28 dezembro 2007

A todos um excelente 2008

O Eldorado - Edição nº 195

O autor deste blog, empaturrado até às amígdalas, implora por mil perdões, mas a gordura alojada no cortex cerebral não lhe permite criar textos absurdamente geniais, como é apanágio desta casa.

Assim, pelo menos até o ano estar concluído e outro iniciado, ou seja, apenas quando debelada a mega bebedeira que se prevê para a próxima segunda e terça-feiras e for confirmada alta hospitalar pelo corpo clínico do Hospital de Santa Maria, só aí, dizia, é que o administrador desta estupenda chafarica voltará a martelar os quadradinhos letrados dos teclados com os seus dedinhos agora roliços.

Portanto, toda a equipa do "Eldorado" (eu, o gajo que está a escrever, o JP e muitos mais), deseja a todos os leitores, simpatizantes e amigos um excelente 2008.
Até breve.

26 dezembro 2007

Um Gordo Natal

O Eldorado - Edição nº 194

Foi algo extremamente opíparo.
Orgásmico.
Como um lampejo do antigo império romano, nos seus dias decadentes, rebolando faustosa e alegremente para o abismo.

À mesa, - nas mesas, melhor dizendo - Borrego, Peru, Porco e Vaca.
Mas para equilibrar a carnificina, Soufflé de Queijo e Espinafres, Tofu e, claro, o Bacalhau em pelo menos quatro modalidades olímpicas: Tronxa de Bacalhau, Pastéis de Bacalhau, Bacalhau com Todos, Bacalhau com Natas.
E ainda sopa, arroz, batatas fritas, a murro, cozidas e ao calhas também.

E claro, o desfile pantagruélico de doces tradicionais e outros adaptados ao gosto dos glutões natalindos: Bolo Rei, Arroz Doce, Filhós, Azevias, Sonhos, Rabanadas, Bolo de Chocolate, Semifrios e muitos outros que ficam por nomear ou que que ficaram por fazer, não por preguiça mas por bom senso.
O destaque guloso do ano vai para o Bolo Rei Escangalhado que o meu estômago apressou-se a arranjar e a acondicionar o melhor que pôde.

E houve ainda as passas, as nozes, as amêndoas, as avelãs, as broas, os vinhos, os licores, os cafés e capuccinos...

E hoje, 26 de Dezembro, assemelho-me perigosamente a um leitão bem redondinho.
Apontar na agenda: Não passar nos próximos dias pela Mealhada.

20 dezembro 2007

Barbies e Noddys

O Eldorado - Edição nº 193
ESPECIAL NATAL

O Natal está a chegar.
Diz que é na próxima terça-feira e, qual milagre do Menino Jesus, os portugueses esquecem a crise, o desemprego, o Benfica, o desespero e desatam a comprar Barbies e Noddys.
Tiro ao boneco, já a seguir.


Inventados há mais de 50 anos, as Barbies e os Noddys continuam a ser bonecos adorados pelos portugueses. O mesmo já não acontece com a Lili Caneças, uma boneca de plástico inventada ainda há mais tempo.
A corrida aos antros de consumo entra agora no sprint final. Andamos falidos e mal pagos, mas o que interessa é que haja bonecos para os putos.


Esta psicose colectiva ainda vai levar a humanidade à ruína.
Quando acordarmos, será tarde, e nada haverá para comer. Em contrapartida, os fedelhos vão ter um quarto cheio de brinquedos, pelo que só restará dizer à Mariazinha para trazer uma boneca Barbie, para a mãe cozinhar ao jantar.


Uma sopinha de Barbie, porque não?
Pode ser que seja tenrinha, o raio da boneca.
Eu cá já comia uma Barbie, embora tenha de aceitar a verdade dos factos: um Action Man parece ter mais para comer, por muito gay que isto pareça.


Além da Barbie e do Action Man, o Noddy continua em alta.
O raio do boneco está em toda a parte. À primeira vista, este tal Noddy parece um anão vestido de forcado, mas não, não é anão e está em alta.


Ao Noddy faltam-lhe as mamas, por isso o boneco procura seduzir com as armas que tem: uma camisinha vermelha, uns calçõezinhos curtos e um barrete azul com um guizo na ponta.
Não é nada discreto o puto.
Não o levem ao Parque Eduardo VII.
Depois digam que não avisei.


