27 fevereiro 2007

Domingo no Parque

Post nº 55

O início de tarde de domingo, cinzento e instável, desabrochou numa tarde luminosa como uma rosa e, por isso, eu e a minha flor rumámos a Lisboa para mais uma das nossas deliciosas visitas de estudo.
Somos orgulhosamente contra-corrente. Enquanto outros aproveitam o fim-de-semana para sair da capital, nós rumamos a Lisboa. E tem sido muito bom.

Não entendam isto de forma errada, mas fomos de propósito ao Parque Eduardo VII.
Façam o favor de parar com esses gracejos. Está mais do que na altura de casais de namorados e famílias inteiras regressarem a uma das zonas nobres da capital. Se isso acontecer, o tempo acabará por separar o trigo do joio e, a menos que o joio leve a melhor, o Parque voltará a ser frequentado para além dos passeios com os bobis ou durante a Feira do Livro. E passará a ser visitado e respeitado para além da má fama trazida por engates pedófilos e bizarros.

E, no alto do Parque, a Estufa Fria.
Nunca lá tinha ido, parece incrível, mas é verdade. E gostei muito, apesar dos trilhos escorregadios no chão e dos patos traiçoeiros de rabo alçado e mira afinada no ar.
Obviamente que a Primavera, ou mesmo o Verão, serão melhores alturas para visitar a Estufa Fria, mas, encontrando tudo molhado e luxuriante (excepto a ala dos cactos a necessitarem de lifting urgente...), mais acentuada ficou uma imagem de "paisagem quase tropical", só faltando alguns encontros temerários com jacarés, onças pintadas e afins. Annn... pensando bem, foi melhor assim...

Assim sendo, quando os dias forem mais bonitos, já sabe onde poderá ir para fintar o calor, aproveitando para namorar, caminhar de ipod no ouvido, sentar a ler um bom livro, ou apenas meditar: Estufa Fria.

A estufa foi construída e inaugurada em 1930, sendo então uma das melhores da Europa. A variedade de espécies vegetais de todo o mundo, é complementada com peixes, tartarugas e aves, em especial gansos e patos reais.

Além da Estufa Fria, guarde algum tempo para passear pelo Parque Eduardo VII, tomar uma bebida fresca numa esplanada ou fazer umas compras no El Corte Inglés, mesmo ali ao lado. E se sobrarem forças para subir uma pequena encosta à direita do Parque, aprecie o ainda belo Pavilhão Carlos Lopes. Um pavilhão multi-usos, avô do Pavilhão Atlântico do Parque das Nações.
Detenha-se um pouco na apreciação dos belos painéis de azulejos ou nas estátuas de pedra da ala norte. Vale a pena.

Foi um domingo no Parque. Simples e reconfortante. Se não posso pedir o mundo, deem-me Lisboa.

23 fevereiro 2007

Stop and Rewind

Post nº 54

O inventor do telecomando morreu na semana passada.

Não era japonês, nem inglês, nem americano, nem alemão. Era austríaco, nascido em Viena, em 1913. Chamava-se Robert Adler. Não se sabe se a invenção nasceu a meio de uma valsa, ou entre uma garfada de um delicioso strudell, mas o que se sabe é que criou aquele que é um dos melhores amigos dos "homens-barrigas-de-cerveja" em 1956.

Já lá vão mais de 50 anos, mas toda a gente continua nos sofás com aquilo na mão, a fazer uso daquilo a sós, a dois, ou até em grupo.

A "espécie de efeméride" que evoca a invenção do sr. Adler, surgiu-me depois de mais um punhado de notícias sobre o avanço do mar na costa portuguesa.

Já não é só na Caparica, é também em Esmoriz e não custa imaginar o que vai acontecer com Aveiro, Foz do Arelho, Vila Nova de Milfontes ou mesmo em Lisboa. Até parece que já estou a ver o cavalo de D. José, no Terreiro do Paço, a relinchar aflito com água pelos joelhos.
Vamos deixar de ser um país "à beira mar plantado", para sermos um país "afogado no mar". A Nova Atlântida.

E ainda há para aí muito boa gente que não leva estas coisas a peito.
Não quero assustar nem provocar o pânico, mas está na altura de fazer um aviso sério à... navegação:

Se Portugal ficar submerso será impossível a existência de telemóveis e de caixas Multibanco.

