29 maio 2009

Os locutores-girassóis



Invariavelmente, os locutores de rádio têm todos o mesmo discurso:

"Ah, e tal, amanhã vai 'tar um tempo do camandro, porque o céu vai 'tar azul e a temperatura que já 'tá nos 35 graus, vai subir ainda mais!
Ena!
Yupi!
Tricalarica!"

Não sei se esta gente bebe, fuma ganzas, sonha em ser um bolo no forno, tem um ar condicionado às costas ou se são todos enviados do Belzebu com saudades do Inferno.

Gostos meio aparvalhados à parte, vamos lá a ver se nos entendemos:
O que há de bom em ter 35 graus ainda em Maio?

Suar o dia todo é bom?
Sim, porque mais tarde ou mais cedo vão ter que levantar o rabo, deixar esse estúdio fresquinho e, mesmo que sejam um Cornetto com pernas, hão-de começar a derreter assim que o sol dê as primeiras lambidelas no vosso cocuruto.

E as preocupações com o aquecimento global também vos passa ao lado, ó amantes do sol escaldante?
35 graus em Maio... já pensaram quanto estará no mês que vem?
38?
E em Julho?
42?
E então, Agosto?
46?

Serão influências de África aqui tão perto, ou progressiva brasileirização que, como o nome indica, significa viver sobre brasas?

Possivelmente os locutores-girassóis vão continuar a rejubilar com dias de 45 graus.
Os cabeças de vento não têm calor.

28 maio 2009

125 a Zoo


Lisboa, 1884.
Pedro van der Laan, José Thomaz Sousa Martins e o Baraão de Kessler, fundam o Jardim Zoológico de Lisboa, contando com o apoio do Rei D. Fernando II.

Em 1905, o Zoo muda-se para as actuais instalações nas Laranjeiras, depois de 20 anos no Parque de São Sebastião da Pedreira.

As inúmeras remessas de animais vindos de África e do Brasil contribuíram para que, ao longo dos anos, o Jardim Zoológico enriquecesse a sua colecção zoológica com exemplares de espécies exóticas, pouco conhecidas e atractivas.

As últimas administrações apostaram, e bem, na valorização dos espaços de mimetização dos habitats naturais.
Os animais têm mais espaço, menos grades à volta, os visitantes agradecem.

A última visita foi em 2007, mas conto regressar em breve.

Para já, parabéns ao srs. urso, macaco, elefante, um ronronar especial para todos os felinos, beijos à dona girafa, às focas e golfinhos e um aceno respeitoso aos répteis.

Sou infalível na avaliação do carácter das pessoas usando como medida a sua relação com os animais.

O Zoo de Lisboa tem boa gente e ainda melhor bicharada e isso basta-me.
Sem mais nem menos, na 125 a Zoo.

El Triplete del Barcelona


Já se adivinhava a aclamação mundial do futebol rendilhado made in Catalunya.
Tal como tinha escrito há algum tempo - aqui - o futebol mágico do Barcelona é pinball e renda de bilros.

A equipa treinada por Pep Guardiola é tão jeitosa do meio campo para a frente como a Maya da cintura pra baixo, e esta é a primeira vez que escrevo "como a Maya da cintura para baixo", duvido é que ela deixe.

O tridente ofensivo, que não tem nada a ver com assaltos a bancos com uma caixa de pastilhas na mão, foi já considerado o melhor de sempre em Espanha.
Juntos, Eto'o, Messi e Henry marcaram mais de 70 golos.

Feliz a equipa que pode juntar a capacidade atética de um africano, a técnica de um sul-americano e a inteligência de um europeu.

E depois, e não é pouco, há Xavi e Iniesta, reis da posse de bola.

Claro que pelo caminho houve um jogo surreal com o Chelsea, onde a regra que estabelece o castigo máximo com nome de copo de três emborcado de uma assentada, foi mandada às malvas.

Mas como chorar a ausência do feio futebol do Chelsea?
Drogba é um arruaceiro, Terry tem cabeça de boga, Ballack não joga nada e Lampard é pouco mais que razoável.

