27 fevereiro 2007

Domingo no Parque

Post nº 55

O início de tarde de domingo, cinzento e instável, desabrochou numa tarde luminosa como uma rosa e, por isso, eu e a minha flor rumámos a Lisboa para mais uma das nossas deliciosas visitas de estudo.
Somos orgulhosamente contra-corrente. Enquanto outros aproveitam o fim-de-semana para sair da capital, nós rumamos a Lisboa. E tem sido muito bom.

Não entendam isto de forma errada, mas fomos de propósito ao Parque Eduardo VII.
Façam o favor de parar com esses gracejos. Está mais do que na altura de casais de namorados e famílias inteiras regressarem a uma das zonas nobres da capital. Se isso acontecer, o tempo acabará por separar o trigo do joio e, a menos que o joio leve a melhor, o Parque voltará a ser frequentado para além dos passeios com os bobis ou durante a Feira do Livro. E passará a ser visitado e respeitado para além da má fama trazida por engates pedófilos e bizarros.

E, no alto do Parque, a Estufa Fria.
Nunca lá tinha ido, parece incrível, mas é verdade. E gostei muito, apesar dos trilhos escorregadios no chão e dos patos traiçoeiros de rabo alçado e mira afinada no ar.
Obviamente que a Primavera, ou mesmo o Verão, serão melhores alturas para visitar a Estufa Fria, mas, encontrando tudo molhado e luxuriante (excepto a ala dos cactos a necessitarem de lifting urgente...), mais acentuada ficou uma imagem de "paisagem quase tropical", só faltando alguns encontros temerários com jacarés, onças pintadas e afins. Annn... pensando bem, foi melhor assim...

Assim sendo, quando os dias forem mais bonitos, já sabe onde poderá ir para fintar o calor, aproveitando para namorar, caminhar de ipod no ouvido, sentar a ler um bom livro, ou apenas meditar: Estufa Fria.

A estufa foi construída e inaugurada em 1930, sendo então uma das melhores da Europa. A variedade de espécies vegetais de todo o mundo, é complementada com peixes, tartarugas e aves, em especial gansos e patos reais.

Além da Estufa Fria, guarde algum tempo para passear pelo Parque Eduardo VII, tomar uma bebida fresca numa esplanada ou fazer umas compras no El Corte Inglés, mesmo ali ao lado. E se sobrarem forças para subir uma pequena encosta à direita do Parque, aprecie o ainda belo Pavilhão Carlos Lopes. Um pavilhão multi-usos, avô do Pavilhão Atlântico do Parque das Nações.
Detenha-se um pouco na apreciação dos belos painéis de azulejos ou nas estátuas de pedra da ala norte. Vale a pena.

Foi um domingo no Parque. Simples e reconfortante. Se não posso pedir o mundo, deem-me Lisboa.

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