Assim percebem melhor a gravidade do que se passa?
Agora é que dava jeito que o telecomando do Sr. Adler, também funcionasse apontado para o mar, não era? Stop e rewind.

Pois... mas não dá.
Fizemos todos merda e agora vamos morrer afogados nela.

P.S: Estive a ver o mapa da Atlântida, perdão, de Portugal. A quanto estará um T3 em Barrancos, Miranda do Douro ou Campo Maior?

22 fevereiro 2007

Quinta das Anedotas 7

Post nº53

Horizonte Longínquo
Apesar de muito estúpido, tímido e bastante feio, o Zé lá conseguiu o seu primeiro engate.
Um dia saíram de carro para um passeio na Costa de Caparica. Depois de andarem alguns quilómetros, o Zé ganhou coragem e pôs uma das mãos nas pernas dela, enquanto conduzia com a outra. Ela gostou dos avanços e disse-lhe:
- Se quiseres, podes ir mais longe!
Entusiasmado, o Zé engatou a quinta e foi até ao Algarve.

Hércules
Numa arena de tempos antigos, repleta de público, Hércules preparava-se para a maior proeza de sua vida: comer 100 gajas de seguida. A plateia incentivava-o:
- Força Hércules!! Tu és capaz!!
E Hércules começou... 1,2,3,4,5...
E a plateia exaltava-se:
- Isso, Hércules!! Dá-lhes com força!!
10, 11, 12...
- Ah, granda Hércules!! Vai!! Força!!
55, 56... 63...
- Granda macho! É assim mesmo!!
E Hércules limpando o suor da testa, continuou:
78, 79, 80...
- Hércules!! Hércules!!
93, 94, 95...
A plateia delirava:
- Hércules!! Hércules!! É o maior!!
98...
- Hércules!!
99...
Mas Hércules cai no chão, morto de cansaço...
E a plateia:
- Buuuu!! Vai-te embora, granda paneleiro!! Buuuu!!!

Batalha Naval
Perto da costa portuguesa navega uma fragata espanhola e o capitão, ao ver uma luz à sua frente, pega no rádio e comunica:
- Atenção navio português, daqui fragata espanhola. Desvie 15º à esquerda. Escuto.
Ao que respondem:
- Daqui Zé Portuga, comunico que não dá para virar 15º à esquerda. Virem vocês 15º à direita. Escuto.
Ao ouvir este comunicado, o espanhol responde:
- Atenção navio português, vire imediatamente à esquerda! Daqui é uma fragata espanhola onde vai a Rainha de Espanha! Escuto!
Responde o português:
- Ouve lá, ó espanholito de merda: Eu quero que a Rainha se vá fo...!! Vira tu 15º à direita!! Escuto!!
O espanhol, muito enervado ripostou já a espumar-se da boca:
- Cabron, vira já 15º à esquerda porque eu levo a Rainha de Espanha!! Escuto!!
- Ouve lá, ó espanholito! Enfio-te já um estalo à Pai Natal que ficas a arrotar a presunto!! Olha, se queres virar, vira; se não quiseres virar, não vires. Mas fica a saber que isto não é um barco, é um farol!!

21 fevereiro 2007

Amanhã é Quinta

Post nº52

Regressa amanhã a este blog, a Quinta das Anedotas.
Um espaço tornado baldio, durante algumas semanas.

Ali colhiam-se anedotas das árvores e corria-se pateticamente junto aos riachos. Ingénua e inócua, ela deu lugar a um prédio robusto, susceptível de provocar sombras incómodas e propenso a clivagens mais ou menos sísmicas.

Por isso, parece-me razoável voltar à Quintinha onde nada acontece. Só se ri à parva. Ou às vezes nem isso.

E, no entanto, a Terra move-se e treme...

