Diz que continuam desaparecidos os cinco descendentes de conquistadores espanhóis, o chihuahua com uma pala no olho esquerdo e o unicórnio licenciado em gestão de empresas que procuravam a mítica cidade do ouro...
07 outubro 2009
O Zorro no Pingo Doce
Ao contrário do que rezam mitos urbanos, não sou um Zorro mascarado que passa as noites a salvar donzelas em perigo.
Ou, se calhar, até sou.
Ontem à noite, com toda a habilidade que tenho para conduzir veículos a motor, comparável à de um babuíno com um problema de trigonometria à frente, fui chamado a tirar um Seat cinzento cujas rodas dianteiras tinham afocinhado num desnível alcatroado de um parque de estacionamento de um Pingo Doce longe de casa.
Duas senhoras em apuros, vendo-me estacionado ali ao lado, desataram a desfraldar ao vento que zumbia, uma velha bandeira que, digam o que disserem, ainda significa alguma coisa.
É um pedaço de pano vermelho berrante, com letras garrafais, onde está escrito "ele que é homem, resolve".
Mesmo que algumas crises de confiança façam parte do meu adn, homem que é homem, não diz "não" e eu sou muito homem, embora educado para não parecer um troglodita.
Por isso, primeiro, e até porque a condutora do veículo, grávida ainda por cima, insistia em não sair de trás do volante, comecei por ser "O Homem Que Resolve Como se Fosse um Engenheiro" e sugeri uma marcha atrás com travão de mão engatado, para que, quando o focinho do Seat levantasse um bocadinho, aproveitasse o balanço.
O carro foi abaixo.
Assumi então o papel de "O Homem Que Resolve Porque é Homem Ponto Final" e em menos de 10 segundos, colocando a teoria do "Homem-Engenheiro" em prática, resgatei o Seat das trevas, abri um sorriso luminoso que acendeu a tarde cinzenta, aconselhei a pré-mamã a ficar mais calma, esquecesse até o pequeno episódio, retorqui os agradecimentos e saí a cavalgar em direcção ao pôr do sol.
E enquanto conduzia o Silver, digo, o Citroën Saxo até a casa, não deixava de sorrir com o que se tinha passado, verdadeiro espelho do que foi a minha vida de Zorro adolescente:
Algum jeito para desengatar mulheres longe de casa, nenhuma aptidão para engatar mulheres lá para casa.
Mas isso já lá vai e agora corre tudo sobre rodas, digo, sobre cascos.
Aiô, Silver!!
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8 comentários:
E depois dizem que já não restam homens como antigamente... ^_^
Caro João Pulo,
Embora visita (quase) diária do seu blog, confesso que nõ fui eu que comentei este magnífico texto que devolve aos homens a sua auto-estima perdida.
Um abraço e até ao dia D.
J
SIM:
Como antigamente é que é!!
Menos na parte de cheirar a cavalo.
Não é nada contra ti, Silver!
Beijos, fiel leitora galega.
JB:
Então, obrigado na mesma pelo seu comentário.
Um abraço.
Procura-se um "João" que comentou este post, para que volte a comentar se fizer o obséquio, porque o imbecil que administra o blog apagou-o sem querer.
Um abraço a todos os Joões, incluindo o Alberto da Madeira porque, vá lá, hoje até estou bem disposto.
agradeco e retribuo
Nf, enviado em missao especial em linlithgow
JP,
És o máior! O Pinhal Novo ganhou um herói:)
Beijos grandes
Ora, bem me parecia que eras desses... não sabia era que ainda havia dessas.
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