30 setembro 2008

Castração Química

Conversa entre dois pedófilos:
- Já viste o que para aí vai? Assaltos, homicídios... uma onda de crimes!
- É... hoje em dia temos que andar sempre em cima das crianças.

Noé um Dilúvio? É pois.

Depois do que choveu este fim de semana no Algarve, os meus pais estão entusiasmados com a ideia de atracar a roulote na Marina de Vilamoura, ao lado do iate do Herman.

29 setembro 2008

Mais Liga Sardas

Avisam-se todos os leitores deste blogue, em especial os adeptos do futebol nacional, que já está lá em baixo, na coluna da esquerda, mais uma edição da "Liga Sardas".
Isto na semana em que as águias deram duas bicadas no leão.
Raios.

O meu amigo toca-discos

O João Moço, com blogue próprio aqui, e foto aqui à direita (é o mais clarinho) é um dos tipos que faz o favor de ser meu amigo.

Além do programa na rádio, das apresentações de festas e bailaricos e do blogue, vai fazendo pela vida como dj, respondendo pela pateta designação "Dj Jay Emme".

Ainda não é uma estrela como o Dj Vibe, o namorado da Merche Romero - nem nunca vai ser, já agora, só para lhe dar uma forcinha - mas já esteve a rodar discos no norte, no Algarve, em Espanha e até, vejam só, na Costa de Caparica.

Foi mesmo aí que ele esteve na semana passada, na Recepção ao Caloiro da FCT, onde esteve também o Quim Barreiros, os Irmãos Catita e até a doce Rita Mendes, também ela dedicada ao... ao... "deejeiing".

Acontece que o pequeno buda nãotem tido muita sorte.
Tanto é apelidado como "Dj João Moço", como "Dj Jay Emme", como "Dj residente".
E assim a marca não deixa marca.

No sentido de o ajudar, contactei um grupo de advogados que começou a trabalhar imediatamente após uma noitada numa casa de strip.

COMUNICADO

Os representantes legais do dj Jay Emme informam a opinião pública em geral e a vasta legião de admiradores do toca-discos em particular o seguinte:

Ponto 1: Os representantes legais do dj Jay Emme vão levar a cabo os procedimentos legais que considerarem adequados no sentido de devolver a credibilidade ao seu representado.

Ponto 2: Nesse sentido será instaurado um processo judicial a todos os que, em vez da designação oficial "Jay Emme", utilizarem as designações "dj João Moço" ou "dj residente".

Ponto 3: Os representantes legais do artista toca-discos Jay Emme informam que o mesmo não tem qualquer hipótese de encetar um relacionamento - por mais ténue que seja, mesmo que apenas baseado em "ir tomar um café" - com a dj Rita Mendes.

Ponto 4: Assim sendo,todos os fãs moçambicanos do artista toca-discos podem continuar descansados que o mesmo vai continuar com a aparelhagem das traseiras disponível.

Ponto 5: O artista toca-discos Jay Emme, representado por este conjunto de profissionais causídicos passa a exigir a partir de hoje, no seu camarim, duas pizzas de atum com cogumelos para afagar a larica que sente antes de actuar.


Sem mais de momento,

Comissão de Acompanhamento Judicial do Artista Toca-Discos Jay Emme

(assinatura ilegível)

26 setembro 2008

O Código Bocage

Em 1765, quando Bocage nasceu, Setúbal ainda não era cidade, mas já vivia muito bem entalada entre o Sado e a Arrábida.
E é muito importante uma cidade estar bem entalada para se sentir mais aconchegadazita, principalmente no Inverno.

Nesses tempo, o rio era mais azul, as praias tinham menos gente e, além de Bocage, outros setubalenses tinham jeito para a palavra escrita, falada e até cantada, em especial pela cantora de ópera Luísa Todi.

Praticamente 250 anos depois, já cidade, ainda e sempre bem entalada, agora em todos os sentidos, salta à vista que Setúbal perdeu fulgor e é sempre a primeira a ajoelhar perante uma cabeçada da crise nas partes baixas.
Salta também à vista o elevado índice de desemprego, de criminalidade e um exagerado orgulho em ser, assim mesmo, setubalense.

E salta ao ouvido os érres acentuados e nomes de bairros e firmas comerciais que não lembrariam ao Diabo, digo, a Bocage...

A parte mais alta da cidade, a ocidente, é constituída pela Reboreda e pelo Viso.
Na parte leste ficam as Manteigadas, onde se faz a Feira de Santiago.
E há a Terroa, a Tebaida, a Pedra da Anicha...

