30 junho 2009

Old Johnny


Q
uando é que aprendo que não tenho mais 20 anos?

Que não posso ter uma alimentação descuidada, que fico tipo zombie atropelado por um camião TIR em excesso de velocidade na 2ª Circular quando faço três noites seguidas a dormir quatro horas, ou que não devo prescindir de exercícios de aquecimento antes de fazer desporto?

Tens que ter mais cuidado contigo, old Johnny.
E se estás cansado de andar por cá, senta-te um bocado.

26 junho 2009

Bem-vindos à Nostalgia


Caros amigos eldoradenhos,

Não tendo a oportunidade de editar (ainda) livros com a minha prosa sui generis, venho por este meio convidá-los para uma viagem especial.
Uma viagem na "Máquina do Tempo".

Publicidade dos anos 70 e 80, os festivais da canção, as primeiras novelas da Globo, os desenhos animados da nossa infância, os tesourinhos fascinantes como o cubo mágico, as colecções de latas de bebida ou os pega-monstros, as notas de 20, 50 ou 100 escudos, as míticas séries de tv, os filmes, os melhores momentos do desporto, os videoclips dos anos 80 - a década de ouro da música pop - , as histórias de Walt Disney, os postais antigos de Lisboa e até a vida desse monstro da literatura internética, o sedutor João Paulo Cardoso, está tudo ou quase tudo no meu novo blog, dedicado aos mais nostálgicos.

Chama-se precisamente "A Máquina do Tempo" e as viagens regulares começaram no início desta semana, a 22 de Junho.

Esta semana fala-se sobre a Laranjina C, Michael Jackson, os primeiros gelados da Olá, a novela "Louco Amor" e o "Verão Azul".

Apareça, leia, comente, grave nos seus endereços favoritos, divulgue.

É por aqui:

O Último Adeus a Michael Jackson


Já tinha 14 anos quando ouvi pela primeira vez falar de Michael Jackson.
Não sei porque é que até aos 13 anos não percebia nada de música, tirando o que ouvia lá por casa, má escola, quase nada vindo de além-fronteiras.

Hoje, este tardio espevitar de orelhas para as melodias do mundo faz-me confusão, ao ponto de achar que seria quase autista, naqueles tempos de bolos de laranja e arroz doce.

O icónico cantor norte-americano já tinha lançado o mega sucesso Billie Jean e percorrido as estradas com os Jackson 5, mas ainda fui a tempo de conferir uma década irrepetível na música pop e na do cantor norte americano em particular.

Fui fã de Michael Jackson não ao ponto da histeria, dos gritinhos, de segui-lo pela Europa para o ouvir ao vivo ; nem sequer tive em Alvalade em 1992.
Mas fui aficionado ao ponto de comprar os discos, imitar-lhe os passos e ao ponto de achar necessidade de o defender do escárnio dos coleguinhas de brincadeiras, ávidos urubus pairando em torno das crescentes bizarrias do cantor.

Porque houve um tempo em que o talento passou para segundo plano.
Houve um tempo em que os jornais e revistas passaram a vender mais com a desgraça do rei da pop do que com os seus sucessos.
Um cantor a subir no top vende menos que um nariz a cair do topo.

Na verdade, Michael pôs-se a jeito.
Operações plásticas, um rancho de nome "Neverland" (parque de diversões, rios e zoo incluído) escândalos com crianças, casamentos arranjados, máscaras de rosto muito antes da Gripe A.
A glória detiorava-se rapidamente (e o rosto também, já agora).

Independentemente da panóplia de bizarrias, o talento de Michael para cantar, dançar, arrastar multidões era inquestionável.
"Billie Jean", "Thriller" (que vendeu 100 milhões de cópias), "Beat It", "Bad", "Black or White", entre outros temas, são inesquecíveis.

Michael Jackson morreu ontem à tarde em Los Angeles, aos 50 anos de idade.
A lenda continua.

25 junho 2009

Férias na Amareleja


Está decidido e não consigo esconder a excitação, o que se torna verdadeiramente incómodo quando ando de Metro:
As minhas próximas férias vão ser na Amareleja.

