02 dezembro 2008

Zero graus ao sol do meio-dia

Olá, minhas senhoras e meus senhores, amigos, companheiros, palhaços, bonecos de neve em geral.

O "Eldorado" tem estado congelado, eu sei.
Bem tenho tentado mas não consigo escrever com estas luvas de lã.
E ter ficado com uma ponta do cachecol presa no autoclismo também não ajudou nada.
Felizmente lá apareceu o meu pai seis horas depois, perto das quatro da manhã.
Só espero que, para a próxima, ele acenda a luz antes de me mijar para cima.

Tem estado tanto, mas tanto frio, que os portugueses decidiram submergir entre gorros, cachecóis e mil e um artigos de lã.
Ainda ontem vi um tipo de bigode com uma ovelha à volta do pescoço.
Fica a dúvida se seria um friorento ou um tarado por animais, mas lá o deixei seguir o seu caminho até porque não demorou muito para que a personagem fosse atropelada por um trenó.
Os bombeiros bem tentaram tirar a ovelha de cima do pinheiro, mas o bicho tinha as unhas afiadas.
Fica de decoração para o Natal, sendo a única árvore natalícia que, em vez de uma estrela, tem no topo uma ovelha a berrar.

Não costumo beber - hoje é óbvio que o fiz antes de me pôr a escrever - mas o frio leva-me a hábitos que desconhecia, como frequentar bares badalhocos, daqueles com tanto surro no balcão que parecem ter um forro de cortiça para os bêbedos porem as patas.

Nessas deambulações etílicas faço sempre o mesmo pedido.
Um whisky puro, sem gelo, onde mergulho a estalactite que trago no nariz desde a semana passada.

Em resumo, nos últimos dias tenho parecido um taliban que tentou arrebentar com as Grutas de Mira de Aire à cabeçada.
E é por isso que não tenho aparecido.

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