Até por isto é politica e moralmente correcto preferir uma Barbie.
Embora a menina tenha para aí uns cinquenta anos, continua e ter uma cinturinha de vespa e eu acho sinceramente que a gaja anda a gastar a pensão do Ken na Corporación Dermoestética.
Sim, porque eles estão separados há muito tempo.


Eu conheci o Ken.
Nunca pensei que fosse um rapaz capaz de perder a cabeça por uma qualquer boneca loura, mas o lançamento da Barbie em lingerie Triumph mexeu com ele.
E tudo isto porque um boneco não é só feito de pau.
É também de pau feito.


E eu avisei o cara de pvc:
"Ken! Ó Ken! Tu vais te dar mal! Esquece essa gaja que troca de roupa a toda a hora!
Não achas que é de desconfiar?"
E ele respondia:
"Não consigo!! Ela é muita gira! Não consigo, JP!!!"
E eu:
"Consegues, Ken. Yes, you Ken. Ken te avisa teu amigo é."
Mas ele nunca fez Noddy, digo, nada.


É muito triste quando os casais se separam, mas às vezes tem de ser e eu, neste caso, defendo o Ken.
Eu também não gostaria de namorar com uma miúda que já passou pela mão de toda a gente.


***

"O Eldorado" deseja a todos os leitores e amigos um santo e feliz Natal.
Que tenham prendas, guloseimas, paz e amor.
Volto na quarta-feira.

17 dezembro 2007

Regresso a Lisboa

O Eldorado - Edição nº 192

Estava frio? Estava.
Havia menos luzes? Havia.
Já não estava por ali a "maior árvore de Natal da Europa"? Não fez falta.
Mas o que contava era cumprir uma recente tradição (gosto destes paradoxos) de luminescências românticas envoltas em espírito natalício, tendo Lisboa como Mãe Natal.

De mãozinhas geladas, entrelaçadas pela Baixa e pelo Chiado, redescobriu-se uma capital que vive o espectro das dívidas e que cortou a eito no orçamento para iluminações, árvores gigantes e afins. Também neste campeonato o Porto ganhou a dianteira: a mega-árvore foi plantada na Invicta, e por lá se fazem desfiles de Pais Natal como se os houvesse em cada esquina.

Em Lisboa, o frio cortante fustiga os pedintes que, aos magotes, cada qual com o seu cão, os seus acordeões e malabares, imploram pelo tilintar das moedas lançadas displicentemente nos seus chapéus.
Mas falemos de coisas bem melhores, a Laurinda faz vestidos por medida, o rapaz estuda nos computadores, dizem que é um emprego com saída.

O momento do dia foi, sem dúvida, o belo repasto no Oriente Vegetariano, na rua Ivens ao Chiado.
Ementa policromática e um festim para a descoberta de nomes e sabores como a polenta, o cuscuz e muitas outras... ann... coisas.
Impossível definir, mas facílimo de saborear.

A comida vegetariana surpreende-me cada vez mais quanto às suas possibilidades e não digo nunca à hipótese de, um dia, deixar de comer carne.
É sem dúvida um restaurante que recomendo. Não sejam preconceituosos e ide lá pelo menos uma vez na vida.
E não voltem!
Desta vez foi uma sorte conseguir mesa e, se começarem todos a ir ao mesmo sítio, alguém terá de ficar à porta e temo que esse alguém seja eu.

Para fazer a digestão nada melhor do que uma caminhada (sempre de nariz gelado, mas empinado e curioso) pelo Chiado, Largo do Carmo, Rossio, Portas de Santo Antão, Praça da Figueira e Terreiro do Paço.
Compras? Pois... só com o olhar.

O Terreiro do Paço está aos domingos fechado à circulação automóvel, o que desde já classifico como uma excelente ideia.
Tenho outras, sr. Presidente António Costa: contrate-me!

Devolvido o Terreiro do Paço às pessoas, tiram-se fotografias em família ou com o amante filho do talhante lá do bairro.
Debaixo das arcadas da Praça do Município, multiplicam-se os jogos tradicionais: damas, gamão ou ping-pong.
Confesso que deu vontade de jogar ping para lá, pong para cá, em tão histórico cenário.

