31 outubro 2008

Recorde de visitantes

Possivelmente estavam à espera que viesse aqui com piadas sobre bruxas, feitiços, gostosuras e travessuras.
Nannn... não embarcarei na falta de originalidade....

Era só para vos dizer que ontem este blogue bateu o recorde de visitas.
Foram umas boas dezenas mas ainda assim menos que o número de velas que o Manoel de Oliveira colocará no bolo a 12 de Dezembro.

Não escrevi nenhum texto espectacular - mantendo uma coerência a toda a prova em mais de 300 publicações - por isso atribuo o aumento do número de visitantes à fidelidade à marca, ao bate-boca e sobretudo a um mau gosto incomensurável.

Portanto, se continuarem a não ter mais nada de importante para fazer, há mais ferroadas a seguir.
Ah... e obrigado.

AnimaVerão - A Abelha Maia


2. A Abelha Maia


Era um país cheio de cor onde vivia uma abelha.
Depois veio o Calimero e acabou-se a paz.

"A Abelha Maia" é o desenho animado de hoje, considerado pelo pessoal aqui da casa (eu e alguns espíritos que me atormentam) como o nº 2 do nosso top "AnimaVerão", onde se aconchegam as melhores séries de animação dos anos 70 e 80.
Fica a faltar o nº1 e não será difícil adivinhar qual será.

Muito antes do Seinfeld inventar o "Bee Movie", era a anafada Abelha Maia que nos prendia a atenção.
Criada por uma equipa de apicultores... desculpem... por uma equipa de animadores japoneses e alemães, foi exibida pela primeira vez em Portugal a 17 de Dezembro de 1978, vai fazer 30 anos.

Vai fazer 30 anos...
... pois...
... vai fazer 30 anos...

(estado catatónico induzido pela idade avançada.
Ou então estou embruxado...)

Foram ao todo 52 episódios de 25 minutos que marcaram para sempre o imaginário dos portugueses que têm agora os seus primeiros cabelos brancos.
Desses mais cotas, quem não se lembra do gafanhoto Flip, com a poderosa voz do Canto e Castro, o Vili e outros insectos divertidos?

O Calimero?
Esse é de outra história, mas insistem em colocar o patinho preto de casca de ovo na cabeça, no truca-truca com a pobre abelha.
Está para aparecer um papparazzo com fotos que comprovem o romance.

A Maia, a abelha, é séria.
A outra, mesmo que não tenha ferrão, não ponho as mãos no fogo por ela.
Até porque prometi que não falava em bruxas.

Dia das Bruxas

Pronto, está bem.
Aqui está só para cumprir calendário.


Sarah Palin

30 outubro 2008

O Humor é...

Não é uma nova série de autocolantes, antes um ou dois post-its.
Humoristas chateados é um chic da saison.

Leio isto e desfruto de camarote, mas gostava de estar lá em baixo no palco.
Pertencer ao meio.
Estar no meio.
Mas não segurar as pontas, claro, que isso é para rabetas.

Ler o João Quadros chateado com as Produções Fictícias é como ver um Big Mac em conflito com a McDonald's.

E se tudo isto faz mal ao colesterol, não deixa de saber bem, porque humoristas zangados a sério só dá para rir.

Vai mas é trabalhar, ó!


"E
scuta...

Sim, estou a falar contigo, ó!
Senhor Doutor Miguel Sousa... coiso!

Pensas que és importante só porque apareces em quase todas as páginas do "24 Horas", é?

Pfff...!!! Grande coisa, aparecer na capa do "24 Horas"...
Se eu assaltasse um banco todo nu, também aparecia na capa do "24 Horas"!
Não é um sítio difícil de aparecer!!

Mas é isso que tu queres, não é?
Tu queres é aparecer...

Ui... roubaram-me o computador... 2oo estivadores quiseram bater-me, mas eu não tenho medo!!

Não tens medo...
Não tens é vergonha de te meter com gente que trabalha nos contentores...

Não é como tu... sempre bem vestidinho... a escrever... a comentar...

Isso lá é trabalho?!

Ui... olhem para mim a trabalhar, a bater com os dedinhos nos quadradinhos com letrinhas do teclado do meu portátil... que foi roubado, coitadinho de mim!...

Gostas de usar os dedinhos vai mas é fazer massagens... fazer fisioterapia para gente com dores nas costas... gente que trabalha a sério... olha como os estivadores...

O que é que tu percebes de contentores?
Pensas que és o Tim dos Xutos & Pontapés?

Também um belo raio de nome... Tim...

Escuta, ó coiso!..
...desculpe... 'sr. doutor' Miguel que eu sou muito importante... até apareço na TVI a falar dos vários assuntos!...

Vai mas é trabalhar, ó!

Vai mas é fazer qualquer coisa de útil pela sociedade!...

Não é escrever aqueles livros grandes... muito pesados...
Não és tu que os carregas para as livrarias, não é?

O 'sr. doutor' assenta o rabinho a escrever, a escrever, a escrever... e depois os outros é que carregam!!

'Ai, eu sou amigo do ambiente...'

Quantas árvores morreram para fazerem o "Coador" e o "Rio de não sei o quê"?
Pois... não te interessa, não é?

Deviam era roubar-te as ideias, não era um computador...
... para ver se deixavas de aparecer...

Escuta...

Devia vir um ET assim todo verdinho...
...como uma árvore das que deitas abaixo com os teus romances...
... abrir-te um buraquinho no cérebro...
... e chupar-te as ideias todas...

