Eu quero o Sócrates na minha vida.Eu sei que ele ainda está no governo, logo já está na nossa vida, na minha e na sua, se calhar há tempo demasiado, mas não o quero no governo do país, quero-o a governar a minha vida.
Não embasbaquem que eu explico.
Depois de um ano como este, com sonhos desfeitos, expectativas goradas e promessas adiadas, a motivação caíu a pique.
Não digo que estou a sofrer a enésima mini-depressão na minha eterna condição de Woody Allen lusitano, mas quando elas não matam, moem.
Principalmente se forem padeiras a preparar bolos-rei.
Eu quero um Sócrates para gerir expectativas em 2011.
Atenção que não quero um clone, um Sliva Pereira qualquer, quero mesmo o verdadeiro, para me fazer crer que vou ganhar na lotaria quando vejo a conta a zero, para me enganar com a promessa da criação de empregos quando não vislumbro nada no horizonte, para me mentir dizendo que o Sporting vai ser campeão, mesmo com 13 pontos de atraso, para jurar a pés juntos que, quando chove torrencialmente, o sol brilhará em menos de 30 segundos.
Não quero um aldrabão, chamar-lhe-ei sempre um "gestor de expectativas", alguém que seja para todo o sempre e em qualquer circunstância, um insensato optimista.
"Ai, a minha vida! Ó Socas, meu guru, o nosso avião está a cair!!!!"
"Sabe, não está provado que o homem não consiga voar... Basta saltar por aquela porta e esbracejar com toda a força..."
"Será?!"
"Concerteza, JP.
Vá andando que logo o seguirei com este pára-quedas que escondi debaixo do braço."
Já sabem:
Se encontrarem este tipo espectacular, a quem muito devemos, quero-o só para mim.
Neste Natal, eu quero um Personal Sócrates.
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