Calma, aí!
Chega aí, parou!!
Chamem um duplo, ou quem goste da fruta, já chega passar toda a manhã a pôr a boca no trombone, digo, no microfone, não vou chupar coisíssima nenhuma!", disse eu engrossando a voz, afinal quem precisa de otorrino-laringo-coiso quando se é acossado por propostas destas?

Que não era nada disso, só tinha que passar o dia a chupar limão com mel e pastilhas Strepfen com fartura, acho que é um dos patrocinadores.

De maneira que tenho chupado o melhor que posso, mas o filme nunca mais acaba.

Continuo a achar que a Lindsay Lohan fazia isto melhor do que eu.

14 setembro 2010

Verão Afegão

O Verão foi grande.
Não foi um grande Verão.

Rol de noites a dormir em lençóis empapados de suor, sucessão de banhos e cubinhos de gelo debaixo da língua.

Tardes de 40 graus.
Incipientes.
Sem sal, sem prata, sem praia, sem bronze, 100 dias de calor.

E continua.

Falta uma semana para o Outono, podes parar com o bafo quente na minha nuca.
Já deu para perceber que fizester valer as tuas armas.

Recuso-me a pedalar lá fora, sob sol abrasador, em bicicleta armadilhada.

Leva lá a bicicleta, Verão afegão.

02 setembro 2010

Brincar às Casinhas

Chega amanhã ao fim o mega-processo Casa Pia.
Ao fim, que é como quem diz, a metade, atendendo aos recursos que se adivinham de um lado e de outro.
Até eu vou recorrer logo ao fim da tarde, quando estiver mais fresquinho.

Se o "Casa Pia" fosse a Casa-Caso, corresponderia a 80% da cidade de Lisboa para arrendar ou vender.
Se fosse a "Casa Cláudia" seria uma edição com 1.200 páginas mais posters e brindes.
Se fosse a Casa da Música, o Museu do Prado pareceria uma caixinha de fósforos.
Se fosse a minha casa eu seria o Cristiano Ronaldo.

Entre os réus do Caso Casa Pia encontra-se Carlos Cruz, o apresentador que, por exemplo, entrava pela nossa casa nos anos 80, sempre com uma bota rôxa como companheira.
Que tenha transferido o fetiche por calçado para uma fixação por crianças, é caso para dizer, não bate a bota com a perdigota.

Mas atenção, não estou aqui para julgar nem absolver pseudo ou confirmadíssimos pederastas.
Estou aqui para escrever coisas parvas e mesmo quanto a isso não tenho adiantado muito.
Sou uma espécie de Ministério Público.

Em resumo, caro leitor, amanhã prepare-se para coisa nenhuma.
Depois de, durante seis anos, terem sido ouvidas 920 testemunhas, 32 alegadas vítimas, 19 consultores técnicos e 18 peritos, aposto que não haverá qualquer momento "tcharan".

E ficará a certeza que, em Portugal, não há qualquer problema em brincar às casinhas.