Tal como gosto de reservar uma semaninha no Natal para visitar um primo esquimó, ou apanhar escaldões no deserto, com um grupo de folclore beduíno com quem travei amizade durante um fim de semana radical em Buenos Aires, porque não passar o Verão na Amareleja?

Se há o turismo de massas (que consiste em cotevelinhos e fusilis a banhos no Algarve), o turismo rural (dividir cama com um burrico numa herdade alentejana), o turismo radical, cultural e até espacial, porque não este tipo de turismo a que chamei... ann... pateta?

O expoente máximo deste tipo de turismo surreal, absurdo e estúpido como uma porta, está então agendado para o perído de canícula, lá para Julho, ou Agosto.
Ou Novembro.
Ou em qualquer outra altura porque estamos em Portugal, recentemente confirmado como país tropical.

Estão formalmente convidados para 15 dias de loucura na aldeia mais quente da Europa, quiçá do Alentejo.
Um amigo meu, a que carinhosamente chamamos Palhaço, já disse que ia sim senhor, porque entende que lá anda tudo em cuecas, factor potenciador de amizade e algo mais.
Tratando-se das cuecas dele e relembrando o acampamento de 1985 em Tróia, eu diria "algo mais badalhoco".

Com uns belos 47ºC em 2003, se não me falha o mercúrio do termómetro e o disco rígido da cachimónia, já na última sexta-feira a bela aldeia alentejana alcandorou-se aos 41 graus que, com jeitinho, já vai dando para estrelar um ovinho no alcatrão.

Prevendo de antemão uma corrida a esse paraíso de férias do concelho de Moura, distrito de Beja, tratei de reunir o máximo de informação possível sobre a Amareleja, costumes, língua, moeda oficial, pontos de interesse, descontos no Minipreço, essas coisas.

Na internet, agradeço desde já a prestimosa ajuda e apoio psicológico da Cidália Guerreiro e do seu blog "Amaralejando", a que acedemos digitando no rectângulozinho http://amarelejando.blogs.sapo.pt/.

Se poderia ter posto aqui um link?

Poder podia, mas não era a mesma coisa.
Até porque a internet só funciona de segunda a quinta no Alentejo, depois está fechada.

Fiquei então a saber no "blog onde se deve falar de Amareleja e dos amarelejenses" que a aldeia e os skaters estão orgulhosos dos seus painéis solares, que são assim a modos que uma tablete de chocolate branco enterrada no meio da planície...

... que um dos pratos tradicionais é o "Caldo de Espinafres com Bacalhau"... (podia ser pior)

... ou que as origens de tão belo e colorido nome estarão explicadas num documento de 01 de Abril de 1695, onde se fala de um tal "Lugar de Nossa Senhora da Conceição de Mareleja".
Atendendo à data do papel bolorento, a coisa até deverá ser mentira but... who cares?

Importante mesmo é fazer com que o Turismo Pateta floresça radioso como um girassol e, nesse sentido, já ando a fazer a mala com aquele entusiasmo próprio deste tipo de férias.

A Teresa Guilherme recomendava num concurso que provocava aneurismas que nunca se esquecesse a escova de dentes.
Na mala do turista que pretende visitar a Amareleja, interessa mais uma boa colecção de cuecas.

Farei com que o Palhaço não se esqueça disso.


Publicado no blog "Porta do Vento", a 20 de Junho de 2009.

24 junho 2009

S. João


M
ais uma noite mágica na mui nobre leal e sempre invicta cidade do Porto.
O pum-pum de S. João no Porto, só encontra rival, digo eu que percebo de puns bem lançados, no fogo de artifício madeirense, nas passagens de ano.

Ontem deixei-me ficar uns bons 15 minutos a ver o fogo de artifício pela televisão, em horas impróprias para quem acorda de madrugada.
Hoje estou a cair de sono e não há pum que me acorde.
Mas valeu a pena.

As imagens que se seguem, mostram como poderia ter sido a Guerra do Iraque, se os líderes iraquiano e americano fossem orgulhosamente gays...

23 junho 2009

Comentem e Ganhem prémios


C
omentem os textos do "Eldorado"e ganhem um salpicão alentejano e uma morcela de Lamego.
Promoção válida até dia 30 de Junho.