Ali ao pé, um coro de Gospel entoava cânticos natalindos com vozes profundas, vindas do âmago da alma. Chamam-se Deep Voices, mas pela maneira como elevavam a voz até ao céu, bem poderiam se chamar Heavenly Voices.

Depois foi registar mentalmente os vários conjuntos de iluminações, confirmando a ideia do segundo parágrafo deste post, que não adianta repetir.
Ao contrário, espero sempre repetir estas deambulações natalícias pela capital do império, até porque fiquei com a certeza que, ao frio, os beijos quentes dados a quem se ama, são como as castanhas assadas: um só é pouco, uma dúzia é que está bem.

11 dezembro 2007

"FAXINAS"

O Eldorado - Edição nº 191

Longe, muito longe dos fascínios imperiais de Goa, esta é a novela da vida real.
Passada na Madragoa, aqui está, em rigoroso exclusivo...

"FAXINAS"
Entre a esfregona e a vassoura, ela prefere os dois


Episódio 107
Margarida Rachid está compenetrada no seu trabalho, lavando a calçada frente à seguradora do primo da sua enteada Raisa Mirpurih. A sua vida é trabalhar de sol a sol e só à noite tem tempo de fritar umas chamuças para o seu Fahjur, o badalhoco do bairro que se tornou seu esposo no tempo em que a Manuela Moura Guedes ainda parecia uma pessoa.
Margarida Rachid ganha 350 euros a recibos verdes e detesta Sócrates a quem repetidamente chama "um chapati (pão indiano) sem sal".

Tudo o que ela quer por hoje, é acabar de lavar aquelas pedras colocadas geometricamente por um punhado de colonialistas calceteiros e ir para casa, até porque o Domestos já avermelhou os seus olhos e não tardarão a confundi-la com a Amy Winehouse...

E com tudo isto já são 2oh32m na Madragoa e, infelizmente para Margarida Rachid, um bando de fedelhos aproxima-se para patinhar a calçada...


- Olhá monhé!!! Monhé! Monhé!!


- "Qué frô? Qué frô?" Ah! Ah! Ah!


- Monhé, cheiras a chulé, não é? Ah! ah! Ah!


Margarida Rachid chora mas não é dos insultos, porque a eles já está habituada.
É do raio da lixívia que dá cabo da vista, mas não lhe tolda os movimentos.
Depressa patinha a calçada acabada de lavar e corre atrás dos gaiatos como se eles fossem pombos esfaimados a quem urge espantar...


- Rua, gaiatos de um cabrão! Vão chamar nomes à puta da vossa mãe!!
O primeiro que eu apanhar, leva com a esfregona pelo cu acima e garanto que não começo pelo cabo!!

Não é bonito, muito menos educado, concordo.
Mas esta é a realidade, bem longe dos fascínios imperiais de Goa e dos indianos que afinal são actores portugueses após várias sessões de solário.
Aqui as coisas são como são, sem glamour e com palavrão.

Porque, caso não tenham reparado, esta é

"Faxinas"
Entre a esfregona e a vassoura, ela prefere os dois

06 dezembro 2007

Um Ano no Eldorado

O Eldorado - Edição nº 190 - Especial 1º Aniversário

Vivo neste momento mais uma crise existencial que me traz à memória o fel de dias negros que julgava distantes. Tem sido complicado resistir à tentação do abismo, mas... bolas! Há que tentar regar este oásis, mais para mais em dia de aniversário.
Portanto, pelo menos neste pequeno quadrado do seu monitor, o velho JP finge-se ainda de pé.

Para assinalar este 1º aniversário - e numa patética tentativa de afastar fantasmas - resolvi recordar aqui alguns apontamentos de humor que foram sendo postados ao longo dos últimos 12 meses.
E de repente constato que a esquizofrenia até foi bastante profícua e contribuíu para aliviar mágoas próprias e de terceiros, acho eu...


