04 abril 2009

A Moda das Patarecas


A probabilidade da Paula Bobone vir a ser a primeira capa da Playboy portuguesa foi, durante algumas semanas, um dos meus pesadelos recorrentes.

Mais tarde, os jornais encarregaram-se de me sossegar com a perspectiva de vir a ser a bela Mónica Sofia, ex-Delirium, a capa de tão histórica publicação.

Só que, com esta escolha da editora em Portugal da revista do coelhinho, tem-se como garantida a inexistência de poses socialmente correctas, como a nudez integral da estrela de capa sentada num sofá a ler Emily Brontë.

O desprezo pelas regras de etiqueta na ânsia da captura de imagens da patareca é uma das eternas lacunas deste mundo mais... ann... lascivo.

Apesar da minha condição de depravado-mor lá do bairro, considero que a imagem de uma patareca pode e deve ser enquadrada à luz dos mais elementares ensinamentos da senhora Bobone ou de outros gurus da boa educação social.

Difícil será mostrar a bela Mónica aos pulinhos numa exposição de pintura no Centro Cultural de Belém, até porque vivemos numa sociedade em crise de valores, machista e deprimida, ávida de delírios obscenos com suecas, russas, brasileiras ou odaliscas.

Se bem que, para as odaliscas mostrarem mais do que as pestanas, seja necessária uma transacção envolvendo camelos e isso é difícil de obter longe de Portugal.

Valerá a pena?
Claro que sim.

A avaliar pela elegância, estilo e sensualidade que a Rainha da Jordânia transmite nas suas vestes ocidentais, não será difícil imaginar a classe com que Rânia mostrará a patareca.

2 comentários:

Mad disse...

A da Bobone bateu-te forte, hein?
LOL!

João Paulo Cardoso disse...

Mad:

Ultimamente tenho arranjado muitos problemas por dizer o que penso, portanto acho que o "estilo José Mourinho" não é para mim.

Vou voltar ao low profile devorador de batráquios.

Posto isto, tenho que deixar uma palavra de apreço e respeito para a Senhora Bobone, inspiradora de muitos humoristas e outros como eu que o julgam ser.

Beijos.

P.S: Este texto foi já publicado no "Porta de Vento" e só aparece aqui porque permanece actual.

Faço tenção de repescar todas as outras crónicas "Lapsus Linguae" aqui para a chafarica, continuando a "Porta do Vento" com o privilégio da primeira publicação online.

Volto segunda-feira se Deus quiser.