02 setembro 2010

Brincar às Casinhas

Chega amanhã ao fim o mega-processo Casa Pia.
Ao fim, que é como quem diz, a metade, atendendo aos recursos que se adivinham de um lado e de outro.
Até eu vou recorrer logo ao fim da tarde, quando estiver mais fresquinho.

Se o "Casa Pia" fosse a Casa-Caso, corresponderia a 80% da cidade de Lisboa para arrendar ou vender.
Se fosse a "Casa Cláudia" seria uma edição com 1.200 páginas mais posters e brindes.
Se fosse a Casa da Música, o Museu do Prado pareceria uma caixinha de fósforos.
Se fosse a minha casa eu seria o Cristiano Ronaldo.

Entre os réus do Caso Casa Pia encontra-se Carlos Cruz, o apresentador que, por exemplo, entrava pela nossa casa nos anos 80, sempre com uma bota rôxa como companheira.
Que tenha transferido o fetiche por calçado para uma fixação por crianças, é caso para dizer, não bate a bota com a perdigota.

Mas atenção, não estou aqui para julgar nem absolver pseudo ou confirmadíssimos pederastas.
Estou aqui para escrever coisas parvas e mesmo quanto a isso não tenho adiantado muito.
Sou uma espécie de Ministério Público.

Em resumo, caro leitor, amanhã prepare-se para coisa nenhuma.
Depois de, durante seis anos, terem sido ouvidas 920 testemunhas, 32 alegadas vítimas, 19 consultores técnicos e 18 peritos, aposto que não haverá qualquer momento "tcharan".

E ficará a certeza que, em Portugal, não há qualquer problema em brincar às casinhas.

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