DEZEMBRO 2006 - CAROLINO SALGADO

"Carolino Salgado usou berlindes artilhados com chumbinhos de caçadeira. Carolino desviava os berlindes com os pés. Subornou os professores, as contínuas e o Miguel Zarolho no intervalo. Pior... muito pior, atentem bem: Carolino ameaçou que me partia os dentes se eu fizesse uma das minhas jogadas galácticas.

Acrescento ainda que Carolino, filho de um ex-GNR alcoólico e de uma vendedora de torrão de Alicante, jogava sempre com ranho a pingar do nariz, o que me parecia além de tóxico, absolutamente ilegal à luz das regras da Federação Internacional de Berlindagem."

"Tu, Carolino"; "O Eldorado" nº 06 de12 Dez. 06


JANEIRO 2007 - AS LÉSBICAS

"Vejo-me, de repente, numa guerra entre duas lésbicas tresloucadas que divergem de todos os meus delírios de adolescente e jovem adulto. Mas convergem com todos os piores estereótipos que dão mau nome à... classe. Bem... classe é o que elas não têm.

A coisa envolve ameaças, a mim endereçadas (ui, que medo!!) por parte da mais camionista delas que tem ciúmes de mim. Sem qualquer motivo. Não adianta dizer que tenho namorada, que sou fiel, ou acenar com a aliança que carrego com carinho. Não adianta explicar que sou heterossexual e que elas não, então uma coisa não liga com a outra, acho eu..."

"E agora, algo bizarro. E verídico"; "O Eldorado" nº 37, de 25 Jan. 07



FEVEREIRO 2007 - O TREMOR DE TERRA

"Acho também estranho, que se chame "abalo", a algo que chega... mas por outro lado, percebo agora melhor um velho tio, que padecia de fortes gases intestinais e que, lá para o fim da vida, para não incomodar quem estava ao pé dele, retirava-se sempre com uma frase entrecortada por ligeiros espasmos:
"Bem... eu já vou andando. Estou de abalada...""

"O dia em que a terra tremeu um bocadinho"; "O Eldorado" nº46, de 12 Fev. 07


MARÇO 2007 - AS PROMESSAS

"A partir de agora vou escrever coisas ainda mais parvas. Sobre tudo e mais alguma coisa.
Agora é que vai ser: Ou arrancam-me o teclado das mãos ou internam-me com o Robbie Williams e a Britney Spears. É claro que ao pé deles tenho menos talento e menos drogas no bucho, mas haveremos de ser amigos..."

"Mais Eldorado"; "O Eldorado" nº58, de 05 Mar. 07


ABRIL 2007 - O 25 DE ABRIL

"10. Saia à Rua

E pronto! Muito raivoso, lado a lado com os antigos colegas dos juvenis e os Ferreira Pereira que estiveram na Caparica, com um estandarte que exibe escrito a marcador “Revulussão 2006”, gritando “Có-có!”, “Có-có!”, vestido à Joaquim Monchique, armado com fisgas, pega-monstros, a avó dos perdigotos e um caniche selvagem, cabelos enfeitados com dois raminhos de salsa e sete dentes de alho, lá vai você, o revolucionário dos novos tempos, de cabelos ao vento num Carocha descapotável, ao som de Tony Carreira."

"Como fazer uma "Revulussão" em 10 lições"; "O Eldorado" nº 90, de 26 Abr. 07


MAIO 2007 - O DESERTO DA MARGEM SUL

"- É a nossa Marilyn! Mário Lino, durante o dia! À noite, é este belo travesti! Sabemos que não é muito sensual, mas fartamo-nos de rir com ele!


- Ah... - Troco-o por cinco camelos!

- Não... deixe estar. Vou só ficar a ver,
desejando que tropeçe e parta as duas perninhas..."

"Uma noite no deserto"; "O Eldorado" nº 106, de 29 Maio 07



JUNHO 2007 - OS REGRESSOS AO PASSADO

"- Ó avó! Isto que está aqui num copo, no balcão, é sumo ou outra porcaria qualquer que vai servir para fazer uma linda piada, baseada em factos reais, para pôr na internet? - É sumo e a internet ainda não foi inventada.

- Ah, 'tá bem...
Meia hora depois, no posto de saúde:

- Então, este menino bebeu um copo inteiro de Sonasol, não foi? Isso deve estar a arder muito, não está? Olha, como é que te chamas?

