31 julho 2009

O Dubai da Margem Sul


Não raras vezes imagino que estou no Dubai, quando atravesso a Ponte Vasco da Gama.
Isso é porque sou um grande camelo, mas também porque aprecio a arquitectura futurista do Parque das Nações, onde se fez a Expo '98.

O Ministro do Ambiente veio agora anunciar o Arco Ribeirinho Sul, um Dubai na Margem Sul, com hotéis de luxo, zonas residenciais, museus e centros náuticos.
Uma megalomania a concretizar até 2027.

Em 2027 terei, se tudo correr bem, 56 anos.
Não me parece que seja, nessa altura, um entusiasta das viagens de teleférico entre o Lavradio e o Samouco, ou que me apeteça abanar o capacete no equivalente ao Pavilhão Atlântico, que seria para aí o Pavilhão Ribeirinho.

Mas certamente gostarei de visitar o Museu do Ferroviário, o do Soldador e o da Prostituta de Coina e o grande centro náutico a construir na futura Lagoa do Poceirão, onde poderei velejar à vontade dando azo e asas à minha excentricidade.

Sim, gostava de ser rico no Dubai da Margem Sul.
Poderia frequentar o restaurante de luxo no alto da Torre Bocage e apostar em corridas de camelos na zona ribeirinha.

Ou simplesmente conduzir carros eléctricos ou movidos a Tortas de Azeitão que farão a vez das velhinhas bicicletas do Parque das Nações da margem norte.

Ou, como não terei netos, levar os gatos ao Sul Fun Park onde poderão brincar ao carjacking e ao paintball com balas de sopa caramela.
Tendo como opção o tiro aos pratos com maçã riscadinha.

Mas a coqueluche do Parque das Nações da Margem Sul, será, sem dúvida, o Comunário.
Um gigantesco tanque de água onde os capitalistas poderão apreciar e lançar pedacinhos de pão a mergulhadores comunistas de Cuba, da China, da Venezuela, de uma tribo da Sibéria e até de Almada.

Dizem os oráculos que a bem vermelha cereja no topo do bolo deste Comunário, serão os espectáculos do casal de morsas, Lenine e Catarina Eufémia.
Mil e um malabarismos com foices e martelos num tanque cheio de Sumol de Ananás.
Ora aqui cá está algo que não quero perder.

Vale Abraão


D
epois de Maya na "FHM", fala-se na possibilidade de Agustina Bessa-Luís tirar a roupa para o "Jornal de Letras".

No poster central a escritora aparece nua, em pele e osso, com um pequeno conto a tapar aquela que foi uma das suas obras-primas.

Sex appeal


M
esmo em Julho, mês de férias, o "Eldorado" registou 1.350 visitas, uma média simpática de 44 visitas por dia.

Nota-se que este blog tem um je ne sais quoi de patetice que atrai gente que luta com o stress e a crise, como S. Jorge lutou com o dragão.

É até uma questão de 'sex appeal'.
Pelo menos foi a expressão que escolhi para intitular este post e que vai permitir mais uma dezena de visitas em poucos minutos.

Prometo mais e melhores textos até deitar fumo dos cornos.

Por isso continuem a passar por cá, até porque não falta muito para fecharmos as portas.
Só de férias, claro.

Continuem também a comentar, porque isso alimenta o ego deste vosso escriba, evitando que caia na depressão, corte os pulsos e suje o chão da cozinha.
Obrigado.

29 julho 2009

Damaia - Ano 2009


Ela prometeu e cumpriu.
A Maya descascou-se, aos 49 anos, para uma revista masculina.

Ainda não tive oportunidade de desfolhar a revista em causa, a FHM, mas dizem que joanetes, bicos de papagaio, celulite e teias de aranha, foram apagados com recurso ao Photoshop.

Não faltará muito para circularem por aí fotos de Elisabeth Taylor e de Margaret Thatcher carregadas de sex-appeal, claro sinal das potencialidades deste admirável mundo... velho.

Muito antes das fotos em lingerie, eu vi a Maia num pijama listado de castanho e dourado.
Tinha um farto cabelo louro, encaracolado, como se fosse a Meg Ryan.
Brincava com gafanhotos.
E voava.

Agora tudo mudou, mesmo com loopings no ensino, no tarot, nas relações públicas, na produção de eventos e até de asa dada com a águia Vitória, ao pôr do sol, em voo picado sobre o Estádio da Luz.

Apesar da quase louvável auto-confiança da criatura, não se espere mel desta nova versão da Maya em desenhos desanimados.