19 fevereiro 2007

Poema das Máscaras Rejeitadas

Post nº 51

Neste Carnaval quero mascarar-me de alguém que não seja eu
De alguém com um destino que não seja o meu
De alguém que não seja tão complicado
De alguém mais afortunado

Mas não quero mascarar-me de um alguém qualquer

Não quero mascarar-me de vereador a contas com contas erradas
De árabe fanático por torres dizimadas
De presidente americano e seus enganos
De neo-ditadores populistas sul-americanos

De vendedor xico-esperto de lábia insidiosa
De bispo arisco de seita religiosa
De proxeneta ou playboy errante
De psicopata ou traficante

De funcionário público incompetente
De novo-rico pindérico e insolente
De dirigente desportista corrupto e aviltante
De político demagogo e arrogante

De futebolista que não saiba falar bom português
De pedófilo mentiroso armado em burguês
De bem pago mentecapto da televisão
De criminoso-vedeta em pasquins de papelão

Por isso, para este ano,
comprei uma fantasia de marciano

16 fevereiro 2007

Leões e Caramelos

ESPECIAL POST Nº 50
Crónica do Pinhalnovense x Sporting com uma semana de atraso.

Meia dúzia de caramelos comeu um leão guloso numa cinzenta tarde de Fevereiro.
Cinzenta no céu, mas colorida nas bancadas de um estádio esquecido nos subúrbios da cidade ex-líbris do operariado nos anos 70. Eram os tempos áureos da CUF fábrica e da CUF clube.

Sai uma entremeada!!

O clube mudou o nome para Desportivo Fabril, mas felizmente o velho estádio Alfredo da Silva permanece de pé. É belo, o estádio. Charme decadente a fazer lembrar imagens de Havana. E não faltaram as pujantes baforadas de fumo de robustos cubanos, devorados pelo Presidente do Sporting. Perdão, da Sporting SAD.
Privilégios e sortilégios de um jogo assistido em camarote.

Ao meu lado, uma menina de oito, nove anos, loirinha, de olhos claros, apontava o que considerava de realce, na sua peculiar interpretação. Tinha reservado um pedacinho de espaço num pedacinho de papel, para apontar os golos. Rabiscou aí seis gatafunhos.
Passou mais de hora e meia a fazer-me perguntas sobre o jogo, sobre as pessoas, sobre tudo.
- E para que servem os bombeiros? - perguntou-me.
- É para levarem os jogadores que se aleijam na maca. - respondi.
- Ah...
A menina era do Sporting como a maioria das pessoas que foram ver o jogo. Saíram de barriga cheia. Com os golos e com os "comes e bebes".

Saiem duas bifanas!!

Acho que o que ainda faz as pessoas irem ao estádio, são os "comes e bebes". As imperiais em copos de plástico. As bifanas. As entremeadas. E claro, a piéce de resistance que dá pelo nome de "couratos". Ainda estou a trincar um resto de courato que está a dar luta desde Sábado. Peço desculpa aos vizinhos pelos distúrbios causados nas últimas madrugadas.

Neste mundo do "amarfalhanço como se não houvesse amanhã" é imprescindível adaptar-se às circunstâncias. Livre-se de pedir um copo de leite. Será mais recordado que o golo do Maradona no Mundial de 86.
Um simples pedido de uma sandes de carne gordurosa e de um copo a entornar cerveja mal tirada, requer todo um léxico próprio, criado há muito tempo por mentes prodigiosas. E bêbedas.
Tente assim:
- Chefe! Oriente-me aí uma imperial e uma sandes de couratos para matar o bicho!
- É para já, chefe!
E a partir daqui é "chefe para aqui" e "chefe para acolá".

Com o estômago revestido a gorduras saturadas e o colesterol a subir a pique como aquele francês maluco que escalou a Torre Vasco da Gama, segue-se em magotes para o estádio. Antes de entrar, é-se revistado, ou melhor, apalpado pelos stewards, vulgo "seguranças". O George Michael adoraria esta parte.

Chefe! Olhe aqui o seu coirato, chefe!

Lá dentro, 18 mil pessoas. Quatro claques identificadas. Torcida Verde, Directivo XXI, Juve Leo e uma pequena mancha de sangue azul chamada... sangue azul.
Pode esquecer-se do cachecol e da bandeira em casa, mas jamais esqueça o vocabulário típico do "pontapé na bola".

Há um que manda o árbitro para um sítio que rima com "Carvalho" e que diz respeito ao orgão sexual masculino. Outro que o aconselha a ir ter com a senhora sua mãe muito dada ao convívio. Outro que sugere ele vá levar na parte do corpo que usa para se sentar. E por aí fora.