.......................................
Mini-concurso autorizado pelo Governo Civil de Setúbal, de acordo com publicação do decreto 175/91.
Poderão ser encontrados vestígios de amendoins no salpicão.

O Conquistador


Faz a 25 de Julho 900 anos que nasceu D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

A festa vai ter lugar em Guimarães e, além do apodrecido aniversariante, conta com a participação de Cavaco Silva, ou seja, se não se sente confortável com uma atmosfera bafienta, nada de passear pela cidade-berço nos próximos tempos.
Vamos esperar que não haja muita humidade ou parecerá um fim de tarde nos subterrâneos do Vaticano.

Afonso não era santo, longe disso.
Além da dedicação à criação do Condado Portucalense, gastava os tempos livres a bater nos mouros e na mãe.
Tal qual os elementos da claque dos Super Dragões que não têm internet, nem bonecas insufláveis em casa.

Quanto a vícios e virtudes da internet estamos conversados, basta ver o tempo da sua vidinha que gasta a ler prosa espatafúrdia neste blog.

Em relação às bonecas insufláveis, entendo que são menosprezado contraceptivo, em tamanho gigante e forma (mais ou menos) humana.
Mas ainda bem que Afonso não tinha uma escondida debaixo da cama de dossel.

O que seria de nós, portugueses, sem noites de pancadaria no Bairro Alto ou umas belas palmadas nos alvos traseiros das moçoilas mais malucas?

22 junho 2009

Hard Cuore


Tem feito tanto, mas tanto calor, que foi só mesmo há bocadinho que os Bombeiros Voluntários de Alguidares de Baixo conseguiram apagar um incómodo incêndio no centro nervoso das impressionantes instalações tecnológicas que funcionam como quartel-general do "Eldorado".

Já o calorzinho que faz derreter a menina Hilton para cima do nosso CR7 (ou 9, ou lá o que é) ainda carece de umas boas mangueiradas, os interessados que avancem com ou sem tinónis.

Este blog esteve uma vez mais em lay off, pois esteve, mas, à excepção do motoqueiro-fantasma, do Tocha Humana e de um vizinho meu que trata as malaguetas por tu, não conheço quem consiga escrever num teclado em chamas.

Tirando hoje, tem estado um calor que não se pode.
Já devem ter reparado quando sentam os vossos respeitosos rabos nos vossos encalorados carros, em especial à hora do almoço.

Tem sido bom em matéria de poupança de gás...
Ocasionalmente levo um frango para a varanda e em menos de 10 minutos tenho uma churrascada para toda a família.

Tenho visto quem acenda cigarros sem riscar um fósforo e andorinhas sem casaquinho preto são aos magotes.
Podem não acreditar mas gosto de ver uma andorinha em lingerie.

Diz que o Verão começou ontem às 06 e 40 e tal da manhã mas, atendendo ao calor que fez em Março, Maio e desde terça-feira passada, só se for mesmo o Verão de 2010, porque o deste ano já cá estava e promete ser tão estupidamente escaldante como o de 2003.

Nessa altura era mais novo, agora custa-me mais, parece que trago uma calda de mel por cima, suo como se fosse interpelado no âmbito do caso BPN e ando sempre todo inchado.

Excepção feita a uma previsível carreira de sucesso no mundo da pornografia, não encontro nada de bom nesta situação.

Quando é que chove?

15 junho 2009

Puto Bill, o Motocário


N
ovas expressões da sempre rica língua portuguesa, inventadas recentemente por amigos e familiares:


Stander - Local onde estão expostos automóveis novos e usados para venda.
Exemplo: "Adoro aquele carro que está no stander"

Personecos - Cruzamento genético de bonecos com personagens.
Exemplo: "O Pato Donald era o meu personeco Disney preferido"


Motocário - Adepto de um estilo de vida sobre duas rodas motorizadas, vulgo motos.
Exemplo: "O Rui Zink é um grande motocário"

Puto Bill - Raça de canídeo que impõe respeito.
Exemplo: "Não quero o meu puto a brincar com um Puto Bill"

Fim de Festa


Terminaram ontem as Festas Populares na grande nação caramela.
O Pinhal Novo viveu seis dias de loucura, animação musical, etnografia, bebedeira e vómito.
O costume.