... idiota!

Vai mas é trabalhar, ó!"

.........................................
Com a devida vénia aos autores da personagem brilhantemente interpretada por Nuno Lopes, no programa "Contemporâneos", quintas à noite, na RTP1.

29 outubro 2008

Doping

Quando o talento não chega, o trabalho não dá frutos e a sorte anda longe, o que nos resta?
Cortar os pulsos?
Imigrar para a Austrália?
O Professor Bambo?
Não... o doping.

"O Eldorado" em mais um assomo de serviço público na internet, aconselha a todos os leitores e amigos mais descontentes o último e mais sensato dos recursos:
O enforcamento.

Pronto, o penúltimo recurso e quase o mais sensato dos recursos:
Dopem-se, pá!

Antes que me acusem de incentivar o consumo de estúpidofacientes, ou que desatem a correr para o Casal Ventoso, convém antes do mais dizer... ann... escrever que me refiro a doping motivacional.

Fiquem a saber que ontem, depois de ter posto aqui um vídeo do Robbie Williams para motivar a malta, recebi vários telefonemas de travestis que em noites frias palmilham as ruas do Bairro Alto sem ter uma palavra amiga, o encosto de um ombro ou qualquer outro tipo de encosto nem que seja pelas costas.

Os... as... os... coisos... mostravam-se sensibilizados com o meu gesto e encararam a versão do "My Way" como motivação para trilharem o caminho do sucesso, se possível em velhas carrinhas pão de forma multicolores que, depois de pegarem de empurrão, saíriam daqui rumo a Ibiza.
Ou até à Praia do Meco se o dinheiro não der para a gasosa.

Doping motivacional.

É também o segredo para Barack Obama chamar a si a liderança dos Estados Unidos.
Ênfase no discurso positivo, na confiança, na diferença.

"Votem em mim! Eu sou diferente!
Antes do mais, sou preto!"

"E é verdade", pensam os americanos, "este homem não mente, vamos votar nele".

Há uma enorme multiplicidade de géneros de doping motivacional:

  • Estar apaixonado
  • Ver um filme da Soraia Chaves
  • Beber Guaraná com Red Bull
  • Usar uma fita do Senhor do Bonfim toda esfrangalhada no pulso esquerdo
  • Usar o pulso direito a ver um filme da Soraia Chaves
A história do Senhor do Bonfim tem muito que se diga, mas representa um dos mais importantes tipos de doping motivacional, a religião.

Isso explica os resultados da seleccção nacional com Scolari, a Nossa Senhora do Caravaggio e o pimbolim, em contraste com os resultados obtidos até agora por Carlos Queiroz e por uma pata de coelho meio surrada que ele usa no bolso do casaco.

O futebol é campo fértil para estudos sobre doping motivacional.

A selecção da Argentina tem novo seleccionador, nada mais nada menos do que Diego Maradona.
O upgrade motivacional está garantido, afinal ele foi um dos melhores futebolistas de todos os tempos.

E se não houver jeito para usar os pés, Maradona não deixará de os ensinar a usar as mãos na grande área ou o nariz junto às linhas.

O Benfica motiva-se mais com a Vitória lá no alto do que com as vitórias cá em baixo, as que valem três pontos e garantem que um chefe de família benfiquista não chegue a casa alcoolizado pronto a arrear na mulher.

O Sporting tem a tranquilidade do Paulo Bento e se o FC. Porto parece, de momento, não ter nada, é só porque o seu líder não tem passado pelo Calor da Noite onde ganhava motivação para brilhantes contratações de craques, árbitros e rameiras.

28 outubro 2008

O Vento Sofra a Favor

Depois de alguns dias de perfil mais fechado, é tempo de ganhar alento.
Partilho convosco um suplemento energético para juntar ao pequeno-almoço garantindo um dia cheio de confiança, mesmo que o vento insista em estragar penteados.

Eis Mr. Robbie Williams em pleno exercício egocêntrico no Royal Albert Hall, recuperando o clássico "My Way" de Sinatra.
Comigo resulta tanto que vou ali à banheira ensaiar um salto mortal à frente, encarpado e com meia pirueta.

27 outubro 2008

Perdidos e Achados no Eldorado


É
já um clássico no mundo da blogosfera.
As estatísticas do StatCounter.com permitem saber o que anda à procura quem passa p'lo "Eldorado".
Vêm à procura de certos e determinados assuntos mas só encontram uma série de coisas.

Eis algumas das mais bizarras jornadas de investigação, numa nova rubrica a que chamei:


PERDIDOS E ACHADOS NO ELDORADO

"A porta das ovenhas"
Embora sejamos pouco mais que uma chafarica, a porta das ovenhas não é aqui.
Como não é aqui a toca dos coenhos.
Ou a colmeia das abenhas.

"5 formas do lixo"
Fico intrigado quando uma procura sobre formas de lixo vem ter ao "Eldorado", mas estamos sempre abertos a receber aqueles artistas plásticos que adoram se exprimir em matéria putrefacta.

"Video de mamalhudas"
Só se for os clássicos "Touch Me" e "Boys" da Samantha Fox e da Sabrina, que já passaram por aqui na rubrica "Sexy Singers dos Anos 80".
Reconheço que falta a este blogue mais vídeos com mamalhudas e, no sentido de colmatar esta lacuna, vamos ter uma webcam direccionada para o decote de Fafá de Belém que vai transmitir 24 sobre 24 horas.

