Diz que continuam desaparecidos os cinco descendentes de conquistadores espanhóis, o chihuahua com uma pala no olho esquerdo e o unicórnio licenciado em gestão de empresas que procuravam a mítica cidade do ouro...
31 julho 2009
O Dubai da Margem Sul
Não raras vezes imagino que estou no Dubai, quando atravesso a Ponte Vasco da Gama.
Isso é porque sou um grande camelo, mas também porque aprecio a arquitectura futurista do Parque das Nações, onde se fez a Expo '98.
O Ministro do Ambiente veio agora anunciar o Arco Ribeirinho Sul, um Dubai na Margem Sul, com hotéis de luxo, zonas residenciais, museus e centros náuticos.
Uma megalomania a concretizar até 2027.
Em 2027 terei, se tudo correr bem, 56 anos.
Não me parece que seja, nessa altura, um entusiasta das viagens de teleférico entre o Lavradio e o Samouco, ou que me apeteça abanar o capacete no equivalente ao Pavilhão Atlântico, que seria para aí o Pavilhão Ribeirinho.
Mas certamente gostarei de visitar o Museu do Ferroviário, o do Soldador e o da Prostituta de Coina e o grande centro náutico a construir na futura Lagoa do Poceirão, onde poderei velejar à vontade dando azo e asas à minha excentricidade.
Sim, gostava de ser rico no Dubai da Margem Sul.
Poderia frequentar o restaurante de luxo no alto da Torre Bocage e apostar em corridas de camelos na zona ribeirinha.
Ou simplesmente conduzir carros eléctricos ou movidos a Tortas de Azeitão que farão a vez das velhinhas bicicletas do Parque das Nações da margem norte.
Ou, como não terei netos, levar os gatos ao Sul Fun Park onde poderão brincar ao carjacking e ao paintball com balas de sopa caramela.
Tendo como opção o tiro aos pratos com maçã riscadinha.
Mas a coqueluche do Parque das Nações da Margem Sul, será, sem dúvida, o Comunário.
Um gigantesco tanque de água onde os capitalistas poderão apreciar e lançar pedacinhos de pão a mergulhadores comunistas de Cuba, da China, da Venezuela, de uma tribo da Sibéria e até de Almada.
Dizem os oráculos que a bem vermelha cereja no topo do bolo deste Comunário, serão os espectáculos do casal de morsas, Lenine e Catarina Eufémia.
Mil e um malabarismos com foices e martelos num tanque cheio de Sumol de Ananás.
Ora aqui cá está algo que não quero perder.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Agora é que se pode entrar cá, que estava isto cheio de anónimos a oferecer chocolate. Mandaste-os passear para o Sul Fun Park?
Sun:
Tive que tirar daqui toda aquela quinquilharia de loja de chinês, é verdade.
Não queria que pisasses um carrinho de plástico ou uma caixinha de música.
Beijos.
Enviar um comentário