11 julho 2010

Mundial 2010 - A Grande Final

Vocês nem imaginam, mas o Mundial 2010 que termina hoje vai deixar saudades.
Porque este foi um Mundial diferente.
Africano sim, mas com muitas nuances europeias.

Haveremos de recordar para sempre este campeonato, como aquele em que os jogos começavam com um pretinho a gritar "Kena Ko", que significa lá no linguarajar deles "está na hora".

Infelizmente também não esqueceremos as insuportáveis vuvuzelas, a eliminação precoce de Portugal e a vitória da Espanha, primeira vez que uma selecção europeia se sagrou campeã mundial fora do continente europeu.

Sim, porque a Espanha vai ser campeã europeia, palpito eu e o Paul, aquele polvo alemão que adivinha os jogos.

Há duas pessoas que se sagrarão também campeãs mundiais este ano, sem que tenham jogado um segundo sequer com a roja espanhola.

Um deles chama-se Pep Guardiola e é o treinador do Barcelona, equipa que constitui a espinha dorsal da selecção espanhola, o que resulta naquele futebol lindo, recortado, envolvente, mágico, quase pinball, a que chamaram tiki taka, uma espécie de toma lá, dá cá.

O segundo é ainda menos evidente, mas já lá vamos.

Primeiro, queria deixar aqui, o onze ideal do Mundial, uma opinião pessoal obviamente discutível, mas não negociável.

Eduardo (Portugal) ; Maicon (Brasil), Lúcio (Brasil), Puyol (Espanha) e Fábio Coentrão (Portugal); Boateng (Gana), Xavi (Espanha) e Iniesta (Espanha); Fórlan (Uruguai), Klose (Alemanha) e David Villa (Espanha).

Menções honrosas para Casillas (Espanha), Piqué (Espanha), Sérgio Ramos (Espanha), Sjneider (Holanda), Friedrich (Alemanha), Juan (Brasil), Tchabalala (África do Sul), Higuain (Argentina), Suarez (Uruguai), Gyan (Gana) e Thomas Muller (Alemanha), a grande revelação do Mundial, que só não coloco na equipa ideal, porque também seria um crime deixar de fora Iniesta ou Fórlan.

Quando a Espanha se sagrar campeã do mundo, sabem quem também será campeão? Eu.

Não porque tenha costela espanhola ; na verdade, durante muitos anos, odiei todo o mau vento e mau casamento que prometiam nuestros hermanos.

Mas no início dos anos 80, numa pequena aldeia beirã chamada Pinheiro de Ázere, eu inventei o tiki taka.

Numa das raras ocasiões em que eu e o meu irmão, sete anos mais novo, nos vestimos de igual - por caso t-shirts vermelhas e calções azuis - , entretinha-mo-nos a trocar dezenas de passes, até chegar a uma baliza deserta, cabendo o golo ora a um, ora outro.

Estava inventado o tiki taka e tenho quase a certeza que ou Cruijff ou Guardiola andavam por ali e copiaram tudo.

De qualquer forma, recordado isto e agora que já não odeio espanhóis, serei então Campeão do Mundo de Futebol ainda antes das 22 horas.

Recebo os vossos aplausos e parabéns amanhã.

Sem comentários: