14 janeiro 2009

Para Além dos Sorrisos e Gargalhadas

A data eternamente adiada serviu para criar um novelo na garganta que disfarcei o melhor que pude nos últimos meses.
Não duraria para sempre este limbo, já o sabia, e ontem, por fim, a minha mãe lá foi chamada para a operação (não vou entrar em pormenores).

Ela é forte, uma mulher de garra, mas sabe-se lá o que ela sente verdadeiramente neste momento.
Tal como eu disfarcei o novelo que tinha na garganta, ela camufla a ansiedade entregando-se às tarefas corriqueiras do quotidiano porque a vida não se suspende pela realização de uma operação ainda que melindrosa.

Quem me dera ser tão forte assim mas, após uma noite em que desfiz o amplexo a Morpheus cinco ou seis vezes, percebi que tudo isto vai ser muito complicado e o instável (ou falso) equilíbrio em que vivi os últimos três anos corre o risco de tropeçar num desses buracos negros que tingem galopadamente o meu pensamento.

Amanhã a minha mãe segue para o hospital.
A operação decorrerá entre amanhã e depois.

7 comentários:

Mad disse...

Um grande beijo para ti e milhões de figas para que tudo corra pelo melhor. E há-de correr, tu mereces.

Bjs.

João Paulo Cardoso disse...

Para Mad:

A questão do merecimento dava pano para mangas e poderia ser apreciada de inúmeras perspectivas sendo que, garantidamente, algumas delas não abonariam a meu favor.

Mas isso é a história de todos nós, não é?

Confesso que posto aqui estes desabafos para ter algum feedback de pensamento positivo, mesmo de quem nunca conheci pessoalmente.

Todo o tipo de ajuda que conseguir recolher saberá sempre a pouco.

Obrigada pelas tuas palavras.

Beijos.

João Paulo Cardoso disse...

Em bom português deveria ter escrito "obrigado" pelas tuas palavras.

Fica a correcção deste vosso pateta quase iletrado.

Patrícia disse...

que corra tudo bem.
Abraço bem apertado, daqueles que dividem os problemas e as preocupações por dois e aliviam o coração, de mim para ti.

João Paulo Cardoso disse...

Para a Patrícia:

Obrigado.

Tenho que respirar fundo e aproveitar o dia para sacudir a pressão dos ombros.
Até porque a operação não é hoje.

Um dia de cada vez.

Beijos.

Maria Feliz disse...

Amigo do coração,

Um beijo do tamanho do Mundo e o desejo sincero de que tudo corra pelo melhor.

As nossas Mães são umas heroínas e fazem-nos falta até à medula!

Fica bem e conta comigo.

João Paulo Cardoso disse...

Para a Maria solidária:

As mães são mesmo a maior invenção deste mundo e o cordão umbilical que é cortado à nascença permanece virtualmente para sempre.

Muito obrigado pelas tuas palavras Florita.

Beijos.