Mas não houve margem para polémicas à conta da arbitragem. As contas foram outras.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis. Seis golos do meu Sporting ao meu Pinhalnovense.
Acabou a bela festa do futebol caramelo.
Para o ano há mais.

Sai mais uma entremeada!

14 fevereiro 2007

A Balada dos Amantes

Post nº 49

Uma velha placa ondulada de alumínio, que dançava periclitantemente ao ritmo de repentinas rajadas de vento gelado, servia-lhes de improvisado abrigo.
Ela tinha as mãos delicadas, macias. Quase sempre geladas, ainda mais em dias assim, de chuva tocada a vento. Ele dava-lhe a mão e argumentava as razões do coração, mas também tinha a noção de que aquilo "era chover no molhado". Mais valia fazer do que falar.

Então, com aquele seu jeito ao mesmo tempo paciente e insistente, ele tocou-lhe ao de leve no queixo, sobreergueu-lhe o rosto e deixou que uma voz treinada soltasse frase poeta:

- Olha-me nos lábios.

Ela sorriu-lhe e começou a ceder. Deixou-se abraçar e encostou os lábios aos dele. Eram carnudos e macios como um morango sumarento. Os dela eram desenhados a lápis de cor e sabiam a cereja-mel. Fruta fora de época era manjar dos deuses, por isso esqueceram as reticências que pontuavam o futuro e entregaram-se sem mais vírgulas num beijo quente que amornava o frio daquele final de tarde.

As mãos dele, perscrutaram-lhe o corpo, por baixo das várias camadas de roupa, até chegar onde queria. Acendeu-lhe o desejo tão rapidamente como se inflamável fosse. A respiração tornou-se mais pesada.


Quando descolaram, ela encostou a cabeça nos ombros dele e suspirou quase imperceptivelmente:

- Vamos dar uma corrida até ao carro, amor? - disse-lhe ela.
- Desculpa, estás-te a molhar, não é?
- Estou... mas não é da chuva...

Ele riu com vontade, puxou-a para si, e correu junto dela para o carro, enquanto escarniçava um "és pouco, fresca, és!", ao que ela respondia com uma voz dengosa "não sou nada!"

No carro, consumaram desajeitadamente o desejo que tinham.

Amavam-se naquele momento e sabiam que dificilmente voltariam a percorrer a estrada da vida sem o outro ao lado. E isso, dava-lhes em doses quase idênticas, alento e insegurança, para essa estrada minada de panóplia de obstáculos.
Iriam conseguir? Bem... deixariam isso ao cuidado do destino.

Às vezes, é assim.
Amantes de personalidade complexa só descomplicam com um beijo molhado, em todos os sentidos.
Com todos os sentidos, num beijo molhado.

Dedicado à princesinha que amo.

13 fevereiro 2007

Homossexualidade

Post nº48

De uma vez por todas e com todas as letras: NÃO SOU HOMOFÓBICO.

Não tenho preconceitos de espécie nenhuma, muito menos esse. Aqui à direita até está, desde há meses, um link para um blog assumidamente gay que é uma pérola de boa literatura que espero um dia ver editada;
Desejo que num dos próximos referendos se coloque a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a que votarei "sim", tão veementemente como votei "sim" no referendo sobre a IGV;
Vi uma série de filmes do Almodóvar e "O Segredo de Brokeback Mountain" e nunca me chocou o que vi;
Já vi "filmes gay" e não perdi a masculinidade por causa disso;
Tenho amigos homossexuais, homens e mulheres;
Tenho desde sempre, simpatia pelo amor entre mulheres. Até mais do que simpatia. Diria fascínio.

Tudo isto a propósito de três comentários anónimos que encontrei perdidos à deriva num post que até já tinha esquecido ("E agora, algo bizarro. E verídico", post nº 37, de 25 Janeiro de 2007). Atendendo a algumas frases, o comentário anónimo, partiu de alguém que julga que me conhece. Está enganado/a.
5 pontos:

1- Em momento algum manifestei aversão a lésbicas. O que me repugnou verdadeiramente nesses estranhos dias, não foi a orientação sexual das pessoas em causa, mas sim o baixo nível, a mesquinhez e a arrogância que não ajudavam, pelo contrário, à fealdade de uma das pessoas em causa que, sentindo a sua vida em areias movediças, quis arrastar consigo outros que nada tinham a ver com a história.