Curioso termo, "Pedra da Anicha"...

"Vem cá 'miga, que eu vou darr-te prrazerr!"
"Ó Manel, tu deixa-me, mas é!"
"Vem cá! Querres que te parrta, os corrnes, querres verr?"
"Eu não quero fazer o truca-truca, Manel! Dói-me aqui em baixo..."
"Mas já tiveste o perríode, a semana passada!"
"Mas dói-me a passarinha, que é que queres? Tenho uma pedra na anicha..."

Interessante é também o nome Bairro do Peixe Frito.
Está bem que Setúbal é uma terra conhecida pelo bom pescado servido à mesa, mas não vamos exagerar.
Será que a Guia tem um "Bairro do Frango Assado"?
A cidade invicta uma "Rua das Tripas à Moda do Porto"?
O Vaticano um "Largo do Papa com Cara de Bulldog"?

Mas o meu nome favorito para um bairro de Setúbal é o "Ferro de Engomar".
A fonte de inspiração é claramente doméstica e ainda bem que foi fonte que secou.
Ou haveria neste momento um "Bairro do Esfregão da Louça" ou até um "Bairro do Piaçaba para o Cocó".

"Ei, bacano! Onde é que moras?"
"No Bairro do Piaçaba."
"Então és adepto do Piaçabense?"
"Não, sou do Desportivo Cocó."

Esta criatica arte de estranhos baptismos, não se fica pelos bairros da cidade.
Está também bem patente em algumas empresas.

O Centro Comercial Dufa, um espaço emblemático numa cidade ainda sem um grande shopping, é só um primeiro exemplo.
Felizmente não existe um Shoppping Beido ou a Mercearia Farroto.

E a Papelaria Crisdina?

"Esdou? É do zenhor dos toldos?"
"É sim."
"É a zenhora da papelaria. Atchim!! Gaita de consdipazão!""
"Diga."
"Já zabemos qual o nome para esdar... chuiff!!... no toldo da papelaria... Atcim!!"
"Qual é?"
"Papelaria Crisdina."
"Crisdina?"
"Não, Crisdina... chuiff..."
"Cris... di... na."
"Não!! CRIS... DI... NA!!"

E assim ficou: "Papelaria Crisdina".

Há também o Talho Met Carnes.
Quando vi o carro da empresa juro que pensei tratar-se de uma empresa de distribuição de filmes pornográficos.

Por falar nisso, também não parece muito acertado o nome escolhido por uma empresa de construção civil: Pintêxito.
Devem ser especializados em pequenas obras.

Concluindo, com tantos e tão estranhos nomes, só se pode dizer uma coisa das gentes que vivem à beira Sado:
Já Bocage não são.

25 setembro 2008

Magalhães, o portátil e o punível

São funcionais, ultra-resistentes e esteticamente interessantes, os Magalhães.

Computador portátil de cunho português, disponibilizado gratuitamente ou no máximo em troca de um valor que não ultrapassará, em nenhum caso, os 50 euros, o Magalhães é o orgulho do tio Sócrates e o novo melhor amigo das crianças.
E uma janela de oportunidade para a Pedofilia.

Este não é só um exercício de humor.
É um alerta.
Para os pais e tutores de todas as criancinhas do nosso país fascinadas com o seu Magalhães.

Se o gaiato, à hora do jantar, comentar que aprendeu os contornos algo gelatinosos da geografia política com o Magalhães, sorria: o seu menino está a aprender com o melhor dos novos tempos.

Se o petiz, enquanto pontapeia a bola no jardim, comenta consigo que aprendeu a colocar todo o plantel do Sporting numa folha de cálculo Excel, rejubile: o seu rebento está a aprender com o melhor dos novos tempos. E com a melhor das equipas portuguesas.

Se o seu pimpolho, durante um episódio dos "Morangos com Açúcar", referir que o Magalhães é o seu melhor amigo e que até já foi comer um gelado com ele, estranhe: os computadores portáteis não comem gelados.

Se o seu fedelho, durante uma visita ao Jardim Zoológico, confidenciar-lhe que o Magalhães já o convidou a ir lá a casa, alarme-se: pode ser um Magalhães de apelido, de carne e osso, e o seu bebé está a ser desencaminhado por um pedófilo, o pior dos novos tempos.

24 setembro 2008

El Diablo Colombiano

O Diabo existe e vive na Colômbia.
Belzebu vai exportar para o nosso país a Caracol TV, uma estação de televisão colombiana cujo maior êxito é a novela "Sin Tetas No Hay Paraíso".
Promete.

