13 maio 2009

Valha-nos Nossa Senhora


Maio...
Mês das flores, do coração e, uma coisa leva a outra, dos casamentos.
É também o mês daquelas coisas que se multiplicam à beira das estradas... como é que se chamam mesmo?
Jacarandás?
Ah, não.
São peregrinos.

Todos os anos por esta altura, são aos magotes os caminhantes a caminho de Fátima, se bem que alguns se desviem a caminho da EuroDisney.

Quando o cansaço que se acumula nas pernas tolda o pensamento, torna-se difícil direccionar a fé e optar entre a fantasia da Bela Adormecida e a realidade da aparição de uma senhora de branco a brilhar em cima de uma oliveira.
Ou entre Donald e os três sobrinhos e o Bispo de Leiria e os três pastorinhos.

Que os mais devotamente católicos leitores do "Porta do Vento" não me levem a mal; sou católico e homem de fé.
Continuo a acreditar que é possível ir para a cama com a Scarlett Johansson.
Ou ganhar o Euromilhões três vezes seguidas.

E com isto é já a segunda vez que escrevo "Euroqualquer coisa".
A culpa é desse cartazes de propaganda que penduraram por aí, nos mais espatafúrdios locais.
É também pela colocação de inúmeras cópias da avozinha Ferreira Leite e do cota Vital Moreira que
se torna complicado andar de carro nas estradas e não acertar num ou outro peregrino.

A verdade é que eles põem-se a jeito de verdinho resplandecente vestidos, como se cada um valesse 200 pontos num jogo de computador.
500 para os que vão de joelhos, porque são mais difíceis de apanhar.

A moda peregrina Primavera-Verão passa pela utilzação de coletes reflectores verdes, chapéu branco e um cajado, como que o recurso a uma terceira perna.
Artifício não utilizado pelos peregrinos de origem africana.

Então nos próximos dias já sabe:
Independentemente do seu credo, miopia ou cilindrada, tenha cuidado nas estradas.
Eles andam aí.

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