26 junho 2009

O Último Adeus a Michael Jackson


Já tinha 14 anos quando ouvi pela primeira vez falar de Michael Jackson.
Não sei porque é que até aos 13 anos não percebia nada de música, tirando o que ouvia lá por casa, má escola, quase nada vindo de além-fronteiras.

Hoje, este tardio espevitar de orelhas para as melodias do mundo faz-me confusão, ao ponto de achar que seria quase autista, naqueles tempos de bolos de laranja e arroz doce.

O icónico cantor norte-americano já tinha lançado o mega sucesso Billie Jean e percorrido as estradas com os Jackson 5, mas ainda fui a tempo de conferir uma década irrepetível na música pop e na do cantor norte americano em particular.

Fui fã de Michael Jackson não ao ponto da histeria, dos gritinhos, de segui-lo pela Europa para o ouvir ao vivo ; nem sequer tive em Alvalade em 1992.
Mas fui aficionado ao ponto de comprar os discos, imitar-lhe os passos e ao ponto de achar necessidade de o defender do escárnio dos coleguinhas de brincadeiras, ávidos urubus pairando em torno das crescentes bizarrias do cantor.

Porque houve um tempo em que o talento passou para segundo plano.
Houve um tempo em que os jornais e revistas passaram a vender mais com a desgraça do rei da pop do que com os seus sucessos.
Um cantor a subir no top vende menos que um nariz a cair do topo.

Na verdade, Michael pôs-se a jeito.
Operações plásticas, um rancho de nome "Neverland" (parque de diversões, rios e zoo incluído) escândalos com crianças, casamentos arranjados, máscaras de rosto muito antes da Gripe A.
A glória detiorava-se rapidamente (e o rosto também, já agora).

Independentemente da panóplia de bizarrias, o talento de Michael para cantar, dançar, arrastar multidões era inquestionável.
"Billie Jean", "Thriller" (que vendeu 100 milhões de cópias), "Beat It", "Bad", "Black or White", entre outros temas, são inesquecíveis.

Michael Jackson morreu ontem à tarde em Los Angeles, aos 50 anos de idade.
A lenda continua.

4 comentários:

paulo cristo disse...

aproveito para deixar aqui o minha referência ao profundo saudosismo que provoca a morte do mike

N.M disse...

Quer se queria quer não, ele marcou uma epoca.
Nunca fui muito fã dele, mas reconheço que ele fez músicas que vão sempre ficar na história.
abraço

João Paulo Cardoso disse...

Paulo Cristo:

Pois é, Bear Number One: já nos levaram o Kurt dos anos 90 e o Mike dos anos 80.

Ainda bem que o grande nome da cena musical dos anos 70, permanece por cá.
Viva a Tonicha!!

Um abraço.

João Paulo Cardoso disse...

N.M:

Às tantas penso que até foi melhor o louco MJ sair de cena, embora fosse preferível de outra forma.

Seria confrangedor ver um Michael a cair aos bocados arrastar-se pelos palcos, um moonwalk feito com muletas, piruetas com costelas pelos ares e muitos outros orgãos colados com fita-cola...

Que Deus o tenha, que o guarde, e que o ofereça em forma de puzzle à Ladi Di neste Natal.

Um abraço.