
Por baixo daquele texugo que vive no seu buço, saiem melodias brejeiras como "o melhor dia para casar é o 31 de Julho, porque depois entra Agosto".
É mentira.
Agosto entra com a mesma bonomia que um elefante raivoso numa loja de cristais, com mais aumentos, mais cortes e ainda mais cortes e mais aumentos.
Nos transportes, os preços entraram em órbita, não estarão muito longe daquilo que é praticado no turismo espacial.
Mas aqui há gravidade.
Quando de um ordenado mínimo se tiram mais de 100 euros para o passe social e mais um x para os habituais descontos de quem, ingénua mas honestamente, cumpre com as suas obrigações, quanto é que sobra?
Façam as contas.
Entretanto, acabaram-se também as borlas de Agosto na Ponte 25 de Abril, aquela onde vinga a ditadura da austeridade que vai devorando as entranhas do que resta de um país.
Buzinões não emprenham os ouvidos de quem manda.
Proponho convidar para a contestação social o Cristo Rei, que bem poderia descer do seu impávido pedestal, e distribuir enormes lambadas a quem nos tem governado.
Uma chapada de mãozarra branca.
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