16 outubro 2009

Maitê


U
m dos mais memoráveis episódios da minha adolescência aconteceu atrás da porta de um quarto.

Um ritual de iniciação que, descansem as mentes, nada tinha de proibido, perverso ou alternativo, nem sequer consistia em dar umas passas numa broca às escondidas, devorar uma torta de laranja em dois minutos ou apalpar os marmelos à vizinha Iolanda.

Nada disso.

Apenas uma espreitadela a um poster da cantora germânica Nena, vestida dos pés à cabeça, mas com uns olhos que nos despia as calças.

"Então? Quem é mais gira? A Nena ou a Maitê Proença?" perguntava o grupo de rapazes ressabiados, todos com mais dois anos do que eu.

E embora a escolha fosse complicada, eu acabei por responder que era a Maitê.

O deslumbramento continuou quando a vi despida na "Playboy", em "Dona Beija" e em sonhos húmidos que juntavam Maitê a Maria Zilda, por essa altura o mais belo par de pernas de toda a América do Sul, distinção comprovada todas as noites na "Guerra dos Sexos".

Chegados a 2009, eis que alguém desenterrou do passado um vídeo de 2007, onde a agora cinquentona goza com os portugueses durante uma peça de reportagem para o programa "Saia Justa".

O trabalho tem uma boa dose de imprecisões históricas, é mais jocoso do que informativo, Maitê praticamente chama parolos aos portugueses, mas mesmo assim , digo eu que já vi o vídeo que pode conferir aqui, não encontro motivos de maior para este quase incidente diplomático que distrai o país de coisas mais importantes.

Talvez tenha sido uma desilusão para a nação lusitana que vai dando mais importância às palavras da actriz e menos à beleza que se desvanece.

Terá que ser a própria Maitê a perceber que o crédito que tinha, baseado, vá lá, em algum talento como actriz e escritora, mas sobretudo na beleza bafejada pelos deuses, vive o ocaso do encantamento.

Quanto a mim, talvez sofra do mesmo mal de Miguel Sousa Tavares e ainda hoje é possível que as memórias da beleza da actriz - que ainda permanece, brincando com o tempo - estejam a toldar-me a razão.

Estou no entanto na disposição de concordar com aqueles que dizem que Maitê Proença já merece um tau-tau bem dado.
Desde que seja o primeiro a avançar.

10 comentários:

Anónimo disse...

Pois eu acho que a vaca javarda perdeu uma boa chance de ficar de boca fechada. Ou isso ou vou ser obrigado a cuspir nela quando a apanhar pela frente um dia destes.

nf, enviado especial por Camberley

João Paulo Cardoso disse...

NF:

Calma aí com a linguagem, meu caro!
Isto não é uma xafarica!!

Estava tudo tão bem, e já estamos a descamberleyiar, tss, tss...

Anónimo disse...

pois meu amigo, embora tambem escolha aqui o "anonimo", nao sou da familia do comentador anterior, mas deixe-me dizer-lhe uma coisa, é por haver pessoas como o senhor que este país está como está, a cordialidade e diplomacia devia fazer parte da boa formação de actores e actrizes como a maitê e convém dizer que estas pessoas que interligam continentes e que vivem às custas dessas conexões não tem o direito de proceder da forma como esta senhora procedeu. depois, quando um homem, como presumo que o meu amigo é, a julgar pelo nome que apresenta como sua identificação, deixa cair o orgulho juntamente com as calças, há o risco de que a falta de respeito entre nações se confine a isso mesmo, um baixar de calças e de saias à maneira das mais baixas casas de passe. essa senhora agiu mal e não é por ser mais bonita ou mais feia que tem o direito de o fazer. não prometo cuspir-lhe em cima, mas reprovo completamente esses comportamentos infantis, próprios de actores aproveitadores e de baixo nível. quem não respeita, não se dá ao respeito.
um muito bom dia e felicidades para o seu blogue que continuarei a seguir atentamente.

João Paulo Cardoso disse...

Meu grandesíssimo... opinador anónimo:

Não me apercebi, deveras, que o estado da nação se deve à existência de "pessoas como eu".

Querendo contribuir para o salvamento deste nosso belo país, garantindo um lar para os nossos filhos, netos e formigas de asa, aviso-o que vou deitar-me na auto-estrada do sul, ao km 16, por volta das 4 da tarde.

Se puder, vá até lá, passe por cima de mim e salve Portugal, Berlengas,incluídas.

Um abraço.

PS:

Pensando bem, a essa hora não me dá jeito.

Fazemos o seguinte:
espera lá deitadinho, que quando eu chegar passo-lhe por cima, 'tá bem?

Ah!
Convém ainda referir que quando deixo cair as calças, mantenho o orgulho de pé.

Sun Iou Miou disse...

Que tem os anónimos contigo, JPC? Os meus mandam-me beijos. Que tem a ver as calças e o orgulho com nada? Está o pessoal muito mal-humorado. Com certeza não deve ter o país problemas nenhuns.

(De veras estás com as calças caídas e o orgulho em pé?)

João Paulo Cardoso disse...

Sim:

Deveras.

Orgulho sempre de pé e anónimos mal criados rente ao chão onde os possa pisar.

Beijos.

Anónimo disse...

Essa merdosa não vale nada! Puta ca pariu!

N.M disse...

Eu também me ofereço para lhe dar um bom tau tau se ela regressar a Portugal!!!

João Paulo Cardoso disse...

Anónimo:

Ainda me há-de dizer que medicamentos anda a tomar...

João Paulo Cardoso disse...

N.M:

Para a fila, se faz favor...

Um abraço.