"Concorrentes da familia Superstar a dormir"
Outra falha nossa.
Parece mentira como nunca abordámos este e outros temas fascinantes, como por exemplo "Qual a peúga que João Paulo II calça primeiro?".

"Madonna com as mamas a mostra"
Agora já começo a ficar preocupado...
Sr. primeiro ministro, José Sócrates, providencie por favor uma adenda ao Orçamento de Estado, onde fique estipulado que cada português com mais de 18 anos tenha direito a vales de desconto em peep-shows porque a malta está desesperada por ver ovenhas, digo, mamas.
Obrigado.

"Fotos do vocalista ariano da banda Bandits"
É procurar entre a claque da Juve Leo ou dos No Name.
Pode ser que esteja lá.
Depois é tirar uma foto com o telemóvel e enviar para a Judiciária.


"Catarina Morazzo nua"
Isso também eu queria.
Quer dizer... só para falar com ela, claro, que eu sou comprometido.
Talvez uma conversinha na esplanada de um café, correndo o risco da menina se constipar.

"Simon Vukcevic tem namorada?"
Deve ter.
Só isso explica que ande tão alheado no Sporting, sem vontade de treinar, de tão apaixonadinho que está.
E onde é que está escondida a namorada do Vukcevic?
Atrás da porta das ovenhas.

"Como pegar todos os cromos de Harry Potter e a pedra filosofal do playstation 1"
Caros amiguinhos: da próxima vez que forem aos cogumelos levem os paizinhos, 'tá?

"Viaja sempre sentado ou agarrado aos varões"
A prova que este blogue está bem referenciado na internet como uma montanha russa de emoções.
Apertem bem o cinto porque amanhã há mais.

25 outubro 2008

Sexo Impressionante

Já se tocavam há algum tempo, quando de repente... clique.
Penetrou-a com vigor e ela gemeu suavemente.
Sentiu o corpo estranho agitar-se dentro de si e o jacto quente quando acabou.
Gemeu uma última vez.

Saíu de dentro dela, os fluidos ainda frescos.
Como sempre, tudo muito rápido, mas a deixar boa impressão.

Depois foi-se embora.

Era sempre assim.
Páginas de vida sem tempo sequer para dizer o nome.

Epson FX-2190.

24 outubro 2008

AnimaVerão - D'Artacão


3. D' Artacão


Recta final desta série nostálgica que começou a 20 de Agosto, quando o sol estava mais quentinho e o Benfica ainda era uma promessa.
Hoje no menu, tal qual um restaurante de Xangai, temos o D'Artacão.
Vamos comer saudades.

A série estreou no bonito mês de Maio de 1983.
As mil e uma aventuras de "D' Artacão e dos Três Moscãoteiros" era uma co-produção entre a Espanha e... adivinhem... claro, o Japão.

Tratava-se da versão canina do clássico de Alexandre Dumas que toda a gente já conhece de cor.
E era uma versão canina porque só tinha 24 episódios de 25 minutos.
Pouca coisa, portanto.

"D' Artacão" foi um estrondoso sucesso por toda a Europa.
Além das inesquecíveis cenas de capa e espada, que começavam sempre com heróis e vilões e cheirar no cu um dos outros e a abanar a cauda, destaque para um dos maiores romances da história, D' Artacão e Julieta, inspirador dos primeiros amassos de muitos adolescentes.

Ainda hoje se ouve por aí, entre os trintões mais malandros:
"Querido, estes desenhos animados dos nossos tempos é que eram, não achas?"
"Concerteza."
"A 'Abelha Maia', o 'Tom Sawyer'... o que gostavas mais?"
"'D' Artacã0'."
"De certeza, seu maroto? Às oito da manhã?"
"Sim. 'D' Artacão'."

E fizeram à canzana até ser hora de levar o cão à rua.

22 outubro 2008

"Devolve o meu portátil, já!"

Tendo em conta a luta que a aluna do Carolina Micaelis deu à professora que lhe queria tirar o telemóvel e agora o apelo desesperado de Miguel Sousa Tavares para que lhe devolvam o portátil afanado, não vai ser nada fácil a Luís Filipe Vieira roubar campeonatos a Pinto da Costa, na secretaria.
A malta do Porto agarra-se ao que é seu com unhas e dentes.

Confrontado com o roubo do portátil onde estava, por exemplo, o esboço para o seu próximo romance, Miguel Sousa Tavares lançou um apelo ao seu novo amigo do alheio:

"Venha cá e escolha o que quiser, mas devolva-me o meu trabalho!"

"O Eldorado" sabe que o gatuno já terá respondido por e-mail, enviado do lindo lap top do escritor/jurista/comentador, que o estilo neo-clássico com que Sousa Tavares decorou a sua casa na Lapa, não se adequa ao estilo funk da favela do estaminé onde vive com mais seis compatriotas brasileiros.

"A secretária de mogno até era bonita e também gostei de um cinzeiro em casquinha de avelã, mas lá está, sei que aquilo iria descaracterizar a barraca", afirmou Wanderlei Claudionor ao nosso blogue, pedindo anonimato... an... bolas...

Interessante também a notícia publicada pelo site do "Sol".
Passo a colar aqui em baixo se não se importam:

"Esta já não é a primeira vez que Miguel Sousa Tavares é assaltado.
Uma casa que o escritor teve no Campo de Santana, em Lisboa, também foi assaltada, mas dessa vez levaram tudo o que tinha de valor."

Portanto, dessa vez levaram tudo o que tinha de valor.
Agora só levaram um portátil com umas merdas que o Miguel tinha escrito.