Em relação ao Manchester, não adianta querer que Ronaldo faça tudo sozinho.
Mais equilibrado em todos os sectores do terreno de jogo, equipa montada com saber e paciência nos últimos largos anos, o Manchester foi claramente derrotado pelo discípulo de Cruijff, Pep Guardiola, uma espécie de Paulo Bento com pedigree.

2009 premiou o bom futebol e o Barcelona levou tudo:
Taça do Rei, Liga Espanhola, Liga dos Campeões.

Começou uma era.

27 maio 2009

Parabéns, mano


C
omo o tempo passa.
Já lá vão mais de trés décadas, mas a memória ainda se detém nas tuas primeiras acções, no tomar banho na pequena banheira, nas primeiras palavras, nos primeiros passos na Praia Verde.

Na escola, nas primeiras namoradas, no casamento, no filho que tornaste meu sobrinho e o mais que há-de vir e que é muito, esperamos todos.

Temos que apertar os laços, porque vivemos na mesma terra, os extremos da corda veem-se em dias mais claros, não importa quatro ou cinco quarteirões pelo meio.

Para já, muitos parabéns, e que tenhas um dia feliz, no que sobrar para além dos compromissos assumidos e que cumpres sem falhar.

E no que sobrar, vou lá estar- também não falho na hora de celebrar afectos - para parabenizar quem amo, e gritar, do fundo de mim, que contes muitos e com muita saúde.

Parabéns, mano.

26 maio 2009

Gira - discos # 04 } No Fio da Navalha - Táxi


N
ão ando no fio da navalha, tenho a esquizofrenia e os meus fantasmas mais ou menos controlados.
Só trago aqui esta baladinha dos Táxi, porque é morninha como um copinho de leite e hoje estou a viver um dia meio ganzado, por causa de uma noite de insónia araújo.

Porque é que se gastam rios de dinheiro em droga se basta passar uma noite acordado para obter o mesmo efeito?
Eu vejo coisas espectaculares em cores pastel, unicórnios a pastar erva azul, almofadas com pernas e cartazes com múmias.
Ai espera... é a Almofada Ferreira Leite.
Zzzzz......

João Pestana


Estou literalmente a cambalear sobre este teclado negro onde escrevo coisas brilhantes, mortinho de sono, mas tinha mesmo que actualizar o blog, escrever qualquer coisinha, curta que fosse, um post-it em vez de um post a sério.

E estou mortinho de sono porque passei a noite no Pinhal de Coina a correr atrás de mulheres que se vendem ao quilo, melhor dizendo, à hora?
Não.

Porque estive a aspirar a casa e a fazer omeletes?
Olha que, por acaso...
Não.

Estou a ver que não saímos daqui.

Tenho sono porque tive insónias.
Só isso.

Acordei às duas da manhã, pronto para vestir a roupinha e pôr-me a caminho do trabalho.
E às quatro a mesma coisa.

Contei carneiros, bezerros, cabeças de gado, cabeças de lista às europeias, contei asiáticas, contei histórias a mim próprio, fiz leite quentinho e deixei o caniche lamber-me os calcanhares e nada.

E agora estou mortinho de sono e tudo e todos se parecem com uma almofada.
Há pouco deitei a cabeça no colo de uma velha desdentada que tinha, no mínimo, duzentos anos.

Correu bem.
Vamos tomar o pequeno-almoço juntos amanhã mas, o entusiasmo é tanto, que já sei que vou passar outra noite acordado.

Ai, ai...
O amor é cego.
Mais ainda quando andamos com olhos de sono.

19 maio 2009

Ainda Mais Novo Testamento 1:2


"E
u pago", disse o senhor, procurando a carteira.

Três segundos depois disso, após aturada demanda debaixo das suas vestes, o Senhor abanou então a cabeça, agitando os divinos cabelos e dirigiu-se a Pedro:

"Desculpai-me, Pedro, vais ter que pagar tu. Devo ter deixado a carteira na outra túnica."