Já não bastava o café, a droga e as ancas bamboleantes da Shakira.
Sacana, o Diabo.

AnimaVerão - Vickie


7. Vickie, o Pequeno Viking


O Verão já lá vai, mas a rubrica mais nostálgica do "Eldorado" continua de vento em popa.
E, para aproveitar o vento, navegamos com os vikings, porque sempre sai mais barato que usar os novos ferries que fazem a ligação Setúbal-Tróia.

Quem não se lembra do Vickie?
Não, não era aquilo que metia no nariz quando estava com as narinas entupidas.
Refiro-me à série de animação que a velhinha RTP transmitiu a partir de 1974, 77 episódios adaptados das histórias de Runer Jonsson, uma co-produção entre a Alemanha e o Japão.

Sim, em 1974 já tinha nascido.
Sou um cota.
Espero que não seja por isso que os mais jovens deixem de vir aqui e que me ponham os cornos preferindo outros blogues.
Isso seria um "Boicota" ao "Eldorado" e eu ficaria triste.

Por falar nisso, era muito bonito saber que, mesmo petizes, nos solidarizávamos com o pequeno Viking que, tão novinho ainda, já apresentava nas frontes a marca da traição.
E apesar disso, não deixou de brincar e de divertir quem o via no pequeno ecran.

Os países do norte da Europa sempre foram assim, mais evoluídos, mais civilizados, mesmo os vikings.
Nos países latinos, não raramente, o infeliz contemplado com um par de cornos vinga-se matando a esposa e o amante, vai às putas e embebeda-se.
Não necessariamente por esta ordem.

22 setembro 2008

Liga Sardas

Informam-se todos os frequentadores desta casa de petiscos que o "Eldorado" passa a ter disponível no seu indigesto menu, a "Liga Sardas", servida semanalmente na coluna da esquerda.

Os primeiros petiscos para picar, acabaram de sair e ainda estão quentinhos.


A gerência.

Inverosímil e Abominável

É um dos mais polémicos programas do ano e nessa condição está garantido em matéria de publicidade e audiências.

Espelho do que resta de um Portugal profundo, ordinário e fanfarrão, temperado com a crise galopante que exige aos menos estruturados vender a intimidade do seu quotidiano, o "Momento da Verdade" da SIC consagra entre outros, o badalhoco machista que anda com notas no bolso para mostrar que é rico lá na rua dele, e que prega em directo que não tem orgulho no filho e que bate na mulher.

Tudo muito abjecto, invasivo e... incompleto.
As melhores perguntas ficam por fazer, inclusive à apresentadora especialista em esventrar vidas alheias, sedentas de protagonismo e meio maço de notas.

Nada parcimoniosa em berros e gestos, péssima telegenia, fraca na apresentação, nula na representação e deixando muito a desejar no relacionamento humano com colaboradores e subordinados, como é que Teresa Guilherme chegou onde chegou?

E o pior é que se faz escola.
No mesmo canal onde se oferece tempo de antena a tertulianos efeminados, também a Maya foi promovida a apresentadora, vejam só.
Será que estava escrito nas estrelas?

20 setembro 2008

Fado para afastar as nuvens

Chamam-se Deolinda e são a revelação do ano.
Aqui fica o "Fado Toninho" para afastar as nuvens.

19 setembro 2008

O Nevoeiro

Gosto de manhãs de nevoeiro porque parece que saio de casa ainda envolto no lençol.
Se não tivesse vergonha do meu pijama com ursinhos, saía por aí com a minha fronha na fronha da almofada.

Hoje o nevoeiro estava tão espesso que aproveitei-o para barrar um pãozinho Bimbo sem côdea.
Levei um termo com cafezinho e mamei três muffins e um donut com creme.
Não se via um boi o que é bom na auto-estrada.

Em Setúbal, nos semáforos, D. Sebastião vendia a "Cais".
Tipo simpático.
Pena cheirar a podre.

AnimaVerão - Heidi


8. Heidi

Ainda a Dulce Pontes não tinha mamocas e já outra menina era famosa por andar de pé descalço.
"Heidi" foi um dos desenhos animados mais famosos da infância dos agora quase quarentões, sendo que esta frase dá-me vontade de ir ali emborcar um garrafão de lixívia e acabar de uma vez com este lento definhar de um outrora jovem e atlético garanhão.

Foi a 22 de Fevereiro de 1976 que a RTP transmitiu pela primeira vez a "Heidi".
A série foi realizada por Isao Takahata, com a ajuda de Hayao Miyazaki ("Conan, O Rapaz do Futuro", "A Viagem de Chihiro", etc.) nos fundos e nos storyboards e é adaptada de um livro da suíça Johanna Spyri.
Isto é o serviço público do "Eldorado", caros leitores.