2- Não me preocupa ter exposto a privacidade de "uma colega de profissão", porque essa condição (de privacidade), foi desde cedo descurada pelas intervenientes, como dezenas de condóminos de um prédio de seis andares poderão testemunhar. E sabe tão bem quanto eu, que são bem piores os mexericos em comunidades mais pequenas, onde todos se conhecem, do que um post na imensa blogosfera, sendo que nunca identifiquei caras e nomes.

3- Quanto a "cuspir na sopa que me matou a fome", devo dizer-lhe que nunca passei fome, graças a Deus. Se acha que o que ganho dá para matar a fome, far-me-á o favor de dizer onde é que come por tão bom preço. Quanto a "alguém que me ajudou", está a ver a história ao contrário. Não trabalho por esmola, mas sim porque fui requisitado para um serviço que não estava a ser prestado. Só não vê quem não quer. Só fala quem não sabe.

4- Sei que os posts que escrevi "não são de bom tom". Foi reflexo de ameaças que me foram feitas, manifestamente mais rasas. Resolvi desabafar na blogosfera ao jeito de "vejam lá o que me está a acontecer". A opção reveladora de maior nível de cidadania, passava por uma queixa na polícia.
Mas em relação a escrita de cariz ordinário, devo dizer-lhe que me ganha aos pontos.

5- E no que concerne a um eventual recalcamento gay, não lhe sei dizer. Sei que não tenho a mínima vontade de vestir-me de mulher no Carnaval. Conta?

Volto ao ponto de partida.
Não sou homossexual, assim como não sou homofóbico.
Aponto o dedo à desorientação de carácter, não à orientação sexual.

Por último: Não se arvore em paladino/a da defesa da causa homossexual a coberto da capa do anonimato. Assuma-se publicamente para ser coerente.
Fico à espera.

12 fevereiro 2007

Portugal disse "Sim"

Post nº 47

Fiquei obviamente feliz com a vitória do "Sim" no referendo de ontem.
Apesar da impossibilidade de vir a estar grávido em algum momento da minha vida, preocupo-me com o mundo que gira à minha volta, ao contrário de outros que traçam órbitas em redor do próprio umbigo.

E embora considere os defensores do "Não" gente às vezes aturdida por argumentos agrilhoados a feudalismos morais, e que por oito anos adiaram o inevitável passo para uma sociedade mais justa, devo tentar ser tolerante em relação a opiniões contrárias e, por isso, o melhor que posso fazer é deixar um recado:

Se se preocupam com a VIDA, preocupem-se, com o mesmo empenho verificado nas últimas semanas, com as crianças que nasceram de facto.
Se um feto com dez semanas tem direitos, o que dizer de uma criança com dez meses abandonada pelos progenitores?

Pensem nisso, ou melhor, ajam sobre isso.

O dia em que a terra tremeu um bocadinho

Post nº 46

Estava eu muito bem na minha vidinha esta manhã, quando um pequeno símio saltou para as minhas costas. A terra tremeu até o bicho voltar para onde veio, algures a sudoeste do Algarve..

Diz que foi o maior símio dos últimos 30 anos, mas dizer isso é andar distraído. Esquecem-se dos estragos causados todos os dias pelo macacão do Pinto da Costa. Mas não é só ele, senão vejamos: A terra também treme quando a Manuela Moura Guedes abre a boca, ou quando o Cláudio Ramos bamboleia-se por aí. A terra treme quando a Simara dança forró brasileiro e quando Zezé Camarinha fala inglês.
A terra até treme quando eu penso nela, a tal, a única.

É sabido que os animais pressentem o perigo. Principalmente as vacas. Só isso explica a quantidade de vizinhas que saíram à rua em pijamas inenarráveis.

E até os "velhos do Restelo" urdiram logo uma explicação para o sucedido. Segundo um deles, bem bebido logo a meio da manhã, tudo aquilo já era a prova provada e sentida debaixo dos seus pés, que a vitória do "Sim" no Referendo do dia anterior, já estava a provocar um aumento do número de abortos. Ele acreditava que, naquele momento, "dezenas de mulheres de perna aberta praticavam já a mais abjecta forma de contracepção"!