28 julho 2009

Toma lá e Finge que Dói


Estava eu muito bem, ao fim da tarde, a coçar a barriga e a fazer zapping à maluca, quando esbarro na enésima transmissão de um - fazer aspas - "combate" de Wrestling.
Eu juro que já tentei mas, definitivamente, não percebo aquela palhaçada.

Milhares de pessoas em todo o mundo seguem este - fazer aspas outra vez- "desporto" com a devoção que uma beata dos arrabaldes de Marselha presta à Nossa Senhora de Lourdes, só para dar um exemplo mais exótico, com sotaque francês, allô Carla Bruni, regarde-moi ici.
Mas porquê, valha-me Deus, Nossa Senhora, Santo António, Abel e Caim?

Alguma vez na vida pagaria para ver meia dúzia de panascas musculados, vestidos de super-heróis, com mallots enfiados pelo rego do traseiro acima, fingirem que dão sopapos uns nos outros, quando, na verdade, morrem de desejo de fazer cafunés?

Que piada tem ver dois ou mais marmanjos aplicarem violentos golpes com sugestivos nomes como "Neckbreaker" ou "Dropkick", se dali não vai resultar nem uma nódoa negra?

O pessoal do INEM bem pode estar descansado a emborcar bejecas numa esplanada ali perto porque, por mais que deem pinotes e esperneiem, aqueles larilas não farão um único dói-dói.
Nem uma pinga de sangue.

Imaginem-se a correr para a porta de um bar onde dois pretos se preparam para aviar um punk skinhead à navalhada.
Quatro da manhã no Bairro Alto.

"Então... quem está arrochar mais?"
"Err... epa, eles andam ali aos empurrões, gritam bué, mas ainda não vi nada a sério, se queres que te diga..."
"Mas... disseram-me que um preto tinha uma navalha, man!"
"Sim... é aquele ali a descascar um pêssego..."

Ou como explicar às dezenas de curiosos que se acercam de um acidente causado pelo choque entre uma motorizada e um camião TIR?

"O gajo da mota ficou todo esborrachado, não? É que não vejo sangue..."
"Qual quê!! O tipo ficou debaixo do camião mas saíu de lá a rir, sem um arranhão, e foram todos beber um café!"

Uma rápida espreitadela na Wikipédia, e o Wrestling lá aparece, sem meias-tintas, como sendo, garantidamente, uma "mise-en-scéne", Carla Bruni c'est moi autrefois.
Uma figura de estilo.
Um ritual "hollywoodesco".
Em resumo,"um combate pré-determinado".

Ou seja, regressando às quatro da manhã no Bairro Alto, mas só por um bocadinho porque já é tarde e amanhã tenho que me levantar cedo.

"O que se passa? Há confusão?"
"Não... quer dizer... confusão não há, está tudo bem organizado...
Aqueles dois pretos combinaram chocar contra o branquela, ensanduíchando-o, que depois finge desmaiar, mas depois levanta-se, e salta para o pescoço daquele ali que, quando levanta o polegar, faz sinal para o outro que entretanto subiu àquele andaime ali, vestido de Borboleta Assassina!"

Tenham dó!

23 julho 2009

O Regresso do Menino da Lágrima


Faltavam poucos minutos para que, depois de anos em lista de espera, o Menino da Lágrima fosse finalmente atendido no Serviço de Oftalmologia do Hospital de Santa Maria.
Felizmente, no último momento, foi salvo pela Coca Cola Light.

Mas quem é o Menino da Lágrima?
Porque chora?
Quem são os seus pais?
Estará a fazer birra porque partiu o Magalhães?
Ou levou com o chinelo porque não comeu a sopa de espinafres?

Pintado pelo italiano Bragolin ou - noutra versão - pelo espanhol Franchot Seville, em 1969, retrata um miúdo sem família, cujos pais morreram num incêndio, completamente ao abandono e maltratado por tudo e por todos.
Chuif... Chuif...
Possivelmente ficou com uma fagulha eternamente alojada nos olhinhos.

Reza a lenda que o menino, além de desgraçado, é causador de desgraças, pior que um gato preto para cá e para lá debaixo de um escadote numa sexta-feira 13 com lua cheia.
Diz um padre da altura que ele, só por existir, provoca incêndios.

Como é que alguém que deita o Niagara pelos olhos incendeia meia Espanha como acontece neste momento, é que estou ainda para saber.

Outra lenda avança que o pintor vendeu a alma ao Diabo, acordo do qual haviam resultado os lacrimejantes meninos.
Sim, porque há mais.
Existem pelo menos 56 versões, ou seja, milhares de catraios choramingas por esse mundo fora.