Agora isto já é a abandalhar:

O que os 52 episódios sobre a menina orfã que vivia com o avô nos Alpes não mostraram foi as cambalhotas que a Heidi deu com o Pedro.
Sim, porque o ar das montanhas é o Viagra dos pastores, guardas florestais e meninas rabinas.
E eu sei, de fonte segura, que a Heidi gostava de truca-truca nos fofinhos montes de feno do celeiro do avô.
E o Pedro não dizia que não, mesmo quando, invariavelmente, a gajinha cheirava mal dos pés por ter pisado outra vez caca de ovelha.
Que bem se está no campo.

Além da Heidi - lê-se "Aidi", mas toda a gente dizia "Eidi" - , do Pedro, do avô e de uma série de bicharada própria dos Alpes, como um fiel S. Bernardo, havia também, parece, uma menina em cadeira de rodas chamada Clara.
Claramente uma memória enevoada porque não me lembro desta personagem e, para além do mais, não tomei grande atenção aos recentes Jogos Paralímpicos.
Ui! Agora é que estraguei tudo.

17 setembro 2008

Post-Mortem

Hoje, na rádio local onde trabalho, para além das obras no piso superior, com direito a tum-tum-tum pelo meio dos noticiários, há ainda a possibilidade de ter ocorrido uma fuga de gás.

Estão os bombeiros sapadores e a PSP ali em baixo e a memória do que aconteceu há 10 meses num prédio em Setúbal, está bem viva.

Ou ficar debaixo de escombros ou ir pelos ares.
Umm... Difícil escolher.
Não há nada relacionado com massagens tailandesas, não?
Pronto.
Era só para saber.

Tudo isto depois de ter escrito, o que escrevi ali em baixo.
Ironias da vida.

Goste muito de, virtualmente, os conhecer.
Tchauzinho.

O que Fazer Depois de Morrer


Hoje em dia, os chamados "livros de auto-ajuda"cobrem todas as áreas:

"Como Despachar o seu Marido", "Os Segredos do Segredo do Segredo para Além do Segredo", "A Cura Através das Conchinhas de Praia", etc, etc, etc.

Etc.

Et cetera.

Idem.

Ibidem.

Et pluribus unum.

Há dias vi numa livraria o seguinte título:
"O Que Fazer Depois de Morrer"
A sério, este existe mesmo.
Craig Hamilton-Parker é o autor.

O que pode levar à seguinte situação:


Cemitério de Carnide.
Lisboa.


"Olha... engraçado.
Está tudo às escuras aqui e parece que estou dentro de uma caixa...
Bem... vou levantar-me porque tenho mais que fazer."

Forte cabeçada com direito a palavrões Hugo Chavianos.

"Chiça!!
Tu queres ver que eu morri?
Olha que chatice!
Como é que será que ficou o resultado do Sporting ontem?"
Breves momentos de silêncio para pensar na vida que passou depressa demais.

"O que é que eu faço agora?"

Várias batidinhas de percussão e um som estúpido a imitar uma guitarra portuguesa.

"Povo!
Que lavas no riooooooooo!!!!!
E talhas com o teu machado!
As tábuas do meu caixãoooooo."

Outra vez o som ridículo a imitar guitarra portuguesa.

"Pode haver quem te defenda!!!
Quem compre o teu chão sagradoooooo!!!!
Mas a tua vida não!"Pausa para tirar um burrié e colá-lo no tampo do caixão.

Espirro, sem a habitual réplica "santinho".

Valente traque e vontade de abrir uma janela.
Não há.
Paciência.
Cá se fazem, cá se cheiram.

"É verdade!
Onde é que está aquele belo livro do Craig Hamilton-Parker?"

Prospecção no bolso do casaco onde encontra um terço, bilhetinhos escritos por alguém e um rebuçado Dr. Bayard.

"Olha, um rebuçadito.
Ainda bem.
Estava a morrer de fome."Outro espirro.

"Mau!!
Queres ver que estou a chocar uma gripe?"

Mais iniciativas de prospecção.

"Não encontro a merda do livro.
Estou lixado com isto!
O que é que eu faço agora?"

Agora sou só eu que venho aqui escrever que, se não estão a gostar, isto está quase a acabar.
Ah! O nosso herói encontrou o seu telemóvel.

O dele.

