Faltava ainda meia dezena de anos para o final do século.
Ela levou-me num velho carro branco para uma primeira saída à noite. Já há algum tempo que eu procurava refúgio nos seus olhos castanhos. Atraído por uma força serena, misteriosa até.
Tal como as marés se enfeitiçam pela Lua, eu enchi com ela o caudal do meu coração.
E hoje, sete anos volvidos de outro século, quando a avisto ao longe, sinto-me renovadamente enfeitiçado pela Lua dos seus dias. E corro para ela, como maré a vazar, desejando encher o caudal do meu coração. E corro para ela mais que não seja para procurar refúgio nos seus olhos castanhos.
Lua e maré podem desaguar juntas até chegar sol e peixe.
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