- Jfgkjsxwkmmm....

Tenho saudades da minha avó."

"Regresso ao Passado - Boca Doce"; "O Eldorado" nº112, de 12 Jun. 07


JULHO 2007 - O MEDO DOS DENTISTAS

"Chama-se à coisa, "Destartarização". Que é como quem diz, retirar pedaços de tartaruga que se alojaram na dentadura. Parece que temos de lavar os dentes depois das refeições e antes de ir para a cama, ou as malditas tartarugas atacam a dentição humana.

Além de lavar os dentes regularmente, continuo a viver num 3º andar e ainda estou para saber como é que hordas de tartarugas selvagens sobem lá acima para atacar a boca do menino durante o soninho..."

"Friday 13th - O Regresso das tartarugas dentuças"; "O Eldorado" nº 132, de 13 Jul. 07


AGOSTO 2007 - AS EXPERIÊNCIAS CULINÁRIAS

"Não foi das melhores refeições que comi na vida, mas tirando bifes esturricados com batatas fritas e ovos dizimados, digo, estrelados, aquela tinha sido a minha primeira experiência com os tachos. E tinha corrido bem. O arroz estava bom. E para a próxima ainda vai estar melhor.

Quero agradecer à minha musa inspiradora, ao arroz Cigala e às seguintes entidades:
Santa Rita de Cássia, Odin, São Cristóvão, Santa Bárbara, Maria de Lurdes Modesto, Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, Iemanjá e Nossa Senhora de Fátima."

"Arroz com Atum"; "O Eldorado" nº147, de 06 Ago. 07


SETEMBRO 2007 - OS 40 ANOS DE CASAMENTO DOS MEUS PAIS

"Sim. Fomos ao cinema, a Lisboa. Como sabes, a sede do velho Grupo fica encostadinha à linha férrea e, por isso, foi bastante engraçado acenarmos aos convidados a partir da janela do comboio, à passagem pelo Grupo. Quem nos viu ficou de boca aberta.

"Olhem! Os noivos fugiram!"
"A Belinha e o Tony vão no comboio!" Parecia uma cena tirada da "Aldeia da Roupa Branca". "Adeus, aldeia! Adeus, linda terra..." , mas voltámos depois da sessão de cinema no velho Condes, onde hoje está o Hard Rock Café..."

"Conta-me como foi"; "O Eldorado" nº 154, de 03 Jul. 07



OUTUBRO 2007 - AS CRÓNICAS DE HUMOR

"Fotógrafos frenéticos disparam 'flashes'. "Tias" e panascas do 'jet-set', de plumas e lantejoulas, desmaiam em leque como se tivessem sido escolhidos por engano para "O Lago dos Cisnes"; outras, com decotes mais perigosos que a Boca do Inferno, permanecem de pé em intermináveis risos e cochichos, molhados com licores de menta e baunilha; os seguranças privados dos Viscondes de Almeirim, antes Balbina e Anacleto Marmelo, sentam-se para assistir à queda do império; há quem ande pelo chão à porrada e outros querem matar Lelo logo ali, mas aparece o Scolari "para defendê o minino" repetindo vezes sem conta que "pimbolim é matraquilhos".

A apoteose acontece quando Dengoso, o filho de Lelo e neto dos Viscondes, rebenta com a trela e, para deleite do comissário da Judiciária que já andava desconfiado, vai que nem um tiro direito ao serviço de chá Vista Alegre, espalhando coca pela cabeça da grã-finagem, como se fosse possidónia e genuína caspa, em elaborados penteados de gente falsa."

"Lelo Marmelo"; "O Eldorado" nº169, de 12 Out.07


NOVEMBRO 2007 - HARRY POTTER, DIGO, HALHO PORRO

"Ficaram célebres as aventuras deste alho feiticeiro contra o acne nas vacas do Germano, o confronto com o vírus da gripe, ou a luta contra a mafia dos distúrbios intestinais.

Sem a presença dos holofotes dos media, o Ti Manel Cebola já editou, a expensas pessoais, obras-tias como "Halho Porro e a Desordem do Fónix", "Halho Porro e a Pedra Filosofal nos Rins", "Halho Porro Procura Maddie
McCann", "Halho Porro e a Cãibra Secreta", "O Bacalhau Quer Halho... Porro" ou "Halho Porro e o Vale do Mau Hálito".