O que é que o seu telemóvel estaria a fazer dentro de uma urna no cemitério de Carnide?
Vamos lá a não ser parvos.
"Deixa-me lá ligar para a Maria a ver se ela vem cá trazer a merda do livro."

Vendo computador e impressora usados.
Bom preço.

"Não tenho rede, é o costume!
Isto assim não há condições, para o ano não venho para aqui."

***********
Se gostou deste post-mortem (trocadilho genial, n'est-ce pas?) deve estar mortinho para comentar, não?

16 setembro 2008

ABBAcadabra

Foi um dos melhores momentos do ano.
O melhor musical que vi no cinema era, desde há muito tempo, "Serenata à Chuva".
Até que vi isto.

15 setembro 2008

Pimienta y Malaguetas

O
H
ugo Chávez tem sido, nos últimos tempos, o maior impulsionador do castelhano como língua global.

Frases como "porqué no te callas?" ou mais recentemente a sofisticada "váyanse al carajo, ianquis de mierda, que aqui hay un pueblo digno!" tornaram a língua castelhana muito mais atractiva às orelhas de abano dos americanos, tradicionalmente duros de ouvido e ruins de neurónios.

Ainda por cima são frases que ficam lindamente estampadas em t-shirts, embora a última só fique bem em tamanhos XXL.

"Váyanse al carajo, ianquis de mierda, que aqui hay un pueblo digno!" é uma frase extensa, 12 palavras sem contar com a vírgula e o ponto de exclamação.
E se alguém tiver a ideia de juntar a política à religião, pode colocar as 12 palavrinhas sentadas a uma mesa numa última ceia com um enorme "carajo" fazedor de milagres.
Seria uma t-shirt mais iconográfica.
Fica a sugestão.

Outra das qualidades de Hugo Chávez é o de ter algumas semelhanças com a Soraia Chaves e não é só na sonoridade do apelido.
É que só a actriz portuguesa consegue competir com o bimbo sul-americano na arte de ejacular
palavrões, basta recordar o "Call Girl".
Embora, há que dizê-lo, se eu fosse colocado todo nu em cima do Nicolau Breyner, também desataria a dizer palavrões.

Há ainda a referir que não basta ter estalactites de malaguetas no céu da boca e montinhos de pimenta debaixo da língua.
Não basta ser ordinário.
Vamos beber dos ensinamentos do mestre.
Vejamos.

Voltemos a Hugo Chávez e ao momento que pragueja contra os americanos (veja aqui).
A parte que mais gosto é a do final: "Váyanse al carajo 100 veces!".
Isto é classe e requinte, meus amigos.

E tanto assim é que, por cá, Sócrates está a pensar usar estes mesmos métodos durante as próximas grandes manifestações organizadas pela CGTP.
O primeiro ministro está a pensar aparecer de repente em cima de um poste de electricidade a gritar finalmente o que lhe vai na alma:

"Vão se foder comunas filhos da puta!
Vão todos p'ró caralho e levem no cu até manhãzinha!
Vão se foder... ann...
bué!"

12 setembro 2008

Regresso às Aulas

O Joãozinho estava feliz da vida.
Já tinha tudo o que era preciso para a escola: a mochila, os livros, os lápis e as canetas, os cadernos e um taco de basebol para espancar a professora.

20 mil cliques

20.000!!

O
"Eldorado" atinge hoje a marca histórica das 20 mil visitas.
18 mil da primeira série do blogue, mais dois mil desde 23 de Julho.
Pouco a pouco lá vai subindo a média diária de visitantes.

A todos, o meu muito obrigado.

11 setembro 2008

Bombeiros, Polícias e Ladrões

Setúbal recebeu esta manhã as comemorações oficiais do novo Dia Nacional do Bombeiro Profissional.
Dezenas de sapadores e outros profissionais na arte de manejar a mangueira fizeram formatura para o ministro da Administração Interna apreciar, por detrás das suas lentes grossas de fundo de garrafa.

Como eram mais de 300 homens fardados, entre bombeiros e polícias, a comunidade gay setubalense compareceu em peso e era vê-los desunharem-se e esfarraparem as suas plumas e lantejoulas para poder tocar, ao de leve que fosse, num soldadinho da paz.
Posso assegurar às mulheres dos polícias e dos bombeiros que os rapazes saíram incólumes desta aventura.

Já não posso dizer o mesmo quanto à súbita tempestade que se abateu sobre a Praça do Bocage.

