20 outubro 2008

O Gordo

Este fim de semana agarrei numa raquete e fui jogar ténis.
Joguei com a graciosidade de um hipopótamo num salão de chá, abdicando de correr atrás da maior parte das bolas que passavam a meio metro do focinho.

Dói-me tudo como se tivesse andado à pancada com uma equipa de râguebi ou com a Carolina Salgado que é pessoa para dar cabo de meia dúzia de anões quando anda histérica.

A verdade nua e crua é que estou gordo e fora de forma.
Ou melhor, até estou em forma, mas em forma de bola de queijo flamengo.
E daqui a algum tempo, mais flácido, parecerei um queijo amanteigado daqueles bons para barrar.
Para barrar a entrada numa discoteca, por exemplo.
Não estou a ver um David Motta conseguir arrastar um paquiderme para consegui entrar na Kubo.

Neste momento estou com uns dez quilos a mais mas a tendência é para aumentar.
Trabalhar sentado 10 horas seguidas e almoçar sandes de leitão assado dá nisto.
E às terças e quintas, com três horas de almoço, levanto as badanas e rendo-me às delícias da restauração setubalense.

Não há cá peixinho, nem saladinhas!
Como tudo o que faz mal como se tivesse uma gigantesca dívida às finanças e fosse conveniente morrer o mais rapidamente possível com as artérias atafulhadas de colesterol.

O meu perímetro abdominal é tão vasto que já não dá para o medir com uma fita métrica, sendo necessário o recurso ao satélite.

Mas nem tudo é mau.
Sendo uma pessoa de tez bastante clara e tendo o hábito de andar à noite a mostrar a barriga ao mundo, consigo juntar à minha volta vários casais de namorados adeptos de marmelada em noite de lua cheia.
E assim aproveito para ver cenas badalhocas antes de me deitar, sem necessidade de assinar o "Sexy Hot" ou a "Playboy".
Dinheiro que poupo para mamar Molotofs e Bolas de Berlim.

Estou tão gordo que ontem um amigo deu-me um abraço e desapareceu.
E como já está na horinha do almoço, vou comer uns três ou quatro agentes da Judiciária para ver se o encontram.
O Moita Flores fica para a sobremesa.

2 comentários:

Mariazita disse...

Olá, João Paulo
Como ler-te sem um sorriso?
E vez por outra uma risadinha, também.
O Moita Flores para sobremesa? Gostei
Bjs
Mariazita

João Paulo Cardoso disse...

Quando acabei de ler o que escrevi também sorri, claro.

Infelizmente as enormes bochechas engolem-me o sorriso e fica uma imagem estranha.

Beijos.