Diz que continuam desaparecidos os cinco descendentes de conquistadores espanhóis, o chihuahua com uma pala no olho esquerdo e o unicórnio licenciado em gestão de empresas que procuravam a mítica cidade do ouro...
21 julho 2009
Ah, Valente!
Pulido Valente, o comentador, tem cara de hospital.
Não no sentido profiláctico da coisa, não pelo carácter asséptico das suas intervenções, mas porque a sugestão de um enjoativo odor a éter infiltra-se pelas narinas quando aparece, às sextas, na televisão.
Aceita-se que, quando gasta quatro ou cinco minutos a defecar na sua (dele) casa de banho, o cidadão Vasco se assemelhe a um de nós, mas já não se aceita que, enquanto Pulido Valente, continue a dizer as mesmas merdas de sempre nos seus comentários.
Neste aspecto, o ensaísta, escritor e comentador político português, não só tresanda a éter, como eterno parece ser na sua bizarra maneira de esbracejar contra a corrente, algo que já vem dos tempos do "Independente".
Se chove, Pulido Valente quer sol ; se é para rir, Pulido Valente não acha graça ; se há borrego com ervilhas para o almoço, Pulido Valente quer caldeirada de choco.
E se na escrita o antigo deputado do PSD (pediu demissão ao fim de quatro meses) ainda se mostra acutilante aqui e ali, enquanto produto televisivo, repita-se, Pulido Valente tem cara de hospital.
Antes do mais, tal como um velho do Restelo acamado, Pulido Valente não se senta, esparrama-se na cadeira, como uma lapa pré-histórica, aqui e ali açoitada pelo chapinhar viperino de Moura Guedes.
Ultrapassado o impacto das imagens, tenta-se ouvir o que o analista político tem para dizer, e que é mais ou menos o mesmo que um doente a quem é dada a notícia de que terá que efectuar uma colonoscopia:
"Unnn... annn... não, penso queeee.... isso é estúpido.... e.... vamos lá a ver... annn... mmmm... estúpido..."
Para compor o cenário, ali ao pé, Manuela Moura Guedes arregala os olhos como se fosse um abutre, sobrevoando a velha carcaça de Pulido Valente, enquanto lá atrás, na enfermaria, digo, cozinha, não se tira mais um coelho anti-Sócrates da cartola.
A Feira Popular até pode já não existir mas às sextas, pontualmente às oito da noite, continua a sair da estação de Queluz um comboio-fantasma capaz de atropelar as saudades dos nostálgicos por freak shows.
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