O último livro, "Halho Porro e os Demónios do Colesterol" está à venda em picadeiros, ermidas e docas de pesca, mas poderá em breve ser comprado pela internet, assim que o filho do Ti Manel acabar de tirar o curso de computadores e perceber como isso se faz."

"Halho Porro e os Demónios do Colesterol"; "O Eldorado" nº185, de 16 Nov. 07


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Mas houve muito mais:
Romance, melancolia, devaneios psicadélicos e crises existenciais, a "Quinta das Anedotas" e outras rubricas como os "Postais Caramelos", os "Cocktails de Verão" ou a série em curso "Sexy Singers dos Anos 80".

E se os fantasmas o permitirem estes serão os próximos momentos de júbilo aqui no "Eldorado":
  • Especial 10 mil visitantes
  • "O Eldorado" nº 200
  • Especial Natal

A festa de anos está no fim.
Muito obrigado pela vossa paciência.
Voltem sempre que quiser.

"O Eldorado"
Mais do que um blog é um caso de psiquiatria


04 dezembro 2007

Sexy Singers dos Anos 80 # 08 - Wendy James

O Eldorado - Edição nº 189

A nossa colecção de cantoras sexies dos anos 80 entra hoje no oitavo capítulo. E a oitava passageira é a Wendy James.
Wendy who?
Wendy James, a lourinha pin-up dos Transvision Vamp.

Não fiquem tristes aqueles que não sabem o que é uma
pin-up ou pior, não conhecem os Transvision Vamp.
O Pai Natal terá muitos Kinders Surpresa para vocês.
E brinquedos adequados à vossa idade.
E não se esqueçam: se os vossos pais quiserem ir jantar sem vocês, façam um berreiro do caraças ou acontece-lhes o mesmo que à Maddie.

Wendy James - A bonequinha dos Transvision Vamp nasceu em 1966, ou seja 20 anos depois dos seus anos dourados enquanto sexy singer permanece fresca com apenas 41 anos.
Quando cantava o tema ali em baixo tinha 22 anos.
Para completar estes números faltava aqui as suas medidas, mas não consegui essa informação.
Mas deve ser coisa parecida com uma miúda de 16 anos.

Nascida em Inglaterra, alcançou o sucesso com os tais Transvision Vamp que duraram três álbuns e depois puff.


Como o grupo pouco mais tinha que a sua imagem, a sua voz rouca, e as suas poses eróticas, Wendy meteu as belas pernocas ao caminho e embarcou numa carreira a solo que nunca chegou a bom porto.
Em 1993, Wendy gravou o seu primeiro e único álbum a solo, todo ele composto por Elvis Costello e todo ele ignorado por crítica e público.
Em 2004, regressou à actividade musical com nova banda, os Racine, que, além de um nome estúpido, também não alcançou um grama de sucesso.

O vídeo - Começamos com a Wendy a chegar de carro, vestida à Miss Daisy, toda em pink, como se fosse uma bem sucedida empresária, com um hobby de sexy singer numa banda de garagem.
Aprende como se faz Paris Hilton.

Ela chega então junto da banda (como são só gajos esta série discriminadamente exclui-os ) e começa a cantar enquanto faz voar o fatinho.
E o que cantava ela? "I Want Your Love".
Como sou comprometido, outro que avance e conte como foi.
Da maneira como ela se contorce, parece-me que será tempo bem empregue.

Moral da canção: Wendy canta (sobretudo grita e sussurra) que não quer dinheiro, promessas, discos, estrelas e sim, amor. Apenas e só, amor.
Ou seja, uma mensagem que corre o risco de ser gozada nos dias de hoje.

Excepto pela malograda matulona Anna Nicole Smith.
Casou-se com o milionário Howard Marshall II, que aos 89 anos tinha o prazo de validade de um iogurte e passou a vida sentada em tribunais, deitada com fulanos duvidosos, abraçada em polémicas, até morrer infeliz no princípio deste ano.
Mas isso é outra loura, outra história e outra música.