21 outubro 2008

Páscoa Feliz

Já sei que não sou o primeiro a evocar o Natal e a culpa é minha.
Devia ter pensado nisso em Agosto.

Aproveito ainda assim para informar a nação eldoradenha que vou passar a andar com os bolsos cheios de musgo e enfardei um bolo rei às quatro da manhã.
Tudo para recuperar o atraso.

Ah, já me esquecia...
Aconselho também a que tenham muito cuidado onde põem os pés porque ocasionalmente passam por aqui renas e uma delas anda mal das tripas.

Para que me perdoem e no sentido de dar a entender que este blogue é muito à frente, desejo a todos os leitores e amigos uma excelente e santa Páscoa.

Ossos

Ontem no serão televisivo, a tísica Constança Cunha e Sá entrevistou a descarnada Manuela Ferreira Leite e o criticado silêncio da líder do PSD deu lugar a uma ruidosa sinfonia de esqueletos que mal deixava ouvir perguntas e respostas.

Às tantas já não sabia se era segunda-feira e estava a ver a entrevista na TVI ou se era noite de quinta-feira, dia em que a RTP2 transmite o "Ossos".


PS: Parece que ontem foi o Dia Mundial da Osteoporose.
Então está bem.

20 outubro 2008

O Gordo

Este fim de semana agarrei numa raquete e fui jogar ténis.
Joguei com a graciosidade de um hipopótamo num salão de chá, abdicando de correr atrás da maior parte das bolas que passavam a meio metro do focinho.

Dói-me tudo como se tivesse andado à pancada com uma equipa de râguebi ou com a Carolina Salgado que é pessoa para dar cabo de meia dúzia de anões quando anda histérica.

A verdade nua e crua é que estou gordo e fora de forma.
Ou melhor, até estou em forma, mas em forma de bola de queijo flamengo.
E daqui a algum tempo, mais flácido, parecerei um queijo amanteigado daqueles bons para barrar.
Para barrar a entrada numa discoteca, por exemplo.
Não estou a ver um David Motta conseguir arrastar um paquiderme para consegui entrar na Kubo.

Neste momento estou com uns dez quilos a mais mas a tendência é para aumentar.
Trabalhar sentado 10 horas seguidas e almoçar sandes de leitão assado dá nisto.
E às terças e quintas, com três horas de almoço, levanto as badanas e rendo-me às delícias da restauração setubalense.

Não há cá peixinho, nem saladinhas!
Como tudo o que faz mal como se tivesse uma gigantesca dívida às finanças e fosse conveniente morrer o mais rapidamente possível com as artérias atafulhadas de colesterol.

O meu perímetro abdominal é tão vasto que já não dá para o medir com uma fita métrica, sendo necessário o recurso ao satélite.

Mas nem tudo é mau.
Sendo uma pessoa de tez bastante clara e tendo o hábito de andar à noite a mostrar a barriga ao mundo, consigo juntar à minha volta vários casais de namorados adeptos de marmelada em noite de lua cheia.
E assim aproveito para ver cenas badalhocas antes de me deitar, sem necessidade de assinar o "Sexy Hot" ou a "Playboy".
Dinheiro que poupo para mamar Molotofs e Bolas de Berlim.

Estou tão gordo que ontem um amigo deu-me um abraço e desapareceu.
E como já está na horinha do almoço, vou comer uns três ou quatro agentes da Judiciária para ver se o encontram.
O Moita Flores fica para a sobremesa.

18 outubro 2008

AnimaVerão - Bana e Flapi


4. Bana e Flapi


Como prometido, aqui fica uma segunda edição, esta semana, do "AnimaVerão", uma rubrica que, quando concluída, poderá ser vista na íntegra como uma valiosa colecção de cromos ou como o meu top das séries de animação dos anos 70/80.
Depois da edição de hoje, ficam a faltar apenas os três primeiros.

Hoje trago à liça - curiosa expressão - uma série de animação que não constará dos arquivos de memória dos mais novos mas que para mim, que sou uma espécie embrionária de cota, tem a leveza dos verdes anos.

É mesmo de leveza que se fala, quando se fala de Bana e Flapi, dois esquilos saltitantes e voadores que foram vistos na televisão portuguesa, pela primeira vez, a 05 de Outubro de 1980, talvez os melhores 23 minutos desse dia de feriado, tinha eu 9 anitos, longe muito longe, de saber o que era a internet, quanto mais um blogue.

Flapi era a menina esquilo, e o Bana era o esquilo com pilinha, só para que saibam diferenciar ou fazer conversa numa discoteca.
A meio de um kuduro, em pleno processo de engate, pode sempre gritar:
"SABIAS QUE O BANA ERA O ESQUILO E A FLAPI A... ESQUILA?"
Garanto que acabam a noite na cama.

Aos domingos de manhã era tempo de viver todas as tropelias dos esquilos, antes das aceleradelas da Fórmula 1.
Ninguém se importava de ter esquilos a mais, hoje é que anda tudo preocupado com o peso.
(piada de excelente qualidade, eleita para terminar o post de hoje. Bom fim de semana e agasalhem-se à noitinha)

17 outubro 2008

A Selecção Indigesta

Gilberto Madaíl diz que ainda não digeriu a exibição da selecção nacional frente à Albânia, apesar de ter bebido muita Água das Pedras.

E foi efectivamente indigesto e violento o que vimos na televisão na quarta feira à noite.