Conhecendo todas as cambiantes depressivas do meu ser, o pessoal estende o perímetro da algazarra até à minha casa.
São muito queridos e fofinhos mas, se de facto quisesse comer uma bifana às sete da manhã, teria juntado os trapinhos com aquela cigana da Roulotte Matias em Março de 1997.

A falta de estacionamento, em locais ditos normais como, vamos lá, parques de estacionamento, é outra das consequências das Festas Populares do Pinhal Novo.
Com sorte tenho conseguido arrumar o Saxo em Badajoz, depois até casa são só umas horinhas montadas num touro da Ganadaria Pancho Velasquez.

Por falar em touradas, felicito a excelente ideia de trazer para o Pinhal Novo uma praça de touros desmontável, que é a coisinha mais linda que já inventaram, logo a seguir ao Pinhal de Coina Portátil.

A festa terminou ontem com um eufórico João Pedro Pais a violar uma guitarra que, parecendo que não, dá um certo travozinho de rock à porcaria que canta e compõe.
Menu musical equilibrado porque, no primeiro dia, o José Cid tinha uma vez mais estragado o que brilhantemente compõe, guitarrando uma viola ou, no caso, um piano, não sei muito bem porque com o meu pescoço de pau não me apercebi o que fazia o cantor do olho de vidro.

Pelo meio, no papel de entremeada, a Rita Guerra e as suas canções de corno.
E por aqui chegávamos outra vez à questão das touradas.
Ou às largadas, com vinte e sete bêbedos e dois anões em cima de uma vaca com três pernas.
Deve estar no YouTube.

Tudo terminou com o fogo de artifício versão Vintage Scud '91, com rockets luminosos projectados em direcção ao atónito e desprevenido povo caramelo e até para cima de um dos elementos da banda de JPP que arrumava as coisinhas para ir para casa.

Pois é.
Nós no Pinhal Novo podemos saciarmo-nos facilmente com uma sandes de torresmo e uma sopa caramela, mas em matéria de crítica musical somos muito exigentes.

Robin Williams, se um dia vieres ao Pinhal Novo, às belas das Festas Populares, vais ter que dar o teu melhor.
Considera-te avisado.

12 junho 2009

Ainda Mais Novo Testamento 2:1


"Tendes a certeza, Senhor?" perguntou Mateus, comprometido.

"Sim. Tem que ser agora que não estamos a ser observados", respondeu o Messias, o cabelo apanhado em rabo de cavalo.

Soprava uma brisa suave e Mateus inclinou-se sobre o Senhor, sentindo como era ao mesmo tempo suave e pujante aquela demonstração de vida, que se erguia do colo do Escolhido.

"Como cheira bem!" exclamou Mateus.

E ficaram assim, abandonados ao deleite, durante largos segundos, tudo o mais não interessava.

Então, o Messias pediu que o discípulo se erguesse e que regressasse aos seus aposentos.

"Foste o primeiro, mas não devereis contá-lo a ninguém", recomendou o Senhor enquanto punha o manjerico à janela.

Santo António e Comparsas


Hoje é véspera de Santo António e eu continuo sem casar.
Já fiquei para tio, já me apareceram os primeiros cabelos brancos e a muitos outros já não vejo a cor.

Multiplicam-se artroses e dioptrias e já lá vai o tempo de saltar à fogueira, uma habilidade que teria dado jeito a Joana d'Arc.

Feitas as contas entre o deve e o haver, entre o que brinquei aos santos populares e ao que me resta agora, o saldo é nulo porque nunca fui folião de festas juninas.

Se nunca me casei com o Santo António, por evidente falta de vocação para paneleirices eclesiásticas desse nível, também nunca andei à porrada com alhos pôrros com o S. João, tal como nunca perguntei a São Pedro onde deixei as chaves ou se chove ou não.

Há intimidades que não se têm com esta gente que diz fazer milagres ou, pelo contrário, já todos teríamos ido para a cama com São Sócrates.

10 junho 2009

Telegrama Lusitano


H
oje é Dia de Portugal.
Os outros 364 são alugados porque a vida está difícil.

09 junho 2009

As Festas Impopulares


Quando a vila se enfeita com luzes e cores, a minha cabeça emboneca-se com fantasmas.

