20 setembro 2010

Garganta Chunga

Continua em rodagem o último episódio da chaga "Garganta Chunga".
Trata-se de um épico onde apareço como protagonista, do princípio ao fim com uma espectacular voz de falsete, como se estivessem a torçer o braço a um dos Bee Gees.

Sem que tivesse havido cocaína suficente para convencer a Lindsay Lohan a desempenhar mais este papel, a produção lembrou-se de mim, como uma segunda escolha ainda assim capaz de fazer um papelão quiçá candidato ao Óscar.
Ou a uma ida a um médico com nome idêntico.
Uma destas.

Basicamente, o que tenho de fazer é passar o dia a imitar pessoas como o Ricardo, o La Féria ou o Manuel José, pigarreando aqui e ali e, sempre que possa, entupindo o nariz a ponto de não conseguir respirar a meio da noite.
Ou no princípio.
No fim da noite também não respiro grande coisa.

Precavido, perguntei aos gajos da produção se haveria sexo e violência, a que me responderam "concerteza, por quem é" a que contra-respondi "sou do Sporting, mas este não é o melhor dia para o revelar ao mundo."

Soube então que, para este "Garganta Chunga", é-me pedido que saiba chupar muito bem.

"Calma, aí!
Chega aí, parou!!
Chamem um duplo, ou quem goste da fruta, já chega passar toda a manhã a pôr a boca no trombone, digo, no microfone, não vou chupar coisíssima nenhuma!", disse eu engrossando a voz, afinal quem precisa de otorrino-laringo-coiso quando se é acossado por propostas destas?

Que não era nada disso, só tinha que passar o dia a chupar limão com mel e pastilhas Strepfen com fartura, acho que é um dos patrocinadores.

De maneira que tenho chupado o melhor que posso, mas o filme nunca mais acaba.

Continuo a achar que a Lindsay Lohan fazia isto melhor do que eu.

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