23 abril 2008

A lenda do 25 de Abril

O Eldorado - Edição nº 227

Diz que na manhã do dia 24 de Abril de 1974 um grupo de comunistas saíu logo pela fresquinha para ir comer umas criancinhas com pãozinho com manteiga.

À tarde foram visitar o Aquário Vasco da Gama e depois de entornarem uma vinhaça numa taberna do Bairro Alto, foram comprar cravos.
Estiveram para comprar rosas mas alguns camaradas acharam caro.
Depois de paparem uma sopinha e umas sandes de torresmos ao jantar, para reconfortar o estômago, afiaram foices e martelos e enfiaram os cravos pelo cano das espingardas.

Diz que perto das 23 horas um elemento do MFA telefona para o Rádio Clube Português e pede para ouvir uma canção da Tonicha, mas não havia nada da Tonicha para passar.
"Então pode ser uma qualquer do Paulo de Carvalho".

E assim foi e os militares ainda dançaram uns com os outros antes de saírem para a revolução.

Ficou então combinado que haveria uma segunda senha, o que dava imenso jeito, pois alguns camaradas queriam ir ao refeitório da Revolução depois da dita cuja.
Nada melhor do que um caldo verde depois de uma madrugada de manobras muito cansativas.

Tocou então a "Grândola Vila Morena", e o povo saíu à rua, sinal que não aguentavam a voz desafinada do Zeca Afonso.
Assim se passaram as coisas no sul, mas também no norte houve movimentações e diz que se encontraram uns com os outros na Mealhada para comer leitão.

A tomada do poder só causou choques fatais em quatro pessoas, que morreram alvejadas pela PIDE, uma espécie de detergente político que limpava as nódoas que manchavam o regime.

Caía finalmente a dentadura.

34 anos depois, há muito por fazer.
Se calhar está na altura de voltar a partir alguns dentes.


8 comentários:

Patrícia disse...

pois está!
eu se passar pela vinhaça no bairro alto e depois for para distribuir chapada conta comigo1

Huckleberry Friend disse...

Muito está por fazer e seguramente que há dentes por partir. Mas não comparemos estes tempos com os da outra senhora... isso é fazer serviço à dita cuja (dura)! Abraço, JP

Anónimo disse...

Desta gostei... e muito.

Um abraço camarada.

ana v. disse...

Detergente por detergente, antes o TIDE que a PIDE... O pior é que os glutões já não comem nódoas, agora SÂO as nódoas!
Beijinho, já me fizeste rir, como sempre.

João Paulo Cardoso disse...

Patrícia:
Beber vinhaça e distribuir chapada é um programão para o fim de semana.
Beijos.

João Paulo Cardoso disse...

Huckleberry Friend:
A comparação só foi feita por exagero, coisa de pretenso humorista.

Não há nada em comum entre Sócrates e Salazar.

Bem... exceptuando o facto de os dois terem sido primeiro-ministros...

E terem um apelido começado por S...

E terem nascido beirões...

Estou a brincar, claro.
Sei muito bem que antes de 1974 estávamos muito piores, sem liberdade e sem futuro.
Mas vivemos tempos complicados, é inegável.
Culpa dos governos PS e PSD?
Nem tanto.
A crise é global logo a culpa também.

Enfim, resta-nos a liberdade de escrever parvoíces na internet.

Um abraço.

João Paulo Cardoso disse...

Paulo Cristo:
Avante!
O povo unido, jamais será fod...!!!

João Paulo Cardoso disse...

AV:
Vê lá que até a publicidade do Skip já diz que "é bom sujar-se"!!

Cheira-me (além de mal), a uma indirecta qualquer relacionada com a corrupção.

Alguém mencione a palavra SKIP à Fátima Felgueiras, ao Avelino Fereira Torres ou a Isaltino Morais.
Os mais atrapalhados na resposta deverão ter nódoas para limpar.

Beijos.