Uma ou duas rajadas de vento levou pelos ares um vendedor de cautelas, a estátua do Bocage com um pombo de penas arregaçadas que purgava alegremente e dois ésses de Azeitão que pareciam no ponto, a julgar pela canela que me caíu nos olhos.
E ainda meia dúzia de bombeiros de Carnaxide que foram retirados de cima de uma árvore pelos bombeiros de Alpiarça.

Rui Pereira, que tem a tutela dos Bombeiros, é também o responsável máximo pelas polícias e, já que ninguém do governo tinha ainda prometido nada até àquela hora do dia, assegurou ali mesmo que o reforço policial vai ser para cumprir a curto prazo, pondo fim à onda de assaltos que assola o país.

Já agora, sr. ministro, venho por este meio informar que, acometido de numa indomável vontade de o assaltar, enquanto o sr. falava aos jornalistas, palmei a sua carteira e o seu relógio.

Os seus óculos estão no balcão da pastelaria Bocage.
Arrependi-me.
Não quero que caia ao rio e se aleije nos golfinhos.

AnimaVerão - Marco


9. Marco


T
enho quase a certeza que os menos jovens não se esqueceram ainda desta série de animação.
Marco, o menino que vivia num porto italiano e que andava sempre com um macaco ao ombro.

Quando tinha a idade do puto que passava a vida a chorar pela sua querida mamã, colava os meus macacos debaixo do tampo da mesa.
Eu sei que parece, ou é de certeza, um pouco nojento, mas -los às costas é ainda pior.

"Marco - Dos Apeninos aos Andes", estreou em Portugal a 22 de Maio de 1977, um dia depois de eu ter completado seis anos, ficando a faltar cinco meses para ir à escola pela primeira vez.
Ainda me lembro do belo leite com chocolate que serviam na cantina e também do... epa, desculpem lá maçar-vos com estas coisas, estava a falar do puto, não era?
Peço desculpa.

Durante 51 semanas, o Marco foi imbatível na arte de fazer chorar pedras da calçadas.
Parecendo que não, foi isto que esteve na origem da calçada à portuguesa, ondulada a branco e negro como lágrimas de um Portugal solidário com um desenho animado que procurava a mãe com um macaco atrás da orelha.

Para aquietar o espírito dos amigos dos animais, posso garantir que nem na adolescência o Marco teve vontade de espancar o macaco.
O Amédio.
É mesmo verdade, pá. Era o nome do macaco.

Ora, um macaco a médio, assim de repente, lembro-me do Bynia, do Benfica.
Nannn... se calhar não é o mesmo.

09 setembro 2008

Benemérito de Azevedo

Questionado porque razão os preços da nova Tróia Resort eram tão proibitivos, em plena pompa e circunstância da inauguração, o tio Belmiro teve o desplante de responder da forma mais dissimulada possível.
Qualquer coisa como:
"Os preços são altos ( a começar na travessia de ferry...) porque temos aqui quatro mil trabalhadores e temos que lhes pagar os salários."

Tão bonito!
Acho que vou chorar... deixa-me limpar as lágrimas ao meu vestido de noiva.

O que daqui se pode depreender, é que o tio Belmiro não arrematou toda a península por uma prodigiosa maquia no intuito de realizar ainda mais prodigioso proveito próprio, leia-se dinheiro, guito, pilim, massa, carcanhol.
Não, cruzes credo, isso era do mais puro e desenfreado capitalismo!
Há sim uma preocupação social por detrás disto tudo, salvar os moribundos postos de trabalho da Torralta, criar mais emprego, enfim, tudo muito bonitinho e a fazer inveja aos Centros de Emprego deste país.

E se a Tróia é cada vez mais inacessível ao Zé Parvinho, digo, Povinho, é porque os preços ali praticados têm que dar para pagar os salários dos quatro mil trabalhadores, presumindo-se que não sobre mais nada para a maior empresa privada portuguesa e para o seu altruísta fundador.

Não vamos a banhos, mas olhamos a península ao longe e suspiramos:
Ali, do outro lado do rio, há uns quantos milionários que, enquanto molham o cu, pagam o salário a quatro mil trabalhadores cujos postos de trabalho foram criados pelo tio Belmiro.
Bem haja, bom homem!

P.S.:
Parece que, quando confrontado com a frase "Sr. Belmiro, os ambientalistas não vêem este projecto com bons olhos!", o todo poderoso da Sonae respondeu "Ah, sim? Onde estão aqueles binóculos que distribuí há três anos?"