Não se sabe se são conjuntivites ou simplesmente remelas, mas aquela que ficou conhecida como a Síndrome de Bonga, tem levado a uma corrida generalizada aos serviços oftalmológicos de todo o mundo.

Em Portugal, os meninos chorões seriam atendidos no Santa Maria, mas o Ministério da Saúde, por razões que saltam à vista, equacionava transferir as crianças para locais mais seguros como os pavilhões de soldadura na Siderurgia Nacional, quando a Coca Cola Light interveio.

Caía o Carmo e a Trindade se alguém na Casa Pia tivesse anunciado que recebia gaiatos piegas em troca de bebidas gaseificadas.
Como é a Coca Cola ninguém diz nada, mas a mim ninguém me atira areia para os olhos.
E se atirarem, não me apanham a usar Avastin.

Questionado se havia esperança para as seis pessoas que tarde se candidataram ao papel de figurantes no "Ensaio Sobre a Cegueira", o director clínico do Santa Maria terá respondido um vago "vamos ver, vamos ver".

Além do Menino da Lágrima há outras coisas que não vemos há muito tempo e ainda bem.
Desapareceram de vista os naprons por cima das televisões a preto e banco.
Os galos de Barcelos que previam o tempo.
A Olga Cardoso.

Também não se sabe o que é feito do ET e se, tal qual o Zé Maria, teve uma oportunidade na televisão para mostrar que sabia fazer ovos estrelados.

Há quem diga que o cabeçudo enrugado vagamente parecido com o Andre Agassi se entregou à droga, requisita metadona de quando em vez e arruma carros em Alcântara.
Faz pela vida, é o que é.
E em terra de cegos quem tem um olho é rei.

Olhos de Água


S
erá uma conjuntivite ou apenas remelas?
Não interessa.
Este Verão evite que o Menino da Lágrima seja atendido no Serviço de Oftalmologia do Hospital de Santa Maria.
Troque-o por uma Coca Cola Light.

22 julho 2009

O Grande Dicionário Setubalense


Faz praticamente um ano que escrevi "Código Bocage", uma sátira às gentes de Setúbal, à forma peculiar como se expressam num quase dialecto a pedir meças ao mirandês e até à inusitada vocação para baptizar espaços comerciais, sendo novos exemplos o Centro de Estética "Não Mais Pêlo" e o Restaurante "Good Inho".

Hoje, no menu desta tasquinha que por acaso tem servido 98% dos seus petiscos directamente de Setúbal, temos algo diferente.

Um blog dedicado à causa setubalense, o "Perrlas do Sado" ensina a falar à boa maneira dos xarrocos e nós, com a devida vénia, aproveitamos a onda.
Cá vai disto:

Ápá - Epa. Forma de chamar alguém, ou dar início às conversas.

Soce - Gajo, tipo, amigo.

'Miga - O mesmo que "sóce".

Pérré - maré vazia.

'Tá o calorr à patada - Está muito calor.

Picolho, Barron, Panasca, Panlêre, Pedre Prroença - Homossexual.

Jogarre aos bonecos - Jogar aos matraquilhos.

Barraquerre - Pessoa que arma confusão.

Cherra à Porrtucel - Cheira mal.

Carramel – Palmelão.

Cagalête - Sesimbrense.

Camone – Forasteiro.

'Nha mãe - A minha mãe.

Arrepêze – Arrependido.

Amandar - Como em "amanda aí a bola!".

E para acabar em grande, depois deste lindo postal, algumas frases que podem ser ouvidas nesta bela cidade à beira Sado:Áparriga ia-te po grrel acima - Rapariga, quero ir-te à... coisa.

Á 'miga! Já passô a caminéte! - Amigo, já passou o autocarro.

Levas um murre pús bêces q`até ficas a fazêrre dóminó pós dôs lades! - Levas um murro na cara que até ficas esticado no chão!

Olha... na tarrda muito tás aqui tás ali! - É melhor ires embora.

Vai-te emborra choque, que fazes a àgua negrra! - Quando alguem é indesejado.

És feia comó batelão da Secil! - Quando se encontra uma menina mais feiazita.

Já 'tás mazé a porr muita mante'ga do pão"! - Já estás a abusar.

Ápá, ganda vase da merrda! - Quando alguém faz asneirada.

Alzirra mete os putos na barraca que vai haverre mocada! - Esta dá para perceber que vai haver molho.

