18 maio 2009

Frangos e Livros


Lisboa à tarde, entre feiras e montras ao sabor da crise.
A Nossa Senhora estava na margem sul, a minha senhora seguia para a margem norte, fácil de optar.
Entre o que é de todos e o que é só meu, gosto de privilegiar a exclusividade.

O domingo meteorológico chocalhava o termómetro com brisas geladas e com bafos quentes, como que se aprestando para seleccionar os mais fracos, castigando-os com uma gripe sem direito a vogal em caixa alta, espera-se.

Almoço em família no Bonjardim, instituição da baixa, ali às Portas de Santo Antão, primeira casa a assar frangos no espeto em Lisboa e frango acabou por ser o almoço, recordando outros repastos 25 anos atrás.
Faltou aferir a qualidade da mousse de chocolate, uma tradição gourmet (ou gulosa e alarve, segundo a perspectiva...) deste vosso projecto de badocha.

Pequena deambulação pelo Rossio e pela mostra Máscara Ibérica, cenários e sabores da península em destaque.
Banho de bola em marketing, simpatia e originalidade para as representações espanholas.
O costume.

Destaque para as pouco conhecidas regiões da Cantábria e das Astúrias, estimulando a vontade de viajar mundo fora, assim a sorte milionária me bata à porta.

E depois a Feira do Livro, último dia da 79ª edição, com mais reticências do que pontos de exclamação.
A crise afasta entusiastas de sempre e curiosos de ocasião e não ajuda, de todo, o açambarcamento de praticamente toda a ala nascente pela Leya, com direito a circuito fechado, com seguranças à porta.
A rever em futuras edições.

O caminho de volta, sem livros no saco mas com dezenas de títulos ainda por ler em casa, fez-se com torpor e promessas de regresso, porque Lisboa continua a ser cidade branca, amada, desejada e motivo para peregrinações.
Inclusive da minha e da Nossa Senhora.

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