08 setembro 2008

Os Novos Filósofos da Bola

Ricardo Quaresma, a semana passada:
"Eu faço muitas trivelas porque tenho os pés tortos"

Fabio Rochemback, hoje:
"Se perder peso fico fraco"

Pedro Mantorras, daqui a algum tempo:
"Posso ter os joelhos moles mas sou o rei do Kuduro"

Cristiano Ronaldo, proximamente:
"Treinei com mil mulheres a facturar na cama e hoje sou goleador"

Yannick Djaló, qualquer dia:
"Saio às sextas à noite com gangs da Buraca para ganhar velocidade"

06 setembro 2008

Manobras de Condução

Esta foi a minha primeira semana de super-turno na rádio.
Chego às 07h30, saio às 17h30.
Tudo bem, esta é ainda a profissão que escolhi.
Mas a parte de chegar às 07h30 faz com que me levante às 06h30, no máximo.
E que guie o velho Saxo ainda antes das sete da manhã.
E que aconteçam coisas estranhas...

Segunda-feira, o1 Setembro:
20 minutos a tentar ligar o carro com a chave da caixa de correio.
Atropelei uma velhota logo à saída.
Bem feita.
O que é que anda uma velha a fazer na rua às sete da manhã, ainda por cima toda nua e com um esquilo debaixo do braço?

Terça-feira, 02 Setembro:
Acho que fiz pelo menos cinco quilómetros pela berma, porque tenho duas lebres, cinco ratazanas e três ciganos no pára-brisas.
A seguir parei num sinal verde, julgando ser vermelho e aceitei sete caixas de pensos rápidos julgando ser um daqueles jornais gratuitos.
Os ciganos apeiam-se e agradecem a boleia.

Quarta-feira, 03 de Setembro:
Dois minutos depois de ter saído apercebo-me que estou a guiar o Opel Corsa do vizinho que mora no número 23.
Só me lembro de o ter cumprimentado e de empurrá-lo para fora do carro, depois de ele ter feito um comentário leviano sobre o meu V. Guimarães.
Chego a Setúbal depois de atropelar cinco ursos panda e restos de um frango assado.

Quinta-feira, 04 de Setembro:
Ligo a TSF às sete e ouço nas notícias o meu vizinho a acusar-me de carjacking.
Coitado.... anda meio despassarado desde que atropelei a avó dele.
Paro outra vez quando está verde no sinal e procuro o livro de código, coçando a cabeça.
Tinha quase a certeza que o verde não era para parar, era qualquer coisa relacionada com sair para mijar atrás de um pinheiro manso.

Sexta-feira, 05 de Setembro:
Deixo o Pinhal Novo num barco a motor e chego aos sinais com a polícia atrás e com duas raposas, um saguim, uma colmeia e a Maddie no vidro da frente.
Três ciganos tentam vender-me duas pernas e uma asa de frango assado.
Quando chego a Vila Franca lembro-me de beber um café para espevitar e clarificar a mente.
Escrevo num guardanapo três pontos de toda uma nova ordem de ideias, abençoado café:

Ponto 1: Eu nem sequer sou adepto do Vitória de Guimarães. Tanta discussão para nada.
Ponto 3: Os ciganos podem ser os campeões da boleia, mas não sabem temperar um frango assado.
Ponto 2: Agora é que o Ponto 3, o anterior era o 2.
Ponto 3: O meu vizinho... ann... digo, Ponto 4, porque o Ponto 3 foi o que escrevi erradamente no Ponto 2.
Ponto 4: Isto é... 6, digo... 5.
Ponto 8: Ou melhor...
Ponto 36: O que raio estou a fazer em Vila Franca de Xira?
Ponto 125: Isto é, 126, digo, 49... não... 3489... não...
Ponto 45922: Merda que isto não é café, é leitinho morno...

ZZZZZZZzzzzzzzz.........

05 setembro 2008

Pocahontas Light

A bela índia Pocahontas foi a primeira mulher da história a preocupar-se com a linha e uma alimentação saudável.
Depois de ter ido para a cama com o capitão Smith, decidiu não voltar a comer carnes vermelhas.

Love is in the Air

A jovem apaixonada limpou as lágrimas e disse, cheia de esperança, para o moribundo namorado enforcado no candeeiro:
"Vou buscar ajuda! Não saias daí!"

04 setembro 2008

Bears do it

O anúncio abaixo, by Orangina, foi censurado no Reino Unido.
O alto conceito de moralidade da Velha Albion não demorou muito tempo a considerar que o tórrido romance entre um urso e uma corça de peito avantajado - e mais pandas, zebras e coelhinhas em lingerie - era indubitavelmente censurável.
Birds do it, bees do it, what's the problem?

