26 agosto 2010

O Buraco

33 mineiros, soterrados numa mina chilena, foram avisados de que a operação de resgate deverá durar cerca de quatro meses.

Os mineiros estão a ser alimentados através de cápsulas, à semelhança de Betty Grafstein, mas a partir daqui, não se sabe o que poderá acontecer lá em baixo.

Serão perto de 120 dias num buraco escuro, um filme de terror daqueles antigos, bem feitos, ainda a preto e branco, só que aqui sem branco que se veja, sem nada que se veja, apenas um manto negro, o tal buraco escuro, como se, de repente, tivessem sido condenados a ser do Belenenses para toda a vida.

As preces dos mineiros chilenos serão endereçadas a Deus, até porque não há por ali Mourinhos, nem sequer Cristianos, Federers ou Tigers do golf, apenas e só, um ou outro Matías Fernandez por esse mundo fora, até a Shakira é do país ao lado, c'um caraças.

Serão sempre terramotos e tragédias o que o Chile terá para oferecer ao mundo, o que sempre garantirá algum protagonismo nos telejornais, mas um ou dois heróis nacionais - quem sabe uma adepta chilena que prometa tirar a roupa - seriam bem-vindos.

Não gosto de buracos.
Quando ando de metro, sinto-me apenas uma toupeira a motor e quando falam em buracos orçamentais, imagino sempre que a Cicciolina abriu as pernas e engoliu o Ministro das Finanças.

Serão problemas menores comparados com o drama chileno, mas eles são 33, bem juntinhos uns dos outros, e eu sou só um, por isso espero que alguém do lado de lá do computador me compreenda e, já agora, tragam-me uma cápsula de bife com batatas fritas porque já é hora de almoço.

Um amigo meu também não gosta de buracos.
Diz que os únicos a que acha piada, costumam gemer quando entra neles.

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