Acho que falta ali um Marco Borges porque não vejo na selecção ninguém tão bom a pontapear meninas.
Porque a selecção da Albânia não é grande coisa, não é o Brasil, a Itália, a Espanha.
É uma selecção de meninas.
Daquelas que têm pelos nas pernas.

Os problemas digestivos derivados das intragáveis exibições da selecção vão mudar a vida tal qual a conhecemos.
Esta deverá ser uma das frases do próximo Verão:

"Ricardo não vás já para a água que viste um jogo da selecção!
Tens que esperar umas duas horas e meia, filho!"

Ou então esta, numa noite escaldante:

"Amor, é claro que quero saltar para cima de ti, mas acabei de ver a selecção e é melhor não arriscar.
Diz lá à tua irmã para parar de brincar com a minha pilinha, que mais tarde logo papo as duas."

Inúmeros cafés já se estão a preparar para o dia em que a imperial com o pratinho de tremoços, ou amendoins salgados, dará o lugar a uma sopinha de cenoura com uma garrafinha de Água das Pedras para acompanhar.
Convém ainda assim levar um Kompensan para tomar no final.

É possível que, pela sua toxicidade, o governo decrete a proibição de consumir jogos da selecção em locais públicos como cafés, restaurantes, escolas e centros comerciais, com dísticos verdes e vermelhos bem afixados logo à entrada:

"É proibido o consumo de jogos da selecção treinada por Queiroz, neste estabelecimento.
O governo adverte que consumir repetidamente jogos da selecção nacional causa graves problemas digestivos e impotência."

A proibição não inclui hospitais, talvez os melhores locais para assistir a jogos desta selecção.
Ao menos os médicos vão estar por perto.

16 outubro 2008

Especial nº 300

Para assinalar 300 textos publicados no "Eldorado", um blogue tão divertido que até poderia ter o patrocínio do Circo Victor Hugo Cardinali, resolvi convidar aquele que tem sido, nos últimos tempos, o maior palhaço do mundo:
Sua Excelência, o Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez!!!!

Podem aplaudir ou lançar tomates.
Como ele aparece sempre de vermelho, as nódoas não se hão-de notar muito.

Vamos começar por aqui.

Destaca-se obviamente o momento em que Chávez garante que na Venezuela há um povo digno.
Impossível descer mais baixo do que isto.

Mas estas palavras, impregnadas de anti-capitalismo, caíram no goto dos políticos portugueses.
O "Eldorado" estava lá.
Veja aqui.

Os longos comunicados do badocha venezuelano, inspirados no seu amigo Fidel, têm sempre momentos hilariantes.
E ordinários.
Portanto, hilariantes e ordinários.

Mas quando o cozinheiro nunca mais se despacha com a omelete, não adianta ficar com água na boca à espera do sal e da pimenta.
Há que apressar as coisas...

Ah, y tal, nosotros en Venezuela...
Pssst! Cala-te!

O fascínio do Hugo pela palavra dita abarca também os babados elogios aos seus amigos.
Portugal é um país de amigos que até tem o famoso computador Magalhães!

Navios carregados de petróleo?
Onde? Onde?
Ó Chávez! Acho que os navios se perderam, pá!
A gasolina continua cara para caramba!
Terão os navios sido desviados pelos "ianquis di mierda"?

Se eu fosse a ti, Huguito, ligava já para os teus amigos Pino y Lino...

Brevemente numa discoteca, perto de si.

Se a coisa correr mal, há sempre a possibilidade de Chávez ser convidado para participar no próximo Natal dos Hospitais.

Esqueçam os aplausos.
Tragam os tomates.

15 outubro 2008

Fiesta

Pessoal, não faltem amanhã às comemorações oficiais dos 300 posts publicados nesta casinha de tijolos dourados.
Hugo Chávez vai ser o dj de serviço.

Promete.

Ou não.

AnimaVerão - Jacky


5. Jacky


Na semana passada não houve "AnimaVerão", por isso, esta semana, servimos em pratinhos quentes, duas novas edições salpicadas de nostalgia.
O "AnimaVerão" está a poucas semanas do seu final que vai ocorrer na primeira semana de Novembro, mesmo a tempo do Verão de S. Martinho.

"Jacky, o urso de Tallac" estreou na velhinha RTP em 1979, há mais de 60 quilos atrás.
Foram transmitidos 22 episódios de 25 minutos que passavam a correr, tal como as aventuras de dois ursinhos, Jacky e Nuca, nas montanhas da Sierra Nevada da Califórnia, ultimamente mais notícia por um manto de chamas do que por um manto de neve.

Os dois ursitos, órfãos e desamparados, são adoptados por um pequeno índio cujo nome escapou-se-me mas, em contrapartida, recordo-me da letra em português.

Como a abertura aí em baixo está em castelhano, ponha-a a tocar e cante esta letra em português até que a voz lhe doa.
Se estiver no trabalho e o chefe disser que está a fazer figura de urso, levante-se a bramir ruidosamente e dê-lhe uma patada.

Aqui está a letrinha:

Jacky, Jacky, corre mundo
Como é bom ser livre e feliz lá no fundo
Jacky, Jacky, come fruta
Com a barriga cheia está mais contente
E procura uma casita
Pois chega o Inverno e o frio já sente
Pouco a pouco, cai a neve
E um manto branco o bosque terá
Vem a noite, sente medo
Seus amigos dormem já
De manhã, nasce o sol
Todo o bosque despertará
Corre e salta o ursinho, sem nunca parar!