Ápá, parriga, já deste comer aos passes? É q'eu fui ao medico da prosta, na tive tempo! - Mulher, deste comer aos pássaros? Eu fui ao médico da próstata e não tive tempo.

O que tu querrias erra um rabe d` arraia plos enterrefolhos acima! - Mais ou menos o mesmo que o tradicional "o que tu querias era levar com um ferro em brasa pelo traseiro acima".

E, para acabar em grande, uma história que consta ter acontecido numa noite de campismo selvagem, em vésperas das festas de Tróia:

- Ai, ai, ai Arrenalde,.... ai Arrenalde,... ai Arrenalde......tirra, tirrra tirrrrrra , tiiiiiiiiirrrrrrrraaaaaaaaaaaa, tem grrãsinhe d`arreia!!

Ou seja, "Ai, ai, ai Arnaldo, é melhor tirares o passarão da gaiola porque a passarinha está com grão na asa!"

21 julho 2009

Ah, Valente!


Pulido Valente, o comentador, tem cara de hospital.

Não no sentido profiláctico da coisa, não pelo carácter asséptico das suas intervenções, mas porque a sugestão de um enjoativo odor a éter infiltra-se pelas narinas quando aparece, às sextas, na televisão.

Aceita-se que, quando gasta quatro ou cinco minutos a defecar na sua (dele) casa de banho, o cidadão Vasco se assemelhe a um de nós, mas já não se aceita que, enquanto Pulido Valente, continue a dizer as mesmas merdas de sempre nos seus comentários.

Neste aspecto, o ensaísta, escritor e comentador político português, não só tresanda a éter, como eterno parece ser na sua bizarra maneira de esbracejar contra a corrente, algo que já vem dos tempos do "Independente".
Se chove, Pulido Valente quer sol ; se é para rir, Pulido Valente não acha graça ; se há borrego com ervilhas para o almoço, Pulido Valente quer caldeirada de choco.

E se na escrita o antigo deputado do PSD (pediu demissão ao fim de quatro meses) ainda se mostra acutilante aqui e ali, enquanto produto televisivo, repita-se, Pulido Valente tem cara de hospital.

Antes do mais, tal como um velho do Restelo acamado, Pulido Valente não se senta, esparrama-se na cadeira, como uma lapa pré-histórica, aqui e ali açoitada pelo chapinhar viperino de Moura Guedes.

Ultrapassado o impacto das imagens, tenta-se ouvir o que o analista político tem para dizer, e que é mais ou menos o mesmo que um doente a quem é dada a notícia de que terá que efectuar uma colonoscopia:
"Unnn... annn... não, penso queeee.... isso é estúpido.... e.... vamos lá a ver... annn... mmmm... estúpido..."

Para compor o cenário, ali ao pé, Manuela Moura Guedes arregala os olhos como se fosse um abutre, sobrevoando a velha carcaça de Pulido Valente, enquanto lá atrás, na enfermaria, digo, cozinha, não se tira mais um coelho anti-Sócrates da cartola.

A Feira Popular até pode já não existir mas às sextas, pontualmente às oito da noite, continua a sair da estação de Queluz um comboio-fantasma capaz de atropelar as saudades dos nostálgicos por freak shows.

OK


A
ndo satisfeito comigo mesmo.
Os dias da semana passada foram intensamente luminosos, iluminando o caminho que quero trilhar, tudo aquilo que quero ser, aquela com quem quero estar.
Não tenho, objectivamente, razões para duvidar que não serei um bocadinho de nada feliz.
E isso, este Verão, tem feito toda a diferença.
I just wanna be ok.

Bebidas de Mariquinhas para um Verão Fresquinho


O calor aperta, a sede desperta e uma certa vocação para bebidas um pouco mais amaricadas também.
Para equilbrar a coisa, quando as peço fora de casa, faço-o com voz grossa, o que resulta num momento bizarro digno do escárnio dos mais alarves e de dó dos mais condescendentes.

É de facto ridículo chegar ao café, engrossar a voz e pedir ao jeito de John Wayne um quarto de leite com chocolate Vigor, mas não encontro melhor maneira de o fazer.

O leite de chocolate da Vigor, estupidamente gelado como se fosse cerveja doce de vaca comilona de cacau é, portanto, uma das minhas escolhas de Verão e causa e consequência ditada pelo rebelde ponteiro da balança lá de casa e de todas as outras que ousam pegar-me ao colo.

O leitinho em questão (mais outra frase mais do que abichanada a merecer refexão) é ainda mais doce do que o da Ucal, o meu preferido durante anos.
Também é mais caro, mas a qualidade paga-se.