É uma espécie de tradição seguida pelo meu inconsciente para reavivar histórias dramáticas de 2004.
E não, não tem a ver com tragédias gregas com bola nos pés.

Passaram cinco anos e o estigma continua a esventrar sazonalmente esta velha carcaça, mais para mais num momento de crescente desmotivação, descrédito e uma dolorosa corcunda como bónus do mal.

Faço a devida e inevitável vénia ao guionista com laivos de Stephen King que escreve no destino as minhas desventuras.

As Festas Impopulares terminam assim para mim, ainda antes de começar.
Não me estou a ver de coluna torcida e pescoço ao lado a abanar o que resta do tronco, ao som de José Cid.

Não quero saber se o macaco gosta de banana, quando eu só gosto de ti.

E por ti, porque estás a meu lado, vou concerteza ultrapassar mais esta descida vertiginosa na montanha russa, sair incólume do outro lado e chafurdar a fuça no algodão doce dos teus cabelos.

Um dia aprenderei a gostar de mim mas por agora és tu quem amo.

08 junho 2009

Branquelas


É
de lamentar que todos os analistas políticos se tenham esquecido de considerar os nacionalistas do PNR como um dos partidos vencedores das eleições europeias.
Isto somando aos seus, os votos brancos.

04 junho 2009

Grande Mostra Portuguesa de Suspeitos à Mostra


Portugal é um tribunal à beira mar plantado, tantos são os casos mediáticos à espera de resolução.

Será que os pedófilos da Casa Pia vão ser castigados?
Houve marosca no caso Freeport?
Quantos se alambazaram no BPN?

Mais importante ainda:
Quem é que levou o pastel de nata que tinha aqui?
Aproximem-se.
Quero ver quem tem os cantos da boca lambuzados pelo creme, digo, pelo crime.

Por esta altura, com a chegada da "Playboy" portuguesa, esperava que Portugal fosse já "um país de peitos", mas não, é um país de suspeitos.
Vestidos dos pés à cabeça, não se mostram como vieram ao mundo, quanto mais o que têm feito nos últimos anos.

Suspeitos há muito, peitos à mostra só houve, até agora, dois pares, um da Mónica Sofia, outro da Cláudia Jacques.

Segue-se o par da menina Malhoa, ela própria suspeita de ter subornado o gerente de uma casa de tatuagens.
Ela já merecia ver criada uma comissão de inquérito, mais que não fosse para averiguar se o talento aparece, enfim, debaixo da roupa.

Já estou a ver o intrépido Nuno Melo, também ele um 'playboy', interrogar de forma dura, literalmente, a menina dos tattoos...

"Vai-me desculpar, senhora Malhoa, mas continuo a não ver onde escondeu o talento.
Se puder mostrar essa tatuagem aí ao fundo das costas...isso aí é o quê?
Uma rosa?
Desculpe não se percebe bem...
Se calhar convinha tirar essa roupinha...
para que esta comissão fique...
ann...
esclarecida..."

E isto das suspeições, de espreitar por cima do ombro, de segredar até listas de compras, parecendo que não, pega-se mais depressa do que uma Gripe A depois de ir para a cama com uma mexicana de nariz a pingar.

Eu próprio, no momento em que escrevo estas linhas, não confio em metade das teclas do meu teclado.
Parece-me estranho ver os algarismos na mesma fileira e haver uma tecla que promove letras pequenas a grandes, assim à laia de pagamento de favores...

Estou a pensar entregar pessoalmente esta crónica à Ana Vidal.
É que isto do e-mail também tem muito que se lhe diga.
E se o Oliveira e Costa, o Charles Smith, a Kate McCann ou o Vale e Azevedo andam metidos nesta coisa da Internet?

Ana, encontramo-nos atrás da casa amarela, está bem?


Publicado no blog "Porta do Vento" em 29 de Maio 2009.

02 junho 2009

01 junho 2009

Dia Mundial dos Mais Pequeninos


O que é hoje ser criança?

Será apenas tirar macaquinhos do nariz e colá-los na parte de trás do Magalhães?
Ou chantagear os pais para ter a televisão ligada no Canal Panda?
Ou vestir de homenzinho para cantar na TVI?

