Johnnie Walker

Quando ultimamente me perguntam como tenho passado, respondo sempre o mesmo, do género "cá vou andando".
E literalmente tem sido isso.

Sem carro há um mês, desde que espatifei o meu velho calhambeque à beira Tejo, resta-me usufruir dos nossos dinâmicos transportes públicos e, ainda com maior dinamismo, fazer o resto do percurso à pata.

Caminho.
E caminho.
E caminho.
E à noite, cansado, caminha.
A dos lençóis e mantinhas, não a do Minho que essa fica longe e eu não tenho carro, não sei se tinham chegado a essa perspicaz conclusão.

A verdade é que estava a ficar perigosamente redondo, rechoncho, balofo.
E se estamos dependentes de algo que nos faz mal, a melhor forma de cortar o problema pela raiz, é de uma vez e à bruta.

Assim, para deixar de ir de carro para todo o lado, eu resolvi espetar o carro no meio de uma amálgama de cimento e arbustos, para que pudesse, enfim, começar a abater a barriga andando a pé.
Pronto.
Afinal não custou muito contar a verdade.

Para a semana, estou a pensar organizar ataques terroristas a 357 plantações de cana de açúcar e cacau no Brasil, para deixar de ser guloso.

Seguir-se-á mais uma série de panacéias mais ou menos escabrosas que poderão utilizar na educação dos vossos pimpolhos.

Não têm nada que agradecer.