Ainda no lote de bebidas extraordinariamente açucaradas, referência para o Sunny Delight de Morango, que deve ser para aí uma das bebidas preferidas da Sara Kostov e não de um verdadeiro macho como... o Shrek.
Só me lembrei deste, assim de repente.

O Sunny Delight tem qualquer coisa a fazer lembrar as bebidas de infância, sem o pormenor da gasosa encontrada nos velhos pirulitos, nas groselhas ou nas Laranjinas C.
E alerta o meu palato para o poder refrescante das bebidas vermelhas, aproveitando a embalagem para corar de vergonha p'lo facto de ainda não ter provado um único Bloody Mary, outra bebida algo panisga.

A terceira escolha é uma cerveja.
Ah, bom!
Uma cerveja com um suave travozinho a limão.
Pois... já cá faltava.

Ao mesmo tempo levezinha como o Liedson e enérgica como o Moutinho, a Superbock Green será, com certeza, via do recente patrocínio entre o Sporting e a Unicer, a bebida dos sportinguistas este Verão.

E é assim, com um rugido meio bêbedo e um arroto na grande área, que volto a ter orgulho nos meus pêlos do peito.
Grauuurrrr!!!!!!

20 julho 2009

Foul Moon


O
queijo suíço é vagamente parecido com a Lua mas, felizmente, nunca vi um astronauta americano a saltitar em cima de um.

15 julho 2009

Número 500


Ok, já não é segredo, temos a Quercus à perna.
No dia em que as 500 postagens deste blog forem transpostas para livro - o que vai acontecer mais tarde ou mais cedo - não haverá mais árvores em Monsanto.
Dias difíceis para os esquilos e para a prostituição.
E para os esquilos que se dedicam à prostituição, ui, nem se fala.

Mas porque é que este blog é um dos que faz mais sucesso a nível mundial?
Foi o que procurou saber a equipa redactorial do "Eldorado" que saíu à rua para ouvir as pessoas e também para comprar o "24 Horas" que conta a história do namoro de Luciana Abreu e Yannick Djaló...

O que é que eu acho do "Eldorado"? Acho que isso é invenção do Socas! Se não encontramos petróleo, quanto mais uma cidade de ouro!! Os políticos querem é tacho!
Guilherme Pereira, 67 anos, reformado, gosta de jogar às cartas.

Isso é na internet? Tem gajas nuas?
Eduardo Nascimento, 47 anos, apaixonado por empregadas de balcão.

Por acaso tenho uma prima que tem uma vizinha que disse que o filho já viu esse filme.
Roberta Palma, 32 anos, manicure.

Ele de Dourado?
Eu acho que ele de dourado não fica muito bem.
Eu apostava mais num azul cinza, com acessórios espampanantes.
Etelvina Martins, 55 anos, responsável pelos figurinos da Marcha de Campolide.

É um passatempo que o mantém ocupado há algum tempo, e tudo o que sirva para ele não me chatear ou pedir dinheiro, é bom.
A minha mãe, 60 anos, pragmática capricorniana.

O meu assessor diz que 'tá giro, eu ainda não vi, mas prontos, espero que continue mais 500 anos... digo, pastagens.
Cristiano Ronaldo, 24 anos, jogador de futebol, já a pensar nas lides às espanholas.

Não estou interessado, obrigado.
Gajo (30, 31 anos) apressado na Praça do Comércio.

É um espectaááááculo!!!
Fernando Mendes, 45 anos, apresentador de televisão e frequentador de roulottes de bifanas.

Segundo informações a que tive acesso, é um blog feito por alguém dedicado, com um saudável sentido de humor, que não ofende nem enxovalha ninguém, muito menos ultrapassa os limites numa área tão pantanosa como é a do humorismo.
José Sócrates, 51 anos, primeiro-ministro, outra vez mal informado.

Já agora, dizer ao sr. Guilherme Pereira, que ele está enganado sobre a minha pessoa. Convido-o para uma cartada, onde terei ocasião de explicar que "não quero tachos".
Outra vez José Sócrates, esbanjando simpatia à beira das eleições.

Notícia TVI !
Em Vilar de Maçada, onde nasceu Sócrates, a dona do Café-Restaurante Central, assegura que o primeiro-ministro andava sempre à volta dos tachos, quando era pequeno.

José Sócrates mentiu uma vez mais e não quis vir à TVI falar sobre este assunto.

Manuela Moura Guedes, 53 anos, espécie de jornalista, atiçada numa destas sextas-feiras.