Já a mui nobre caça à raposa, porque é tradição, porque é very british, porque tem requinte, porque sim, só foi proibida em 2005, 232 anos depois do seu início em 1773.
Falta acrescentar, por exemplo, a obsessão com o cão do Mourinho, para chegar à conclusão que um qualquer inglês, no Quénia ou no Pantanal, não levaria 10 segundos a disparar para todo o lado indiscrimidamente terminando com um tiro na própria cabeça.

Estranhas Ligações

O boato mais estonteante dos últimos dias, dá conta do suposto romance de Michael Jackson e Pamela Anderson.
Bizarro.
Seria o mesmo que, em Portugal, ver José Castelo Branco a encetar um romance com Soraia Chaves ou ver na National Geographic uma pantera acasalar com um mexilhão.

Des Aventures de Quaresma

Quaresma deixou de ser o camisa 7 do F.C. Porto para passar a vestir a 77 no Inter de Milão.
Dos 7 aos 77, as aventuras do Tintin cigano.

Bushaína

Apesar da Obamania, não se sabe em quem os americanos vão votar depois de oito anos com lesões irreversíveis devido ao consumo de drogas.

03 setembro 2008

AnimaVerão - Candy Candy


10. Candy Candy


Em 1983 tinha 12 anos e as raparigas bonitas ganhavam, para mim, muito mais importância que as borbulhas, embora durante muito tempo não tivesse nem umas, nem outras.
Foi quando a RTP - não havia mais nada - começou a transmitir "Candy Candy", uma série japonesa de animação com nome de máquina de lavar.

A adolescência começava a despontar e não escondo que olhava para a pequena Candy com olhar guloso.
A boneca, loura de olhos azuis, vestinho curto e cuequinha branca sempre à mostra, porque os japas são danados para a brincadeira, teria mais ou menos a minha idade, por isso esqueçam esse insulto pedófilo que estão para aí a congeminar.

Esta série estava para as meninas pré-adolescentes da altura como hoje está "O Sexo e a Cidade" e "Donas de Casa Desesperadas" para as mulheres que têm anseios de promiscuidade.
E isto porque a série, de 115 episódios, contava as atribulações de uma jovem que sai do orfanato para servir como criada de uma casa abastada, iniciando uma vida de aventuras, amores, desilusões, tragédias e sacrifícios.
Só faltava dizer que os desenhos animados também se levantam às seis da manhã e têm que ter dois empregos para pagar as contas ao fim do mês...

01 setembro 2008

A que horas sai o Phelps para Tróia?

Michael Phelps foi o herói dos Jogos Olímpicos.
O homem-peixe americano parece ser tão eficiente nas suas travessias de piscina que mais dia menos dia será utilizado como barco de passageiros.
Asseguraria então a ligação entre Lisboa e Cacilhas, Peniche-Berlengas ou Setúbal-Tróia.

Parece que já estou a ver um setubalense anafado junto à bilheteira:
"A que horras sai o Phelps parra Trróia, 'miga?"

Depois era ver famílias inteiras de havaianas no pé, gaffas Multiópticas nos mirantes e geleiras e chapéus de sol debaixo do braço, tudo montado no belo do Phelps, todos agarradinhos às orelhas do homem-barco para não cairem no meio das alforrecas.

E Usain Bolt?
O jamaicano fez 9,69 segundos nos 100m tornando-se o homem mais rápido do mundo.
Penso que também poderá ser uma boa alternativa para o trânsito citadino ou até para as viagens de meio Portugal rumo ao Algarve.
Há contudo que referir que não faço ideia quanto este tipo de veículo pagará nas portagens.
E que, montados no Usain Bolt, o percurso Lisboa-Algarve demorará mais de oito horas.
Mas não é todos os dias que se vai para o Algarve montado num descapotável preto com estofos verdes e amarelos.

Apesar das qualidades dos homens-veículo acima, obviamente que prefiro montar uma Vanessa Fernandes, que dá para todo-o-terreno.
E ainda tem aquela grelha metálica nas ventas onde se pode amarrar a prancha de surf.

El Camiño del Rey

Uma boa amiga enviou-me este link para uma aventura radical na internet.
Chama-se "El Camiño del Rey", foi construído em 1901, e faz parte da garganta El Chorro, perto de Málaga, sul de Espanha.

A todos os malucos interessados em fazer este serpenteante caminho pedem-se duas coisas: 25 Euros e a assinatura de um termo de responsabilidade.
Eu preferi ir buscar um Ice Tea de manga, colocar-me um pouco mais à vontade e coçar o escroto, enquanto seguia o caminho com o olhar.
Cheio de coragem, eu.