13 outubro 2008

Sabor a Tortilla de Coentros do Bosque

Ora tomem lá agora, batatas fritas com sabor a cebola caramelizada e vinagre balsâmico.
Nem o mais delirante humorista do mundo consegue acompanhar a bizarra moda das bebidas e aperitivos com estranhos sabores.

Ainda as papilas gustativas se organizavam num refeitório debaixo da língua com a perspectiva de provar umas Lays com sabor a Picanha na Brasa, eis que a marca americana resolve lançar em Portugal estas Lays com sabor a cebola caramelizada e vinagre balsâmico.

Ainda não lhes afinquei o dente porque quero chegar ao final da semana com os intestinos inteiros, mas em breve estarei a abrir um pacotinho à porta do Curry Cabral ou pelo menos bem perto de uma sanita criteriosamente isolada do resto da humanidade.

Acontece no ano em que a Sumol, embriagada possivelmente com uma Superbock Ruby, Tango Green, ou Sabor a Pêssego, lançou o Sumol Sabor a Laranja com Chocolate.

E tudo isto não ficará por aqui, porque, voltando à Lays, a empresa tem no mercado batatas fritas com sabor a frango assado no Canadá, Carpaccio com Parmesão na Argentina e até Caranguejo, na Ucrânia.

Possivelmente seguir-se-ão as batatas com sabor a Plumas de Porco Preto com Farofa e Azeitonas, sabor a Bacalhau à Zé do Pipo, a Hóstia, Tomatada de Conquilha ou Sabor a Tortilla de Coentros do Bosque.


Esta gente imensamente criativa e, há que dizê-lo, adepta de fumar umas passas valentes ou emborcar comprimidos vermelhos às bolinhas azuis, deve ter acordado uma joint-venture qualquer com a Renova ou outra qualquer marca de papel para limpar o rabinho, porque se formos a comer e a beber tudo o que andam para aí a inventar, só sairemos da casa de banho lá para a Páscoa, ainda a tempo de provar um bom folar com sabor a risoto com vitela estufada.

Era só isto, para que ficassem a saber o que para aí vai.
Vou ali levantar dinheiro num banco com sabor a bancarrota e depois vou almoçar uma espécie de comida.

10 outubro 2008

10

Era uma vez um tipo de sardas na Feira de Santiago em Setúbal, há coisa de cinco, seis anos.
Esse palerma, num rasgo de loucura, resolveu participar num daqueles jogos tradicionais para ganhar um boneco de peluche ou uma porcelana das caldas.

O jogo, apropriadamente, era uma corrida de camelos.
O speaker projectava perdigotos e palavras de incentivo em velocidade de cruzeiro.
"Vai, vai, vai!
Segue, segue, segue!
O 5 toma a dianteira!
Lá vai o 27!!"

O meu camelo articulado correu com o dorsal número 10.
Premi freneticamente o botão que me deram e ganhei.

2.
Hoje é dia 10.
Normalmente nesta altura ando mais susceptível.
E sim, estou a falar do período.
Do período em que me rendo à superstição.
É que o 10 é o meu número fetiche e a cada dia 10 fico mais susceptível às coisas boas da vida.

3.
Tudo terá começado no ciclo preparatório.
No primeiro ano era o número 10 da turma A.

No segundo ano fui... o número 10 da turma A.
Foram os meus melhores anos de sempre a nível académico, digamos assim.

4.
10-A é também o número de portas mitológicas como a do Estádio José de Alvalade e a da residência ministerial inglesa, o "number ten de Downing Street".

5.
"10 - Uma mulher de Sonho" foi uma das boas comédias dos Anos 80.
Bo Derek, inesquecível, era a mulher de sonho.

6.
10 são os Mandamentos que Moisés leu no alto do Monte Sinai.

7.
São dez, os dedos que utilizo para martelar as teclas deste teclado.
A maior parte deles é adepta de bungee jumping, precipita-se sobre o negro teclado mas amedronta-se com a perspectiva do violento embate e fica pendurada como preguiças num final de tarde.
Apenas três ou quatro se estatelam nos pequenos quadrados com caracteres e com isso produzem textos eldoradenhos de duvidosa qualidade humorística.

8.

O 10 é sinónimo de magia quando estampado nas costas de um jogador.
Pelé, Maradona e Roberto Baggio, por exemplo, jogaram com este número e com ambos os pés, como diria o mítico Gabriel Alves.
Eu próprio já joguei com este número nas costas mas não adiantou carregar magia no lombo quando os pés só servem para andar.

9.
O nome deste pateta junta-letras, o mesmo que venceu já não sei o quê com um camelo nº 10, começa por "J", a 10ª letra do alfabeto português.

10.
Mais ou menos a meio dos Anos 90, apaixonei-me perdidamente por uma princesa.
Depois perdi-lhe o rasto.

Reencontrei-a mais tarde, o destino cumpriu-se e há mais de três anos que sinto o coração aconchegadinho, o que tem dado muito jeito nas noites frias de Inverno.

Ela faz anos hoje.
10 de Outubro.
10 do 10.

A superstição é a fé dos agnósticos.
Deus queira que sim.

09 outubro 2008

Morrer a Rir

Cá estão eles de novo aos domingos à noite, agora na SIC.
Regressam em forma e contam com a salutar concorrência dos Contemporâneos às quintas à noite na RTP.
Em tempo de crise global, a cotação do humor sobe, sobe como o balão da Manuela Bravo.
Quando isto tudo acabar haveremos de morrer a rir.

