19 fevereiro 2007

Poema das Máscaras Rejeitadas

Post nº 51

Neste Carnaval quero mascarar-me de alguém que não seja eu
De alguém com um destino que não seja o meu
De alguém que não seja tão complicado
De alguém mais afortunado

Mas não quero mascarar-me de um alguém qualquer

Não quero mascarar-me de vereador a contas com contas erradas
De árabe fanático por torres dizimadas
De presidente americano e seus enganos
De neo-ditadores populistas sul-americanos

De vendedor xico-esperto de lábia insidiosa
De bispo arisco de seita religiosa
De proxeneta ou playboy errante
De psicopata ou traficante

De funcionário público incompetente
De novo-rico pindérico e insolente
De dirigente desportista corrupto e aviltante
De político demagogo e arrogante

De futebolista que não saiba falar bom português
De pedófilo mentiroso armado em burguês
De bem pago mentecapto da televisão
De criminoso-vedeta em pasquins de papelão

Por isso, para este ano,
comprei uma fantasia de marciano

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem visto.

João Paulo Cardoso disse...

Tritão:

É claro que esta esforçada tentativa de ser poeta, não se compara às gloriosas noites em que três jovens malucos levavam três pedaços de papel-poema, para debate e avaliação no Jardim José Maria dos Santos.

Outros tempos...