Olho para os gaiatos e vejo parte deles crescer com os vícios dos adultos.
É certo que 99,9 das crianças com menos de 10 anos não vai para o bar emborcar bejecas, mas espreito pelo canto do olho, o festival de trejeitos quando limpam da face os beijos melados da avó que lhes cheira a mofo.

Uma criança digna dessa mágica condição, só o é verdadeiramente quando percebe o valor do cheiro a mofo da avó, porque um dia todos vamos cheirar a resina queimada.
Ou coisa pior.
Eu gostava de envelhecer com um ligeiro odor a incenso de jasmim.
Mas isso sou eu, que sou parvo.
Continuando...

Há cada vez menos crianças a jogar à bola lá fora, a andar de bicicleta enquanto assobiam a música do "Verão Azul".
Entregaram-se aos jogos de computador, à voracidade competitiva por um telemóvel ou um par de ténis da Nike.

Já sabem que as cegonhas não vêm de Paris mas, na sua essência, estão longe de aprender a voar.

Apesar de tudo, quero acreditar que o futuro é delas.
Das crianças.
Sobretudo das que não berram alto.

Bocas de Xarroco e Cavalos Marinhos


M
inhas senhoras e meus senhores, o Circo Victor Hugo Eldoradi, tem o prazer de vos apresentar, duas das mais recentes estrelas do YouTube!

Do lado direito, de fatinho finório, com uns quantos quilos a mais, e numa excelente demonstração do que é mais requintado na advocacia... Marinho Pinto!!
Clap, clap, clap!

Do lado esquerdo, ocasionalmente com uns óculos parvos, e com uns quantos centímetros a mais na bocarra, numa excelentre demonstração de jornalismo travestido, persecutório e sensacionalista...Manuela Moura Guedes!!
Clap, clap, clap!

Excelente combate entre duas figuras públi... entre palhaços, enganadoramente ganho aos pontos por Marinho Pinto.
No fim de contas vence a TVI, capaz da genialidade de inventar o primeiro noticiário/reality show do mundo.
Eu ainda hei-de ver o José Eduardo Moniz a andar de bicicleta...

São 9 minutos e tal mas vale a pena. Ou não.

Habemus Putas


E
m mais um assomo de serviço público, antecipando a possibilidade de serem teletransportados para a Roma do ano 325 a.C (está sempre a acontecer) aqui fica um pouco de latim.
Quem é amigo, quem é?

"Adeamus ad montem fodere putas cum porribus nostrus"

Que, de acordo com o poliglotismo de quem me enviou a frase por e-mail, quer dizer

"Vamos à montanha plantar batatas com as nossas enxadas"

Fantasmas na Cidade


Há quanto tempo não veem uma comédia romântica de alto nível?
Vai uma sugestão ?
"Fantasmas na Cidade", ("Ghost Town") com o soberbo Ricky Gervais.

É bom?
Então se eu digo que é "uma comédia romântica de alto nível"!!!

Pronto, eu desculpo, vocês não estavam com atenção.

Mr. Gervais é Bertram Pincus, um dentista anti-social e mal humorado que, depois de uma colonoscopia, na sequência de uma anestesia onde "morre" por sete minutos, adquire a capacidade de ver, ouvir e, infelizmente para ele, atrair fantasmas que vivem no limbo, com situações que ficaram por resolver na sua vida terrestre.

Recém-chegado ao outro lado, Frank (Greg Kinnear), um advogado adúltero, segue Pincus para todo o lado, procurando convencê-lo a desencaminhar Gwen (Téa Leoni), a víuva, que encetou uma relação com outro homem.
Como é óbvio, ao fim de algum tempo, Pincus descobre que afinal tem coração e apaixona-se por Gwen, enquanto procura reencaminhar uma série de fantasmas para a luz eterna.

O filme é belíssimo, terno, adocicado, envolvente, até poético, filmado com sensibilidade, muito equilibrado e pontuado com postais nova-iorquinos que revelam que, por detrás do bulício, de uma vida a 200 à hora, mesmo para os corações mais empedernidos e personalidades mais cínicas, há ainda tempo para amar.

Assim vale a pena alampar o rabo no sofá.