Há pouco, quando estava a falar com o senhor, não deixei cair a minha carteira?
Roberta Palma, 32 anos, manicure, depois de ter sido roubada em plena Praça do Comércio, por um gajo apressado.

Qué frô?
Tipo de cabelo oleoso, p'raí uns 40 anos (e 40 dias sem banho).

É ele lá ao fundo!!
É ele!! É ele!!

20 miudinhas de corpinho feito e juízo de minhoca, a correrem atrás de Ronaldo.

Se já não temos mão nisto, é melhor fechar a tasquinha, pelo menos até à postagem 501.
João Paulo Cardoso, 38 anos, sensual administrador deste blog, dirigindo-se à imaginária equipa redactorial do "Eldorado".

Clic... Clic... Clic...
Postagem nº 500 e blog a serem encerrados por hoje.

Como?! Está fechado? Não posso entrar?! Você sabe quem eu sou?! Não lhe admito, está a ouvir?
José Sócrates, 51 anos, 1º ministro, com um olhar assustador e um baralho de cartas na mão.

14 julho 2009

Meio Milhar de Coisas Estúpidas



O próximo post deste blog é o número 500.

A equipa redactorial do "Eldorado" saíu para a rua para auscultar o povão, no sentido de recolher opiniões sobre um dos mais importantes blogs mundiais.

Algumas das respostas são absolutamente surpreendentes.
Outras, são só parvas.

Durante este inquérito não foram molestados animais, excepção feita a duas travessas de caracóis que foram devoradas num instante.

Também há aquela velhinha que apresentou queixa só porque foi atropelada pelo nosso carro de reportagem, quando atravessava a passadeira.
Há gente mesquinha que não se pode.

Os inquéritos foram efectuados sem recurso a máscaras de protecção.
A ideia era contrair Gripe A e ganhar uns dias de férias.
Até agora, nada feito.


"O Eldorado nº 500"
Brevemente, neste blog.

Vida a Dois


O
estágio começou domingo e está a correr bem.
Nível seguinte no jogo da vida.

Isto de insistir em ser Peter Pan, perto dos quarenta anos, era mais com o Michael Jackson do que comigo.

Além do mais, não quero continuar a arriscar ser multado por excesso de fantasia, nas noites que saio a voar de pijaminha verde junto às girafas, chimpanzés, xanax's e pozinhos de prelimpimpim.

08 julho 2009

Who Nose?


O
filho mais novo de Michael Jackson poderá ser o único que é mesmo seu filho, até por algumas semelhanças fisionómicas.

Há quem diga que ele tem o nariz do pai.

Cabeças de Garoupa e Bolas de Ténis


Já tínhamos terminado o jogo de ténis com o resultado do costume, derrota vendida cara por este vosso desportista badocha, ao jeito das vitórias morais da selecção nacional de futebol nos anos 80 e 90.

O polo verde lima escolhido para enervar o adversário estava alagado em sangue, suor e lágrimas.
Mais suor do que tudo o resto, porque um homem não chora nem tem menstruação.

No court ao lado, dois cinquentões em plena forma, exibiam-se a anos-luz da nossa patética anterior performance.
Continuamos a jogar um ténis muito limitado ao fim de 10 anos de raquetadas que, valha a verdade, só são praticadas de 15 em 15 dias, ou nem isso.

Os cotas que pareciam saídos do filme "Cocoon" (filme de 1985 em que a velhada encontra a fonte da juventude), fizeram uma pausa no seu jogo estiloso de irrepreensível recorte técnico, acercaram-se de nós e endereçaram um convite quase irrecusável:

A participação num torneio que ali se realizaria no fim de semana seguinte, durante as Festas da Baixa da Banheira, onde - note-se a soberba desta gente - poderíamos "aprender com outros jogadores".

"É no sábado?", perguntámos.

"Sábado e domingo."

Bem... não apetecia verdadeiramente trocar todo um fim de semana de beijos da princesa que me tem como súbdito, por centenas de pancadas numa bola felpuda, mais para mais não sou um homem violento.
De qualquer forma o mais certo seria ser eliminado logo no primeiro jogo e...

"Se perderem o primeiro, podem jogar à tarde mais um jogo, com os perdedores!"

Realmente estes tipos não dão nada por nós mas, ao mesmo tempo fazem de tudo para nos agradar, nem sei como classificá-los... ann... parvos, acho que é isso que são.
Parvos que jogam melhor do que eu, mas parvos.
E velhos.
Aposto que cheiram a podre.

"Jogar pelo menos mais um jogo com os perdedores"... estou quase convencido.