Gira-discos # 03 } Tarde em Itapuã - Vinicius e Toquinho


D
evia brindar mais vezes a este mês maravilhoso.
Mágico Maio de amores, auge da Primavera, piscar de olho ao Verão.
Maio, mês em que nasci, o meu irmão também.
Maio, mês de festivais, de finais e de eternos princípios.

Tempo de fechar os olhos, respirar fundo, desfrutar a vida, embalado por Vinicius e Toquinho.
Ainda é cedo para uma "Tarde em Itapuã"?

A Vida num Plano Inclinado


Ocasionalmente acordo assim:
Como se fosse uma girafa atropelada na Marginal por um camião TIR desgovernado.
O pescoço mais torcido que um S de Azeitão.

Mas não é uma imagem doce, antes patética.
Nem um vampiro à míngua afincaria o dente em mim.

Ocasionalmente - e porque estou mesmo à beirinha dos 38 anos e não dos 18 - acordo assim, fruto de uma noite mal posicionada no vale de lençóis.

Há quem se lesione na cama, depois de partilhar com duas gémeas tailandesas, 27 posições do Kamasutra, em 3 minutos e meio.
Eu deito-me para dormir e acordo como se tivesse sido abalroado por uma baleia.
É um dom.

Ocasionalmente acordo assim.
Talvez seja das duas mini-hérnias no pescoço, as sacanas.

Certo é que, quando ocasionalmente acordo assim, brindo o mundo com imagens dignas de dó, comiseração e zombaria.
Todos os olhos parecem postos em mim mas, talvez seja, apenas eu, vivendo a vida num plano inclinado.

18 maio 2009

Ainda Mais Novo Testamento 1:1


E
ntão o Senhor, achando-se satisfeito com o seu entrecosto de porco com migas, aproximou-se da empregada de balcão e pediu com simplicidade:

"Fazeis o obséquio de me servir uma bica cheia?"

E obtendo resposta favorável, acrescentou:

"Com cheirinho, por favor."

Frangos e Livros


Lisboa à tarde, entre feiras e montras ao sabor da crise.
A Nossa Senhora estava na margem sul, a minha senhora seguia para a margem norte, fácil de optar.
Entre o que é de todos e o que é só meu, gosto de privilegiar a exclusividade.

O domingo meteorológico chocalhava o termómetro com brisas geladas e com bafos quentes, como que se aprestando para seleccionar os mais fracos, castigando-os com uma gripe sem direito a vogal em caixa alta, espera-se.

Almoço em família no Bonjardim, instituição da baixa, ali às Portas de Santo Antão, primeira casa a assar frangos no espeto em Lisboa e frango acabou por ser o almoço, recordando outros repastos 25 anos atrás.
Faltou aferir a qualidade da mousse de chocolate, uma tradição gourmet (ou gulosa e alarve, segundo a perspectiva...) deste vosso projecto de badocha.

Pequena deambulação pelo Rossio e pela mostra Máscara Ibérica, cenários e sabores da península em destaque.
Banho de bola em marketing, simpatia e originalidade para as representações espanholas.
O costume.

Destaque para as pouco conhecidas regiões da Cantábria e das Astúrias, estimulando a vontade de viajar mundo fora, assim a sorte milionária me bata à porta.

E depois a Feira do Livro, último dia da 79ª edição, com mais reticências do que pontos de exclamação.
A crise afasta entusiastas de sempre e curiosos de ocasião e não ajuda, de todo, o açambarcamento de praticamente toda a ala nascente pela Leya, com direito a circuito fechado, com seguranças à porta.
A rever em futuras edições.

O caminho de volta, sem livros no saco mas com dezenas de títulos ainda por ler em casa, fez-se com torpor e promessas de regresso, porque Lisboa continua a ser cidade branca, amada, desejada e motivo para peregrinações.
Inclusive da minha e da Nossa Senhora.

15 maio 2009

As Cuequinhas


Há um docente de uma escola do Pinhal Novo que tem medo de cuequinhas.

A visão torturosa e rendada das cuequinhas de uma menor de idade perturbou-o, quiçá num involuntário lampejo decalcado das histórias de Nabokov.