Por sua vez, a sempre disponível e agora grávida Elsa Raposo, terá comentado que a sua relação com o milésimo namorado dos últimos dois anos, já estava a ficar tremida...

Pessoalmente devo dizer que até tive um pouquinho de miúfa. Pronto, vá lá, um certo receio... Talvez se possa dizer que tenha tido um pequeno cagaço, mas nada que três garrafas de vodka não curasse...

Acho também estranho, que se chame "abalo", a algo que chega... mas por outro lado, percebo agora melhor um velho tio, que padecia de fortes gases intestinais e que, lá para o fim da vida, para não incomodar quem estava ao pé dele, retirava-se sempre com uma frase entrecortada por ligeiros espasmos: "Bem... eu já vou andando. Estou de abalada..."

07 fevereiro 2007

"Gato Fedorento" de volta ao blog

Post nº 45

Os gatos voltaram finalmente a arranhar o blog, a génese, quase coutada, de um sucesso hoje à escala nacional e ilhas.
Foram quase quatro meses de ausência.
Estão de volta.
A escrever assanhadamente como dantes.

06 fevereiro 2007

Dois Meses de Eldorado

Post nº 44

Faz hoje dois meses que nasceu este blog que, pouco a pouco, tem vindo a fazer o seu caminho na blogosfera.
Os comentários já vão aparecendo e quem por aqui passou, acabou por voltar para ler mais.

As anedotas às Quintas-feiras.
Os episódios mirabolantes com lésbicas assanhadas.
O lado negro da força na luta contra os vírus informáticos.
O lado doce dos meus dias com quem preencheu o meu coração há mais de ano e meio.
O embalo mágico dos dias de Natal.
O humor e a melancolia.
Tudo tem passado por aqui.

Nos próximos tempos haverá mais novidades neste blog. E uma aposta reforçada em posts humorados, para além das anedotas das Quintas-feiras. Isto tudo porque este espaço não é só meu, é vosso também.

E se a Anã Mamalhoa, perdão, a Ana Malhoa pedia "Quero ouvir essas palmas!!", eu peço:
Quero ler mais e sempre mais comentários da vossa parte aqui no "Eldorado".
Até amanhã, se eu quiser.

05 fevereiro 2007

Clubes de Futebol - Os meus favoritos

POST Nº 43

Hoje tinha duas opções para escrevinhar neste blog:
Ou enumerava os inúmeros pequenos, médios e grandes problemas de saúde que afligem as mulheres que amo, e mesmo a mim próprio
, ou aproveitava a goleada do Sporting, o empate embruxado do Benfica e a surpreendente derrota do F.C. Porto, para escrever, sem amargura, sobre os clubes da minha paixão.
Escolhi a parte mais fútil, mas menos amarga.

Começo por clubes estrangeiros que apenas vejo pela televisão, já que nunca houve po$$ibildade para os ver ao vivo e a cores.

Em Espanha torço pelo
Barcelona desde a adolescência. Paixão reforçada pela saudosa viagem à Cidade Condal, orgulho da muy hermosa Cataluña, e também por lá jogar o Ronaldinho Gaúcho. Também gosto da Real Sociedad, porque sim.

Agora a França. Aqui, o meu coração balança entre o
Mónaco e o Paris St. Germain do Pauleta. Mas também gosto do Lyon, eterno campeão francês.

Bella Itália. Lamento ver a
Juventus na Segunda Divisão, mas o meu cuore continua a suspirar por ela, mais do que por outras. Mas depois também gosto da Roma e da Lazio, rivais de Roma, mas como não vivo lá, passo ao lado da rivalidade e, já agora, do paradoxo.

Na Alemanha gosto do
Werder Bremen e do Estugarda, na Escócia do Celtic que equipa à Sporting, na Holanda do Ajax e no Brasil, do Fluminense e do Corinthians.

Finalmente, em Inglaterra, tenho quatro clubes (!). O
Manchester United (e desde que lá está o Cristiano Ronaldo ainda mais), o Arsenal, o Everton e o Tottenham.

Portugal

Por cá, começo pelos menos óbvios.
Pela paixão que me suscita as cidades de que são bandeira, gosto do Alcacerense, do Montijo, do Alcochetense, do Peniche, do Vianense, da Académica, do Beira Mar, do Estoril e do Desportivo de Chaves. Resquícios de alegres viagens do passado e do presente.