Rústicos pelo Epicurismo

08 outubro 2008

Xadrez USA

Peças pretas de um lado, peças brancas do outro, as eleições americanas fazem lembrar um tabuleiro de xadrez.

Paradoxalmente, dizem que as peças brancas, republicanas, auguram um futuro negro e que as peças negras, democratas, podem significar uma luz ao fundo do... tabuleiro.

O rei das peças negras, um tal de Obama, é acusado de ter amigos terroristas, que é o mesmo que dizer que um dos seus cavalos poderá desatar a dar coices nos rins de todos os peões que não jogam, mas que votam, pagam impostos e, na sua maioria, lá vão perdendo o jogo da vida.

O rei das peças brancas, um tal de McCain, é acusado de ter amigos implicados em escândalos financeiros, que é o mesmo que dizer que uma das suas torres era de cristal e foi investigada por uma comissão de ética do Senado.

Se, no caso do cavalo de Obama, um movimento em L, mais a trote, pode salvar a jogada, já no caso da torre de Mccain não há nada a fazer.
Mesmo que tenha sido efectuada nos anos 80 - jogo longo, este - a jogada está feita e a torre perdida.
No xadrez não se volta atrás.

Quanto à solidez dos respectivos bispos, os de Obama parece que até já foram muçulmanos, mas agora pertencem a uma tal Igreja União da Trindade de Cristo.
É pena que assim seja, porque bispos muçulmanos têm maiores possibilidades de abater torres.

Os bispos de McCain foram da Igreja Episcopaliana e mudaram para a Baptista depois do candidato republicano ter casado com a sua segunda mulher, mostrando o quanto são versáteis, prometendo diagonais absolutamente venenosas.

Por falar em venenos, os peões de Obama admitiram ter consumido cocaína, maconha e álcool durante o ensino secundário e os de McCain sofreram na pele as agruras da Guerra do Vietname e assim sendo, de um e do outro lado, é natural que a maior parte dos peões perca a vida rapidamente no terreno de batalha se não tiverem acesso a acompanhamento psiquiátrico.

Peão branco: "Meus Deus!! Vejo explosões de cor!!"
Peão preto: "Eu também!"

A chave das eleições, isto é, do jogo, poderá estar na capacidade das rainhas, como se sabe, a peça mais poderosa num tabuleiro de xadrez.

McCain tem como rainha Sarah Palin e dirão os mais distraídos que não há nenhuma rainha entre as peças pretas.

Há sim.
Michelle Obama, a mulher do candidato democrata.

E se a peça branca, a rainha Sarah Palin, com o seu ar de ninfomaníaca, promete comer todas as peças do outro lado, dificilmente Barack Obama deixará que lhe comam a mulher, isto é, Michelle Obama, a rainha das peças negras.

Alguém dirá xeque-mate a 04 de Novembro.
Eu aposto nas peças pretas.

A Bolsa ou a Vida

Natália, já viste agora isto do crash das bolsas?
- O que hei-de achar?!
- Não te preocupa?
- O que cresce as bolsas?!
Não!! De todo!!
Agora usam-se assim... grandes.

07 outubro 2008

O Spray da Fatinha

A senhora que vem aqui à rádio, aos sábados, dar um jeitinho no lixo, já foi assaltada.
Muitos de nós já passámos pelo mesmo, inclusive este vosso palhaço.

A Dona Fátima esteve imigrada na Alemanha e já então se queixava da falta de segurança.
Agora, como sai de casa ainda cedo, alvorada de sábado, e como se tornou moda assaltarem tudo e toda a gente, e acima de tudo porque estamos em Setúbal, a Fatinha anda preparada.

Num movimento pleno de suspense e souplesse, como se em part-time fosse assistente do Luís de Matos, abriu à minha frente a sua mala Sport Billy e retirou de lá de dentro um coelho albino, digo, um... tchan, tchan, tchan, tchan: Spray de Defesa Pessoal!!

Confesso que fiquei entusiasmado com a visão de um gadjet que só conhecia dos filmes.
O material era de origem espanhola - diz-me a Fatinha que em Portugal não é permitida a venda deste aniquilador de malandros - e exibia-se garbosamente em negro com as palavras "Spray de Defensa Personal" em branco.

Duvido que alguém que leve com aquilo nos olhos tenha tempo de ler alguma coisa mas, se tiverem, os profissionais das mãozinhas leves ficarão a saber que o spray contém um tal de, em espanhol, O-Clorobenzal Manolonitrilo...

"Ó velha, não me dispare essa coisa para os olhos que eu sou alérgico ao Clorobenzal Manolonitrilo e fico com os olhos iguais aos da Carolina Salgado!
Mande-me antes esta pedra da calçada à cabeça, vá!"

E isto porque há gente muito masoquista.

Só isso explica o êxtase com que olhei para o pequeno spray nas mãos da Fatinha, reprimindo o desejo avassalador de experimentar levar com o gás pimenta bem no meio da fuça.

Será que faz arder os olhos?
Cairei para trás num esgar de dor?
Direi palavrões em espanhol como o Hugo Chávez?
Não resisto!! Quero experimentar essa porra!!
Dá-me cabo dos olhos, Fatinha!!

Depois tomei os comprimidos contra a esquizofrenia e passou-me.