Não sinto - à flor da pele ou nos mais negros meandros do meu consciente - cócegas na líbido ou na moralidade quando se me oferece a visão das cuequinhas de uma míuda de 14 anos, mas respeito o facto de cada um se sentir melindrado na invasão dos limites desenhados pela sua consciência.

Concordo com a imposição de regras e normas de conduta, desde que dotadas de transigência, maleabilidade e desprovidas de ridiculosas mesquinharias potenciadoras de manchetes a arder ao vento.

E sinto-me confortável e imperturbável no papel de voyeur que observa cuequinhas indiscriminadamente da idade, sexo ou estatuto social de quem as veste, excepção feita a Alberto João Jardim.

13 maio 2009

S. Pedro e os Cartoons


E
ste céu cinzento parece a RTP nos anos 70 e as nuvens estão pouco animadas.
O Vasco Granja ainda deve estar no check-in.

Brevemente


B
revemente neste covil herege, os polémicos excertos do recentemente descoberto

Ainda Mais Novo Testamento

Começa segunda-feira já que nesta semana era abusar da ira do Senhor e assim.

De qualquer forma, não poderia deixar de reeditar o texto publicado no blog "Porta do Vento", na sexta-feira passada.
Está logo no post de baixo.

Numa das mais dedicadas semanas católicas e ao mesmo tempo no mais irrequieto ano de eleições, perdoem-me os mais devotos.

Valha-nos Nossa Senhora


Maio...
Mês das flores, do coração e, uma coisa leva a outra, dos casamentos.
É também o mês daquelas coisas que se multiplicam à beira das estradas... como é que se chamam mesmo?
Jacarandás?
Ah, não.
São peregrinos.

Todos os anos por esta altura, são aos magotes os caminhantes a caminho de Fátima, se bem que alguns se desviem a caminho da EuroDisney.

Quando o cansaço que se acumula nas pernas tolda o pensamento, torna-se difícil direccionar a fé e optar entre a fantasia da Bela Adormecida e a realidade da aparição de uma senhora de branco a brilhar em cima de uma oliveira.
Ou entre Donald e os três sobrinhos e o Bispo de Leiria e os três pastorinhos.

Que os mais devotamente católicos leitores do "Porta do Vento" não me levem a mal; sou católico e homem de fé.
Continuo a acreditar que é possível ir para a cama com a Scarlett Johansson.
Ou ganhar o Euromilhões três vezes seguidas.

E com isto é já a segunda vez que escrevo "Euroqualquer coisa".
A culpa é desse cartazes de propaganda que penduraram por aí, nos mais espatafúrdios locais.
É também pela colocação de inúmeras cópias da avozinha Ferreira Leite e do cota Vital Moreira que
se torna complicado andar de carro nas estradas e não acertar num ou outro peregrino.

A verdade é que eles põem-se a jeito de verdinho resplandecente vestidos, como se cada um valesse 200 pontos num jogo de computador.
500 para os que vão de joelhos, porque são mais difíceis de apanhar.

A moda peregrina Primavera-Verão passa pela utilzação de coletes reflectores verdes, chapéu branco e um cajado, como que o recurso a uma terceira perna.
Artifício não utilizado pelos peregrinos de origem africana.

Então nos próximos dias já sabe:
Independentemente do seu credo, miopia ou cilindrada, tenha cuidado nas estradas.
Eles andam aí.

12 maio 2009

Gira-discos # 02 } Sobe Sobe, Balão Sobe - Manuela Bravo


H
oje tenho andado com o estado de espírito de uma batata podre.
Vai daí, resolvi pôr a tocar o gira-discos com este "Sobe Sobe, Balão Sobe".
Pode ser que ajude.
Isto foi exactamente há 30 anos e...
Bolas.
Não está a ajudar nada.
Volto amanhã.
Espero.

09 maio 2009

Já Fomos Neons


Já terminou há algum tempo o prazo para os que ainda entregam o IRS em papel, um dos momentos menos edificantes da história colectiva de escrita manual, muito distante do que representou, por exemplo, salvar o manuscrito dos "Lusíadas" da sanguinária voracidade intelectual dos tubarões, há cinco séculos.

