Diz que continuam desaparecidos os cinco descendentes de conquistadores espanhóis, o chihuahua com uma pala no olho esquerdo e o unicórnio licenciado em gestão de empresas que procuravam a mítica cidade do ouro...
28 abril 2010
Made in Setúbal
Se há especialidade de Setúbal para além da sardinha e do choco frito, essa chama-se "fazer pela vida".
De preferência ardilosamente e sem mexer uma palha.
Sem pinga de suor.
Sem ponta de mérito.
Generalizo, é certo, sobretudo embriagado pelo fel distribuído via tv, por um homem sistematicamente bem vestido, bem penteado, mal educado.
Esse homem, para gáudio dos setubalenses, chama-se José Mourinho e nasceu em Setúbal.
É um orgulho da cidade que elogia a sua esperteza, malandrice, ratice.
Qualidades muito apreciadas à beira Sado.
Há pouco assisti à eliminação da melhor equipa do mundo que não conseguiu superar a equipa treinada pelo homem de Setúbal.
O que representará, teoricamente, a confirmação que o homem é o melhor treinador do mundo, mas que para mim só prova que o homem é um bom pedreiro, porque o Barcelona não jogou contra o Inter de Milão, jogou contra um muro.
A parede edificada por Mourinho, e constituída por jogadores-pés-de-tijolo não correu para o ataque, não rematou, em suma não jogou propriamente futebol, passou o tempo a destruir as elaboradas mas inconclusivas jogadas do Barça.
Em 100 jogos contra o Barcelona, este Inter de Milão de Mourinho venceria uma vez.
Isso aconteceu em Milão e foi o bastante.
Com a constatação que o 1-0 de hoje, não obstava a que o seu muro bem italiano marcasse presença na final, o homem de Setúbal virou-se para as bancadas e extravasou todas as suas marcas registadas, tão intrinsecamente setubalenses:
Arrogância, cinismo, altivez, escárnio.
O adn dos que vencem na vida?
Não, Mourinho é mesmo caso único.
Na bela cidade cénica, tristemente cínica, mais ninguém se evidencia.
A fanfarronice sem certidão de conquistas está-lhes no sangue e resta-lhes o Mourinho, 25 golfinhos (mais um falsificado em horário nobre), um Vitória que pouco vence e só luta por não descer, e nada mais.
Luísa Todi deixou de fazer parte deste mundo há muito, mas seria a excepção que confirma a regra, porque até Bocage fazia da poesia de cagalhão um modo de vida.
Tal como acabei de ver na televisão, a capacidade de transformar a merda noutra coisa qualquer, não desapareceu com os séculos.
Celebrai então, mentecaptos.
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2 comentários:
PS - Qualquer afiliacao clubistica do autor denotada neste post, e mera coincidencia.
nf
nf:
Sempre achei que a transmissão televisiva de um jogo de futebol resulta melhor que um de xadrez, mas pronto, já passou.
Um abraço.
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