Salim Hamdan, antigo motorista de Bin Laden, foi condenado pelo Tribunal Excepcional de Guerra de Guantanamo a cinco anos e meio de prisão.
Parece que ficaram provadas as acusações de apoio às actividades terroristas.
Verdade? Mentira?
Recuemos até 11 de Agosto de 1999...
Bin Laden, tinha acordado bem disposto na manhã desta quarta-feira.
Tinha chegado à limusina cor de alperce na companhia de dois gémeos façanhudos e, conhecendo-se as tendências abichanadas do nº1 da Al-Qaeda, dir-se-ia que tinha tido uma noite de arromba.
Olha que expressão tão curiosa que assenta que nem uma luva a gente que gosta de passar a noite a brincar aos comboios: "Uma noite de arromba".
Realmente, às vezes sou engraçado, eh, eh...
Adiante.
O líder da maior organização terrorista mundial, cumprimentou o motorista Salim e logo tratou de ditar as primeiras ordens...
- Ó... coiso, ann... Salim... vamos passar primeiro pela papelaria que eu quero meter o totoloto. Estou cá com uma fezada que Alá vai bafejar-me com o sopro divino, desta vez.
E rodaram e rodaram na limusine cor de alperce até ficarem tontos.
Meia hora depois, Bin Laden fez descer o vidro separador à prova de bala e de perdigotos, porque como sabeis a língua árabe é muito visceral, e ditou novas ordens ao pobre Salim e, se escrevo pobre, é porque o coitado ganhava apenas dois salários mínimos enquanto um cunhado da prima de uma das 17 mulheres de Bin Laden auferia uma batelada de dinheiro só para contar tâmaras.
Injustiças...
- Olha, coiso...
- Salim.
- Salim, vamos ali ao "Bingo Doce" que tenho que comprar amaciador para a barba.
Tenho as pontas todas espigadas, mulher...
E rodaram e rodaram na limusine cor de alperce até ficarem tontos.
Mais tarde, Bin pediu para parar junto à embaixada dos Estados Unidos, o que deixou Salim Hamdan desconcertado...
- Para quê, senhor?
- É uma troca de pacotes. Ontem estes meninos trataram-me do pacote, em troca dei-lhes dois pacotes para entregar aos americanos, como prova de amizade.
São dois gémeos armadilhados.
E chegou uma altura em que Bin Laden se viu sozinho na parte de trás da limusine, indicou um desvio para um oásis perto, mandou que o carro parasse, fez descer o vidro separador e tentou seduzir o motorista.
- Salim... apetecia-me algo.
- Em Agosto não se comercializa Ferrero Rocher, senhor.
- Não, Salim - piscou o olho - Apetecia-me algo... bom.
- Tomei a liberdade de pensar nisso, senhor. Providenciei umas moelas e uns pipis para picar.
E tem também uma Guiness fresquinha no congelador.
- Bolas, Salim! Eu queria era que viesse aqui para trás um bocadinho!
O Bin sente-se tão sozinho, tão carente...
- Disse-lhe no primeiro dia que em toda a minha carreira de motorista nunca foi preciso pegar de empurrão e quero que continue a ser assim.
- Mas...
- Se está aborrecido, faça explodir umas torres na América, um comboio em Espanha, sei lá, qualquer coisa...
- Oh, Salim, meu doce Salim... Tão macho que o menino é...
E rodaram e rodaram na limusine cor de alperce até ficarem tontos.