Pergunto-me como é que hoje somos um número, ou uma soma deles, quando antes éramos delirantes traços multicolores nas paredes da sala dos nossos pais.
Fomos neons exuberantes, somos meros post-its.

No meu caso tudo começou no ventre materno.
Sabem alguns que a minha mãe foi operada em Fevereiro.
Médicos-arqueólogos descobriram nessa ocasião alguns gatafunhos escritos por mim entre 1970 e 1971 e há até quem jure ter lido a expressão "Abaixo Salazar".
Sim, porque nesta altura, ao invés de dentadura, eu tinha ditadura e havia que tomar posição desde cedo.

Vieram depois os grafitis nas paredes do quarto e da sala.
Os tais neons de infância, rapidamente censurados pela esponja azul do papá e da mamã, gente sem sensibilidade artística que ao invés de bater palmas ao meu belo traço verde, batiam com o chinelo no meu rabo até este ficar vermelho.

Foi sobretudo nas escolas que aprendi a escrever coisas como "a, e, i, o, u" ou o clássico "pa-ta, pe-ta, pi-ta, po-ta" e a sílaba que falta e que me fez companhia no Cais do Sodré anos mais tarde.

Foi também nas escolas que comecei escrever bilhetinhos às meninas mais engraçadas e não, não estou a falar das que contavam anedotas ou escorregavam em cascas de banana.

Podiam ser pedaços de emoções pouco eficazes ao nível da mensagem, mas um primor em matéria de correcção ortográfica, bem diferente de um "Vamox kurtir bué" em sms, que depressa pôs fim ao charme de uma declaração de amor em imperceptível caligrafia de autor.

Eu não gostava de ser um sms.
Se me fosse dado a escolher, também não seria um nome no recenseamento eleitoral, uma assinatura numa declaração de amizade pós-acidente de viação, um número no modelo de IRS, nem sequer uma mensagem romântica em tarja arrastada no céus por avião pago com assinatura em cheque generoso.

Não seria tão pouco letrinha valiosa no tal manuscrito dos "Lusíadas", rascunho de Shakespeare ou notas amestradas numa pauta de Mozart.

Não.
Procurando contribuir para voltar a edificar a história colectiva de escrita manual, eu gostava era de ser um autógrafo do Tony Carreira na maminha de uma fã.

Ou, melhor, uma cábula nas pernas de uma universitária de saia curta, com preferência para uma frequência de Química, daquelas que exigem a transcrição de fórmulas desde o tornozelo até à rendinha da lingerie Triumph.
Tal qual um neon.

07 maio 2009

Teoria Puzzle Bubble


J
acob Zuma, que ontem tomou posse como Presidente da África do Sul é um gajo controverso.

Além de ser casado com mais do que uma mulher, proporcionando a expressão segunda-dama, terceira-dama e centésima vigéssima oitava-dama, este pateta zulu acredita que a Sida se combate com o uso de sabonete.

Ao contrário, caro presidente.
Ao contrário.

Basta deixar cair um sabonete entre presidiários que o HIV vem a correr com uma toalhinha turca à cintura.

Ovredo


E
stava com uma daquelas neuras que escondo até dos espelhos lá de casa, quando fui salvo por um careca norueguês.

É com um dos mais bizarros começos de posts na blogosfera que começo esta prosa de agradecimento ao senhor Tom Henning Ovrebo.
Quem?
O árbitro do Chelsea x Barcelona de ontem.

Deve-se a este senhor, corrupto, cego ou incompetente (ou graças a Deus tudo junto), a possibilidade de quem gosta de bom futebol poder ver no conforto do sofá um espectacular Manchester United x Barcelona a 27 de Maio.

O sr. Tom - com duas penalidades evidentes contra o Barcelona por assinalar, mais outras duas mais do que duvidosas também contra os catalães- vem provar a teoria de que quando o Lucílio Baptista bate as asas, um sem número de árbitros decide desatar a fazer asneiras em todo o mundo.

Desta vez o homem do apito beneficiou o "meu" Barcelona.
Foi tremendamente injusto e extremamente saboroso.

