A ratoeira do rating apanhou o rato português.
Um rato pançudo, bonacheirão, preguiçoso, melancólico e pessimista mas, julgava-se, bom pagador.
Diferente da ratazana grega, apesar da coincidência de Sócrates na história dos dois países.
Mas eis que os especuladores financeiros entram em campo.
Ei-los, de fatinho escuro e netbooks artilhados com complexos programas de cálculo financeiro, e delírantes cenários futurísticos que nada devem a Nostradamus e à tia Maya.
Bullshit.
Garanto que paguei até ao último tostão dos meus empréstimos e o mesmo acontecerá com os meus conterratos, digo, conterrâneos.
Podem emprestar-nos dinheiro à vontade.
A vossa casa.
As vossas filhas.
Somos honrados.
Se estamos na causa da Europa, é porque geograficamente também estamos na ponta mais ocidental, uma espécie de periferia.
O problema português sempre foi a terminação.
E a última a tramar-nos é esta do "ing".
O rating financeiro que nos estrangula.
O ranking do futebol que nos ilude.
O bullying de meia-tigela.
O Sporting...
O único "ing" que inspirou algum temor a sério, atacou em tempos a Europa do Norte com cornos na cabeça.
Obviamente não demorou muito a que este império de gente traída fosse publicamente vexado até sair de cena.
Por isso, se por estes dias encontrar um especulador financeiro (costuma ter um olhar vagamente estrábico), diga-lhe que anda a comer a patroa dele.
Ou atropele-o.
Não quero saber.