"Jogam o primeiro jogo, vêm almoçar uma cabeça de garoupa com a gente, e voltam para um segundo jogo!"

Ui!
Sossega coração, agora é que estou conquistado!

O que eu não dou por um almoço onde possa chupar uma cabeça de garoupa!!
Com batatinhas cozidas, feijãozinho verde, e um fio de azeite como pedra de toque!

Só há mesmo 7.660.349 de refeições que gosto mais do que uma cabeça de garoupa.
Está é combinada uma delas para o almoço de sábado.
E assim sendo, este fabuloso programa terá que ficar para uma outra vez.

07 julho 2009

Bronco de Neve


Q
uase todos os jornais desta manhã aclamam um homem vestido de branco.
Não sabia que havia novo papa.
Neste caso um papa-todas.

O Melhor de Sempre


O melhor de sempre chama-se Roger Federer.

Não é idolatrado em Madrid, não dá pontapés na bola nem na gramática, não engata uma mulher todos os dias e, apesar de ser cada vez mais consensualmente considerado, aos 27 anos, o melhor jogador de ténis de sempre, não se envaidece assim que abre as pestanas na alvorada de cada manhã menos mediática mas muito mais gloriosa.

Vivemos tempos esquisitos.
A Gripe A torna-se coisa séria, uma pandemia como nunca tinha visto; a crise só vai abrandar lá para 2010 e é estar a ser optimista; o desemprego afecta todas as famílias; há carências ao nível da saúde, justiça, educação; é ano de eleições, europeias, legislativas, autárquicas; há conflitos armados um pouco por todo o mundo.

Ainda assim, as televisões nacionais dedicaram, em média, a primeira meia hora dos principais telejornais à apresentação de CR9, como novo rei de Madrid.
No Real ou no Esperança de Lagos, Cristiano Ronaldo tem, aos 24 anos, tudo para vir a ser o melhor jogador de futebol nascido em Portugal, suplantando, finalmente Eusébio.

Não sei se vale os 94 milhões de euros que pagaram por ele, mas sei que não vale a overdose mediática que engole tudo o resto.
O mundo rende-se cada vez mais ao acessório.
Neste caso, o mundo rende-se também a quem abusa de acessórios, sejam pochetes ou brincos de diamantes.

Se é para endeusar desportistas, escolha-se Roger Federer.
Nunca houve jogador de ténis tão ganhador, tão refinado em todas as suas acções de jogo.
E digo mais:
Nunca um desportista se aproximara tanto da perfeição.

O tenista suíço faz juz aos relógios do seu país, sempre certinho, até fora dos courts de ténis, onde se apresenta afável, educado, reservado, humilde, antítese do espalhafato madeirense que tomou Madrid de assalto.

Sempre valorizei o que as figuras mediáticas fazem para lá das actividades que lhes granjearam fama e proveito.
Mas isso sou eu, que sou parvo.

De qualquer forma, para quem não está familiarizado com o ténis, ganhar 15 Grand Slams (Open da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Open dos Estados Unidos), equivale para aí a cinco Ligas dos Campeões, dois Campeonatos da Europa e outros tantos Campeonatos do Mundo.
O currículo de Cristiano Ronaldo (ou mesmo o seu ego) nunca será tão extenso.

06 julho 2009


ELDORADO SILLY SEASON - DIA 1

Cristiano Ronaldo, literalmente a nossa ponta de lança enfiada bem no centro de Espanha, apresenta-se hoje à afición madrilena, à comunicação social, à família real espanhola, aos paparrazzis talibans, aos travestis, às prostitutas, a milhares de chicas desempregadas que sonham com o Euromilhões madeirense, enfim a toda a gente.

A retoma económica espanhola já teve início, pelo menos ao nível da venda de preservativos, cremes depilatórios e espelhos, muitos espelhos.


Barcelona pode ser, nesta altura, uma cidade cheia de inveja, mas Madrid está fodida.


***

Autor de autênticas filigranas literárias, onde vírgulas e pontos finais são mais raros que boas maneiras em S. Bento, José Saramago mandou Miguel Sousa Tavares àquela parte.

Requerida uma opinião sobre a possibilidade de MST e Maria João Pires fixarem residência no estrangeiro, José Saramago Lanzarote respondeu que Miguel Sousa Tavares "até podia ir para Marte".

O "Planeta Vermelho", por maioria de razões, vem amiúde à baila no discurso do antigo Nobel da Literatura, já que é para lá que o autor de "Ensaio Sobre a Cegueira" manda os seus ódios de estimação.