Pagava uma jantarada a Iniesta e ao sr. Tom, lá isso pagava.

06 maio 2009

Perdidos e Achados no Eldorado # 5


Cada tiro, cada melro.

Milhares, que digo? Milhões, que digo? Biliões, que digo? Pantaliões de cibernautas continuam a vir aqui parar à procura de coisinhas que não interessam ao Menino Jesus.
Esta é a 5ª edição dos "Perdidos e Achados".

Veio aqui parar mas procurava "Economia da Bulgária"

A única hipópese de um engano desta monta é o de que, neste momento, a economia da Bulgária seja um Eldorado.
Não é, a menos que se esteja a falar da crescente participação de meninas de leste nos filmes de pinocanço.
Assim sendo, para que a viagem até aqui não seja em vão, cumpre-me o direito de informar, pelo menos, que a Taxa do Crescimento Real do PIB da Bulgária, em 2008, situou-se nos 6%.

Veio aqui parar mas procurava "O médico que operou a Mónica Sofia"

Neste momento há mais tugas à procura deste cirurgião mãos de tesoura do que os que procuram a própria Mónica.
Para um ajuste de contas.
A recauchutada Mónica Sofia, em pelota na neófita "Playboy" portuguesa, deixa um bocadinho a desejar (contaram-me porque eu não vejo/leio/compro essas coisas...).
Fica o conselho: se as suas mamocas chamam a atenção do vizinho da frente, não vale a pena mexer.

Veio aqui parar mas procurava "Lendas do 25 de Abril"

Já vai longe a fama de como fui preso na madrugada de 25 para 26 de Abril de 1974, numa contra-ofensiva da PIDE que nunca veio a público.
Tinha apenas três anos mas já escondia no ursinho de peluche manifestos do PCP que distribuía no Bairro Alto e...
Estou a brincar.
Mas sobre o 25 de Abril poderemos sempre rir com isto.
E isto também.

Veio aqui parar mas procurava "Met Carnes em Azeitão"

Não, não se trata da mais recente produção pornográfica nacional, mas o nome deste talho setubalense presta-se a estas coisas.
A 26 de Setembro de 2008, publicámos "O Código Bocage", onde se aborda essa milenar arte setubalense de baptizar da maneira mais estúpida possível, estabelecimentos comerciais.
Os exemplos multiplicam-se.
O último pertence à família Godinho que resolveu abrir um restaurante a que chamou... tcharan!!
Restaurante Good Inho!
Juro que não estou a brincar.

Veio aqui parar mas procurava "Usava xadrez nos Anos 80"

É verdade.
Não sei como o souberam mas o conhecido bolo de xadrez era um dos que mais comia nos anos 80.
Esse e os rins de chocolate, as pirâmides e outras porcarias.
Mas desconfio que andassem à procura de meninas que usavam saia de xadrez nos anos 80.
Lamento informá-lo que 95% por delas são já mamãs e não vão querer jogar xadrez consigo.
Até porque um jogo em que os bispos comem rainhas e cavalos, não tem nada de puro e maternal.

Veio aqui parar mas procurava "O que é o Eldorado ?"

O mito fala numa cidade sul americana feita de ouro, a realidade aponta para este blog.
E o que é este "Eldorado"?
Essa agora...
É a maior parvoíce jamais publicada na internet, é o que é.
Um amontoado de letras disparado pelos dedos albinos de um pateta.
Porém, dizem-me que é mais viciante que cerejas com chocolate.

Veio aqui parar mas procurava "Grandes Gordas"

Não me dou com gente que come mais pastéis de nata do que eu e, por isso, não sei nada sobre "grandes gordas", a não ser que duas delas mandam um elevador abaixo.
Parece também que, deitadas, podem ser usadas como trampolim, e basta ver aqueles vídeos malucos da SIC, logo a seguir ao noticiário das oito, para perceber que os trampolins são a última mania de quem já experimentou todas as coisinhas sem nexo que empastelam a nossa vida.
Se quer seguir a carneirada, procure trampolins na Decathlon ou gordas nas pastelarias.


