16 fevereiro 2009

A Feira do Alfarrabanço


Caros amigos, cá estamos para mais o início de uma semana, n'est-ce-pas?
Espero que tenham aproveitado o sol deste fim de semana, um maná de S. Pedro que não desfrutávamos desde Setembro... de 1735.

Espero também que tenham aproveitado o Dia dos Namorados para enfiar a língua na boca uns dos outros, não importa género ou número, quero lá saber, não me comprometam com um qualquer Episcopado.

Hoje não venho falar de quem dá uma Episcopoda bem dada, mas daqueles que preferem um bom Alfarrabanço.

Os domingos à tarde, no Pinhal Novo, são do melhor para o Alfarrabanço.
Sei de quem sai de casa de propósito para o efeito.
Velhos e novos, gordos e magros, homens e mulheres, todos se pelam por umas boas horas de Alfarrabanço, alguns, inclusivamente, depois de uma boa Episcopoda bem dada p'lo pároco cá da terra, o que demonstra além de uma assinalável resistência física, uma vontade de viver do tamanho do mundo.

Os alfarrabistas são uma mistura de vendedores de seguros com Indiana Jones.
São insistentes e chatos que nem a potassa mas, por outro lado, nutrem por aquelas velharias um amor tão lindo, que até já estou de lencinho na mão para enxugar as lágrimas e, vá lá, limpar um ou outro burrié mais irrequieto.

Não é qualquer um que alfarraba, meus amigos.

Antes do mais há que preparar bem o cenário para um bom Alfarrabanço, prescindindo neste caso dos lençóis fofinhos, da musiquinha de elevador e das velas perfumadas.

Aqui o importante é dispor de forma atractiva as peças a alfarrabar os mais incautos.

Neste ponto, muitos são aqueles que pedem ajuda a pessoal especializado da PJ e da PSP, que são os mestres do aprumo na hora de mostrar ao mundo os produtos apreendidos, organizados por cores, tamanhos e possibilidades de fazer pendant.

O pregão-ladainha para cativar potenciais clientes para o Alfarrabanço também é importante e, não raras vezes, é adoptada uma entoação meio aciganada.

E não é só a entoação.
A transacção também premeia mais o alfarrabador, perdão, o alfarrabista, do que o alfarrabado, mas isso era esperado, porque a palavra já diz tudo.

Um vizinho aqui do menino, costuma chegar a casa aos domingos, sempre com a mesma queixa:

"Maria, fui alfarrabado lá atrás, junto à igreja!"

Ao que ela responde:

"É o costume."

2 comentários:

Mariazita disse...

Porque vou ausentar-me a partir de hoje à noite e até meados da próxima semana, não poderei, neste período, fazer, como tanto gosto, as habituais visitas e comentários.
No entanto deixarei programado (assim espero!) um post para ser publicado na quinta-feira (Anita) e outro para domingo, que, se quiseres, podes ir ver.
Hoje ainda, tenciono publicar no Lírios.
Até ao meu regresso.
Bom Carnaval.
Beijinhos
Mariazita

João Paulo Cardoso disse...

Mariazita:

Muito bem.

Então, bom Carnaval