Mais difícil do que encontrar água em Marte, é encontrar um local sem proscritos saramaguianos.
Em comparação, Xangai até tem menos gente.
E mais comunistas.
Saramago deveria gostar.

Vamos mandá-lo para lá?

Em Grande


Dezenas de gigantes invadiram o Pinhal Novo, proporcionando três dias em grande.
Onde é o Pinhal Novo?
Começamos mal...

O Pinhal Novo, onde o "Eldorado" tem o seu quartel-general, fica na margem sul do Tejo, a menos de 50 kms de Lisboa, entre Palmela e Montijo.
Se ainda não estão situados enfiem um GPS num sítio que eu cá sei.

Já os gigantes (e os cabeçudos, percussionistas, actores, engolidores de fogo e afins) vieram de toda a parte.

O FIG (Festival Internacional de Gigantes) realiza-se de dois em dois anos e, desta vez, o maralhal rastaferiano chegou de Inglaterra, Espanha, Brasil, Colômbia, França, Índia, Itália e até vejam lá vossemecês, de Portugal.

Do que vi, saliento um espectáculo teatral com fogo preso, fogo de artifício e fogo que eles são bons e, claro está, o mega-desfile com todos os participantes, onde se destacou, na cauda do cortejo, os espectaculares Tocándar da Marinha Grande, um espectáculo à parte.

Também vi algo que passou despercebido.
O romance proibido entre uma gigante e um cabeçudo.

Ela com 3 metros e 20cm de altura, ele com uma cabeça do mesmo tamanho.

Enrolaram-se no jardim e estavam em pleno "truca-truca, toma lá disto, vai buscar, gostas pouco gostas", quando apareceram dois GNR.

Fugiram para um beco estreito, onde o cabeçudo foi apanhado.
Dela nada se sabe, talvez esteja escondida atrás de uma serra, sei lá.

O amor é lindo mas nem sempre acaba bem.

03 julho 2009

A Festa Brava


(antes de ler clique no vídeo em baixo, para ter banda sonora; obrigado)


Assim à primeira vista não haveria nada de mal, num país de sol e touros, que um ministro anunciasse, em pleno parlamento, que o próximo fim de semana seria já de folia em Vila Franca de Xira, ou seja, tempo para as míticas Festas do Colete Encarnado.

Mas pronto, este país ainda segue a máxima da mulher de César a quem não basta ser séria, tem que parecer, fingir, ou vá lá, simular um pouquinho de seriedade.
Já o que faz a mulher de Bernardino é outra conversa.

O ministro Manuel Pinho, que ainda pertence à mui nobre raça dos sarapintados (onde estou incluído com uma boa série de idiossincráticas diatribes) demonstrou uma vez mais que não tem aptidão para as lides políticas.
Ou que não tem jeito para as lides, ponto final.

Se bem que pertença a uma ganadaria socialista que facilmente investe a provocações em tons de vermelho, o ministro da economia terá que convir que, com aquele parzinho de chifres, não mete medo a um jovem forcado comunista, com alguns anos de experiência na arena política.

Na verdade, o "Eldorado" sabe que Manuel Pinho tinha intenção de mostrar um par de cornos mais imponente, imitando um alce, mas como titular da pasta da economia, não cedeu à tentação de economizar, mais para mais o pinho é uma madeira cara.

Há, no entanto, como em tudo na vida, que procurar um aspecto positivo na conduta do ex-ministro, e esse passa pela excelente lição de oportunismo no sentido não pejorativo do termo; há que saber agarrar as oportunidades quando estas nos esbarram no nariz:

Manuel Pinho, de uma penada, com os cornos no ar, afasta-se de um cenário de cerimónias fúnebres nas urnas, onde seria figura menor, entre vaias e apupos, e candidata-se enquanto figura de proa, aos aplausos e bebedeiras da festa brava em Barrancos.
Não deixa de ser inteligente.
It's all about the boy.

02 julho 2009

Um Verão Cheio de Coisas Patetas


Segunda-feira não perca o início do "Eldorado Silly Season", uma colectânea de apontamentos patetas que pontualmente vão passar por aqui.
Para ler e sorrir à sombra, com uma caipirinha na mão e chinelão no pé.

Era só isto por hoje.

Tenham cuidado com o sol, protejam-se das melgas, bebam muita água, façam amor com ventoinhas e não se esqueçam de sair à rua com cubinhos de gelo perfumados nos sovacos.

Pela minha parte vou ali trincar um Solero como se não houvesse amanhã.