Veio aqui parar mas procurava "Mete só a cabeça + Linda"

Alguém que procurava a cantora de pimbalhada e um dos seus apelativos sucessos "Mete só a Cabeça".
Isto tudo juntinho, colocado no Google, resulta numa frase cheia de classe:
"Mete só a cabeça + Linda".

Agora, atenção que há cabeças lindas que não tão têm ombros.
Por isso, quando se metem em lugares escuros, vai pescoço e tudo.
E como também não têm olhinhos, ficam ali às cabeçadas, para a frente e para trás, num estado de pânico tal, que desfalecem logo após se virem... num rio de lágrimas.

Eu não disse que este blog é a maior parvoíce da internet?

Ide.
Ide fazer coisa melhor, ide.

05 maio 2009

Twitter - Follow Me


A partir de amanhã os (meus) dias da rádio vão estar no Twitter.
Das oito da manhã às quatro da tarde, tudo o que me passar pela cabeça.
Aneurismas não estão convidados.

Ó JP!
E como é que eu faço para ver isso do tuí... do tuí... do coiso?

Meu caro ser alienígena, se nesta altura ainda não ouviu falar do Twitter está um tanto ou quanto desactualizado, não?

Mas pronto, é fácil, já vos digo.

Podia pôr já aqui um link, mas venham comigo, vamos dar um passeio pela barra lateral aí do lado esquerdo que tem coisas giras e deu algum trabalho a fazer.

Desloquem a vossa setinha branca para a coluna da esquerda, rolem até abaixo, rolem, rolem e rolem, mais, mais um bocadinho, até onde aparece escrito a "azul mariquinhas", "Twitter".
Logo a seguir, em letras "violeta panisgas", aparece "Encontre-me no Twitter".

Clique, registe-se e seja o que Eu quiser.

Gira-discos # 01 } João e Maria - Chico Buarque


P
edaço de infância assinado por Chico Buarque, ainda hoje o rei das mais belas letras de música made in Brasil e eterno príncipe encantado das menos jovens que continuam sendo meninas.

Grande parte do segredo reside naqueles olhos azuis, pedigree do destino que ainda melhor foi moldado com arte sem comparação em terras de Vera Cruz.

A partir de hoje, sempre à terças-feiras, o "Eldorado" sacode o pó do gira-discos e relembra aqui as grandes músicas da nossa infância.
Porque a vida tem histórias que merecem ser cantadas.

Fé Pandémica


A
Direcção Geral de Viação alerta para o mais recente surto de peregrinos nas estradas portuguesas.

Em caso de atropelamento ligue 112 porque há fortes probabilidades de contrair o vírus da culpa e dos remorsos.

04 maio 2009

Dentinhos no pescoço


Ela é uma jovem de 17 anos parecida a tantas outras, ele é... definitivamente diferente.
A paixão entre uma jovem tontinha e um vampiro com fome de pescoços perfumados preencheu parte da tarde do meu domingo.

Gosto de deixar uma ou duas horinhas de domingo para temas dito alternativos como a paixão entre minotauros e cegonhas na Grécia Antiga, o processo digestivo das baleias dos mares do norte ou as análises de adn a efectuar brevemente a Michael Jackson e Manuela Moura Guedes.

Vi então o famoso "Crepúsculo" de Catherine Hardwicke, baseado no ainda mais famoso romance de Stephenie Meyer, candidata a nova princesa do fantástico, depois de J. K. Rowling pôr fim às avanturas de Alho Pôrro, digo, Harry Potter.

O filme não é grande coisa mas é um tratado de maquilhagem.
Cerca de duas dezenas de adolescentes branquelas por metro quadrado, leva-me a afirmar que isto é pessoal que desmarcou a viagem de finalistas para a Riviera Mexicana, com medo da gripe e ficou-se por casa, o que, parecendo que não, se não se puser a cabeça dentro do micro-ondas, já não bronzeia tanto.

Por outro lado, já não via tanto fascínio por pescoços desde que uma girafa do Jardim Zoológico seguiu José Rodrigues dos Santos até casa, julgando que o jornalista era a mãe que vivia no Uganda.