Mas há três que gosto mais do que os outros.
O primeiro é óbvio. O
Pinhalnovense é o clube da minha terra e cheguei a treinar à experiência nos Juniores. Equipam à Porto (não se pode ter tudo!) e vão jogar neste Sábado com o Sporting, para a Taça de Portugal, naquele que será um dos jogos mais importantes da vida do Pinhalnovense.

O segundo equipa à Sporting, é filial do Sporting e tem Sporting no nome:
Sporting da Covilhã. Que saudades de pernoitar na Covilhã das lareiras acesas, dos queijos e dos enchidos, do cachecol à volta do pescoço, das noites longas que ansiavam o despontar da manhã para subir à Serra da Estrela! Esta paixão, penso, está mais que fundamentada.

O terceiro, meu segundo em Portugal, é um dos clubes mais simpáticos do país.
Os Belenenses.
Assim mesmo, "Os". E com direito a emblema neste post. Por onde começar? Pela cor azul? Pela Cruz de Cristo nas camisolas? Pelo belíssimo estádio com vista para a Ponte 25 de Abril e para o Cristo Rei? Por pertencer à minha amada Belém dos jardins, dos monumentos, dos pastéis?

E acima de todos, porque há sempre o maior amor de todos, o
Sporting. Mas este é um caso de amor eterno que, justificadamente, merecerá um dia alguns posts só para ele.
Para já fico contente que um certo avançado uruguaio tenha percebido que, para se singrar neste mundo, temos que nos apoiar uns nos outros
.

02 fevereiro 2007

Os Monstros

POST Nº 42

Olá. Este vai ser um post diferente.
Estou aqui para vos mostrar o quão difícil é trabalhar neste computador (?) altamente infectado.
Estão preparados? Então venham comigo.

Muito bem. Confesso que estou admirado por terem comparecido tantos de vocês sobretudo depois de terem sido avisados. É ali a confusão. Têm as máscaras colocadas? As luvas e os botins calçados? Rezaram 729 Avé Marias? Então vamos entrar.

Cuidado!!
Pôrra... ainda agora entrámos e já uma senhora de 66 anos foi decapitada! Isto não é brincadeira!!

Estão a ver aquele vírus enorme, ali a comer o OpenOffice e o Outlook Express? Aquele é um dos piores! Vejam como tenta sair do monitor! Olhem para aquelas manápulas nojentas! E aqueles ali no cortinado? Peludos e mal cheirosos, meio esverdeados. Vou colocar um ançaime neste, vou sedativar aquele ali que está a rosnar ameaçadoramente e ...
Baixem-se!!

Olha, olha, agora voam e tudo! Ainda bem que trouxe a caçadeira...
E estes dois ? Com 25 patas e três cabecinhas, em cima um do outro, a fazerem o amor... Despeja-se gasolina para cima deles e ... olha que bonita fogueira que isto deu... 'tá giro.

Agora só falta tratar daquele ali...a espumar-se pela boca, o badalhoco.
Aquilo deve ser mais tóxico que Polónio 210, ou mesmo um peido do Toy. Vejam como engoliu a impressora, um cinzeiro e o comando do ar condicionado! Este vai dar trabalho... Passem aí o Alberto João Jardim. O Quê?! Não trouxeram o Alberto João! Então temos que sair daqui! Fujam!!
Epa, quero lá saber se ele está a engolir a secretária!
Francamente... não trazer o Alberto João...
Eu tinha-lhes dito que para acabar com os vírus do computador tinham que trazer as merdas todas...


Viroses Informáticas

POST Nº 41

Faz parte da ementa desta casa de petiscos, a publicação de um conjunto simpático de três anedotas à Quinta-Feira, a que foi chamado de "Quinta das Anedotas".

Infelizmente também faz parte deste computador onde trabalho, um conjunto antipático de vírus que dificulta todo o trabalho. Por causa desses vírus, esta semana não há "Quinta". Mas para a semana hei-de voltar a publicar as anedotas que alguns tanto gostam.

Até lá, podem ir lendo os outros textos. O que vem a seguir até tem piada. Sem ter piada nenhuma
.