04 outubro 2008

O Novo Multibanco

Eu gostava de saber quem é que teve a brilhante ideia de mudar a imagem do Multibanco.
Se me souberem dizer quem foi, primeiro, o autor da ideia e segundo, quem a executou, eu levanto já o rabo da cadeira e vou ali levantar 40 euros, que eu pago o jantar de amanhã antes de partir para o Uruguai, onde vou construir um barco de madeira no resto dos meus dias.

O bonacheirão - e gordo - boneco do Multibanco foi substituído por um patético - e escanzelado - quadrado verde com pernas.
Como quem diz:
"Olhe, o senhor não tem muito dinheiro, tem um saldo fracote, tome lá 20 euros e não diga que vai daqui."

Por outro lado foi bem pensado desenhar um boneco com pernas.
Depois de tanto sequestro de caixas ATM, muitas delas arrancada à força da parede, capaz do Multibanco se aleijar, o novo sistema permite que o Multibanco salte de imediato para a traseira de um Fiat Punto.
Ou até que vá a correr atrás da carrinha dos assaltantes sob ameaça de uma arma.

De resto, tenho que dizer que a nova imagem parece manifestamente infantil.
Além do bonequinho, tudo parece muito pequenininho, cheio de estrelinhas e mariquices.

Nos últimos dias, sempre que recorria ao Multibanco para verificar se já tinha sido feita a transferência bancária que me permitia receber o salário de um mês de árduo trabalho radiofónico, à confrangedora visão de um saldo quase a zeros, juntava-se a imagem repleta de sarcasmo do tal boneco com pernas, repetindo numa vozinha irritante que só eu ouvia:

"Tu não podes receber mais dinheiro, 'tá bem?
Depois gastavas tudo em gomas, não era?
Vai te lá embora antes que chame a tua mãe."

E as crianças, senhor?
Como explicar aos gaiatos que o dinheiro não traz felicidade, que o vil metal é sujo, instigador da corrupção, do crime, da guerra e de reality shows com a Teresa Guilherme?
Como, se somos vistos a brincar às caixinhas Multibanco com bonequinhos e estrelinhas?

"Ó mãe! Quando é que eu vou poder levantar dinheiro do Multibanco como as outras pessoas?"
"Olha, quando arranjares um emprego e saíres lá de casa! Já tens 40 anos e não te vou sustentar para sempre!"

O novo Multibanco, de acordo com uma investigação efectuada por pessoal aqui da tasca, terá sido idealizado e executado em Lilliput.
Não demorou muito para que o Sócrates trocasse uns quantos Magalhães pelo novo sistema de Multibanco.
Afinal de contas, uma e a outra coisa pertencem ao mundo misterioso que encontramos do outro lado do espelho, explica uma Alice de olhos vermelhos bem esbugalhados e a fungar compulsivamente.

02 outubro 2008

O Momento da Verdade

Temo seriamente que, no momento da verdade do "Momento da Verdade", ou seja, quando a novidade passar e as audiências/receitas publicitárias começarem a descer, as questões subam de tom e desçam (ainda mais) de nível.

Ou isso ou a possibilidade de ver a Teresa Guilherme operar a queixada em directo.

Assim, para manter vivo o programa que não interessa nem a mortos, em vez do tipo que confessou bater na mulher, da menina que queria experimentar sexo a três e do gajo que queria papar a sogra, o programa vai procurar respostas para questões cada vez mais pertinentes para o telespectador.

"É verdade que não lava os pés?" é uma das esperadas na nova série.
Mas há mais:

"Já alguma vez roubou a pensão de invalidez da sua avó?"
"Já apanhou a sua mulher na cama com o pastor alemão da vizinha?"
"Já lhe passou pela cabeça que todo o país está a ver a figura de urso que está a fazer em troca de uns quantos milhares de euros, ó seu enormíssimo mentecapto?"

"Sim."
"Sim."
"Por acaso não."

Logo vi.

Fado Molhado

Apesar de ontem se ter assinalado mais um Dia Nacional da Água, o Dia Internacional do Idoso e o Dia Mundial da Música, não há fotografias de Carlos do Carmo a cantar no duche.
Graças a Deus.

01 outubro 2008

AnimaVerão - As Misteriosas Cidades do Ouro


6. As Misteriosas Cidades do Ouro


Ainda andamos de manga curta, não é?
Então está justificada a continuação do "AnimaVerão", a rubrica nostálgica de animação que tem feito muito sucesso.
Pelo menos junto dos netos do Vasco Granja.

Hoje recordamos "As Misteriosas Cidades do Ouro", que inspiraram a designação deste blogue.
Não é verdade, mas um floreado esotérico fica sempre bem.

A série, 39 episódios de 25 minutos, começou a ser exibida em Portugal a 29 de Maio de 1985, um ano antes da entrada do nosso país na então Comunidade Económica Europeia.
Adivinhavam-se chorudos fundos europeus mas a mama acabou-se, a menos que desatemos a sonhar com a Pamela Anderson.
As leitoras sem tendências lésbicas podem substituir esta visão siliconada por um par de almofadas.
Fufas.
Perdão, fofas.

Já podem chamar outra vez as criancinhas.

Co- produção franco-japonesa, a série "As Misteriosas Cidades do Ouro" é uma grande aventura que decorre no século XVI, com o protagonista, Esteban, a calcorrear a América Latina em busca das míticas cidades de ouro dos incas.

Como nesse tempo ainda não existia internet, o Esteban está perdoado.
Mas hoje já não há desculpa, é fácil encontrar o "Eldorado":
http://oeldorado.blogspot.com
Posso não ter ouro, mas tenho uma grande lata.