
O Brasil contra-atacou 500 anos depois.
Começou com as novelas.
Vieram a seguir futebolistas, dentistas e prostitutas.
E Havaianas.
Em Abril já os portugueses andam de Havaianas no pé.
Calcorreiam quilómetros com arcos-íris nos pés, como se calçassem smarties de chulé, transformando o país num piroso calçadão cheio de joanetes, mostruosas unhacas cheias de sabugo, sujidade e pilosidade, em vez dos habituais pés rapados brasileiros, porque quem anda de chinelo é, e será sempre, um pé rapado, e nem a marca da moda muda isso.
Porque as Havainas são umas chanatas, não me venham cá com coisas.
Têm aquela particularidade tão interessante de separar o dedo grande dos seus quatro amigos, bastante útil quando se vem do supermercado com o colo cheio de compras e alguém pergunta onde fica uma esquadra de polícia, por exemplo.
Se o inquirido for pessoa capaz de deixar crescer a unhaca do dedo grande, para coçar a parte de trás da outra perna, pode sempre fazer um brilharete , levantando a perna, esticando o pé e apontando com a unhaca:
-A esquadra? É ali.
No fim de semana há para aí umas duzentas mil Havaianas por metro quadrado.
E Crocs também.
Os Crocs são outra coisa linda, não há dúvida.
Parece que foram importados dos Estados Unidos e ninguém me tira da cabeça que foi o próprio George Bush quem os inventou, quando estava a brincar com moldes de plasticina.
Fizeram dois "Aliens vs. Predador" que nem sequer vi, de tão fraquinho me pareceram.
Mas se fizerem um "Crocs vs. Havaianas" vou borrar-me até aos pés.
E quando isso acontecer quero estar bem calçado.